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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Parte VII - Reconversão Urbanística da Estação Ferroviária de Bragança e área envolvente

As negociações com a DGTT foram reativadas com perspetiva diferente de localização da Estação Rodoviária e dos fluxos rodoviários no acesso à cidade. No mês de novembro de 1998, a Câmara Municipal encomendou um estudo de avaliação das alternativas de localização, considerando as seguintes zonas: plataforma alta da cidade; plataforma próxima do centro urbano e plataforma mais na periferia. O estudo apontou como localização mais favorável a antiga estação ferroviária, que aproveitava todos os benefícios de centralidade do espaço a que correspondia uma oportunidade de requalificação urbanística de uma vasta área central e nobre da cidade.
No mês de janeiro de 1999, fez-se o pedido de aprovação de localização, aprovada pela DGTT, com 15 lugares-cais e autorização para uma paragem junto das residências para estudantes do IPB, o que muito facilitaria a vida aos estudantes vindos de fora. O projeto passaria a incluir um módulo de passageiros regulares, com nove cais de embarque, um módulo de passageiros expresso com cinco cais de embarque e um módulo de mercadorias, serviços e turismo com catorze espaços para operadores.
Em maio de 2001, a Câmara Municipal procedeu à adjudicação do projeto de execução da estação Central de Camionagem. O início dos trabalhos ocorreu a 20 de janeiro de 2003, conclusão ocorreu a 10 de março de 2004. 
O processo de negociação com a DGTT de Acordo de Colaboração Técnico-finaceiro foi concluído já com as obras em estado avançado de execução, foi assinado no dia 27 de junho de 2003, tendo prewsiodido à cerimónia o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, Eng.º Carmona Rodrigues acompanhado pelo Secretário de Estado dos Transportes, Eng.º Francisco Seabra, natural de Bragança. A inauguração decorreu no dia 24 de janeiro de 2004, foi presidida pelo Secretário de Estado dos Transportes, Eng.º Francisco Seabra, a bênção das instalações foi feita pelo Bispo da Diocese D. António Montes Moreira.
Também o arranjo urbanístico do topo da Praça Cavaleiro de Ferreira, desenhada o ano de 1948 pelo Arq.to Januário Godinho, foi um sonho de décadas por parte dos responsáveis políticos do concelho, no sentido de conferir maior dignidade à referida Praça. A tentativa mais significativa de preencher esse espaço ocorreu no ano de 1963, com a elaboração do projeto da Sé Nova. Com esta nova localização foi abandonada a anterior localização, junto ao Cemitério, no campo de Santo António. Pretendia-se que as obras iniciassem durante o ano de 1964, na comemoração dos duzentos anos da transferência da sede da Diocese de Miranda do Douro para Bragança. Novas perpectivas vieram a ditar uma nova localização para a construção da Catedral, visto para o topo da Praça ter sido decidido, no ano de 1966, a elaboração do projeto para a construção dos Paços do Concelho.
No ano de 1997, assumimos na candidatura autárquica, rematar o topo sul da Praça Cavaleiro de Ferreira com projeto que lhe conferisse maior relevância urbana. A solução foi a da construção do Teatro Municipal, apoiada por fundos comunitários do III Quadro Comunitário de Apoio, no âmbito do programa da Rede Nacional de Teatros.
Em Bragança, no ano de 1817, existia a Casa da Comédia, administrada pela Santa Casa da Misericórdia, foi adquirida pela Câmara Municipal e passou a designar-se de Teatro Brigantino. Encerrou no ano de 1888 por falta de condições de segurança, tendo sido concessionado à Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança, que o recuperou e inaugurou no ano de 1892 com a designação de Teatro Camões. No ano de 1969, um incêndio arruinou-o e assim, após século e meio este equipamento ficou inativo. Em Abril de 1974 abriu portas o Cineteatro Torralta edifício com uma grande sala de espectáculos, projeto do Mestre Viana de Lima, sala que encerrou no final da década de noventa.
As obras do Teatro iniciaram a 26 de outubro de 2001, foram dadas por concluídas a 19 de fevereiro de 2004. Este projeto representa um ativo para o municipio, para os cidadãos em geral, para as escolas, para as companhias de teatro e de outras artes. Dia 31de janeiro de 2004, decorreu a cerimónia de inauguração presidida pelo Primeiro-ministro Dr. Durão Barroso, tendo sido significativa a participação de autoridades nacionais e regionais da região e da vizinha Castela e Leão.
