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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Projecto na comunidade estimula denúncia de violência contra idosos em Bragança

Através do projecto foram sinalizados 33 casos de maus tratos a idosos, segundo um relatório preliminar realizado em Junho.
Um novo projecto em curso há alguns meses no distrito de Bragança está a estimular as comunidades a denunciarem casos de violência contra idosos, em que predominam a negligência e violência económica, foi esta quinta-feira divulgado.

O projecto está no terreno desde Outubro e, embora ainda falte a contabilidade final, um relatório preliminar feito em Junho concluiu que já foram sinalizados "33 casos" de maus tractos a idosos, apenas no âmbito do programa BPI Seniores.

Os números foram revelados à Lusa por Teresa Fernandes, técnica do Núcleo de Apoio à Vítima instalado na Associação de Socorros Mútuos de Bragança (ASMAB), que foi contemplado com 35 mil euros para ir junto das comunidades levar informação e sensibilizar para ajudarem a combater esta problemática.

Uma sessão de esclarecimento intitulada "Direito a ser Idosos" decorreu esta quinta-feira em Bragança, destinada a entidades que prestam apoio domiciliário ou de centro de dia, para estarem a alerta aos sinais.

Teresa Fernandes explicou que esta sessão foi diferente pela dimensão de Bragança, mas nos restantes concelhos a destinatária foi toda a comunidade, desde o pároco ao presidente da junta e os próprios idosos.

Dos 12 concelhos do distrito de Bragança falta apenas terminar justamente Bragança e Vinhais.

O núcleo apoia todas as vítimas de violência, mas decidiu avançar com este projecto específico pelas características desta região em que "a Terceira Idade tem muitos mitos e preconceitos associados à família, num território essencialmente rural, muito envelhecido".

"Os nossos idosos são pessoas muitas vezes indiferenciadas, não têm formação, nem informação, vivem com poucos rendimentos nas suas aldeias e sabemos que muitas vezes as famílias não cuidam, abandonam, negligenciam. Em situações mais graves, inclusivamente maltratam", observou a técnica.

O propósito deste projecto é "informar e sensibilizar a comunidade, porque se trata de um crime público", além de dar conhecimento às vítimas de "que têm direitos e apoios e que estas dinâmicas violentas não são aceitáveis", contribuindo assim para "mudar mentalidades, tornar a sociedade com menos aceitação da violência".

Teresa Fernandes assegurou que têm tido "muitas sinalizações na sequência destas acções", com um relatório preliminar de Junho a dar conta de "33 casos" em que "as formas mais comuns de maus tractos aos idosos são a negligência e violência económica, praticadas essencialmente pelos filhos".

"Estamos a falar da não prestação de cuidados básicos de vida, a higiene, a alimentação, o conforto, a afectividade, que promove a solidão, a angústia relativamente à separação da família e de violência económica, muitas vezes através da retirada dos bens e do património do idosos, doações, testamentos, a ficarem com a reforma de uma forma coerciva", concretizou.

Pontualmente, "vai havendo algumas situações de violência física e psicológica".

As denúncias são feitas maioritariamente por vizinhos e familiares. "Muito raramente são os próprios idosos a fazê-lo por uma questão de vergonha, de medo, de desinformação também".

Os casos sinalizados no âmbito deste projecto e outros têm chegado a tribunal e, embora seja difícil a prova para condenação, "o que resulta é a suspensão provisória do processo, com injunções com obrigatoriedade do afastamento da residência, proibição de contacto, trabalho comunitário, multas, frequência em programas de tratamento", segundo a técnica.

A tendência continua a ser de aumento das denúncias, porém as estatísticas revelam também que as reincidências estão a diminuir, o que, para Teresa Fernandes, significa que a actuação tem tido resultados.

Agência Lusa

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