O topo da Praça era um morro alto de pedra sobre o qual existiam algumas construções de fraca qualidade, o espaço irregular e rochoso por detrás da antiga moagem servia de lugar de estacionamento automóvel e acolhia um pré-fabricado onde funcionava a sede do Grupo Desportivo de Bragança. A construção do topo da Praça Cavaleiro de Ferreira e área próxima deixa na cidade uma marca urbanística de grande qualidade, o mesmo se pode dizer relativamente à requalificação urbanística da antiga estação ferroviária, área envolvente e acessos, operação concretizada em seis anos, que no seu conjunto foi o maior investimento realizado nas últimas décadas, cerca de duas vezes superior à intervenção Polis. A qualidade dos projetos, a harmonia da operação urbanística e a utilidade para os cidadãos confirmam ter sido feita cidade moderna para o futuro sem que se tivesse rompido com o passado.
A ocupação da parcela de terreno entre a antiga Moagem Mariano e a Escola secundária Abade de Baçal foi prevista no âmbito do plano global de arranjo urbanístico, aí se previa a construção de um grande parque subterrâneo de estacionamento automóvel, de capacidade superior a 500 lugares, intergrado em edifício com funções habitacionais, de comércio e serviços, incluindo um espaço para Sede da Junta de Freguesia da Sé, que estava precariamente instalada na ala Sul do antigo Colégio dos Jesuitas. 
O processo de construção desenvolveu-se entre o mês de abril de 2000, com a abertura de concuros público internacional para a empreitada de concepção/ construção de um edifício para habitação, comércio, serviços e estacionamento, com concessão do estacionamento em dois parques subterrâneos e estacionamento de superfície, foi concluída no ano de 2004.
Finalmente, para concluir este conjunto de seis textos alusivos à chegada do comboio a Bragança até à sua extinção e reconversão urbanística da antiga estação ferroviária, de referir que são muitos os registos de memória relativos à ferrovia na região, de entre vários cito a publicação no ano de 2006, na comemoração dos 100 anos da linha do Tua, e dos 150 anos da introdução do comboio em Portugal, pela delegação do Inatel em Bragança, com o apoio da Câmara Municipal de Bragança de publicação com o título “ 100 anos da Linha do Tua, 1906-2006”, textos de Luís Ferreira, pintura e fotografia de Luís Canotilho. Um legado de informação do estado em que a linha, material circulante e estações se encontravam no final da década de oitenta.
Como registo significativo, o Núcleo Museológico Ferroviário de Bragança, que integra a rede do Museu Nacional Ferroviário. Ocupa a antiga cocheira de carruagens da que foi a última estação da linha do Tua, esteve aberto ao público até meados do ano de 2003, enquanto o último funcionário da CP, em Bragança, Valdemar Augusto Pires não passou à situação de reforma. 
Com a execução das obras de reabilitação do espaço da antiga Estação Ferroviária, foi reabilitado esse edifício e elaborado o projeto de ampliação que, logo que executado perimitirá musealizar todo o espólio aí existente, estando previstos os seguintes temas: a história dos transportes ferroviários no país, nos aspectos sociais, económicos e políticos, do ponto de vista do ordenamento do território e seu significado para a Região de Trás-os-Montes; a história da linha do Tua, os seus construtores, os trabalhadores, os comboios, a exploração; a atualidade do caminho-de-ferro como transporte moderno e de futuro, no país e na europa.  
O projeto para as obras de ampliação do Museu foi elaborado no ano de 2008 pelo arquiteto Carlos Prata, inclui o aumento da área de exposição, de superfícies transparentes, permitindo usufruir do conhecimento de memórias associadas a um período de cerca de um século de circulação ferroviária no distrito.
É muito valioso o espólio existente, inclui peças como: carruagem fabricadas no ano de 1887 pela companhia Belga Ateliers Nivelles; locomotivas fabricadsa no ano de 1889, e no ano de 1908. Aqui está uma relíquia, a locomotiva E81, fabricada no ano de 1886, a 1.ª locomotiva a circular na linha do Tua, quando da inauguração do 1.º troço da linha, batizada com o nome Trás-os-Montes. No mês de fevereiro de 2007, foi assinado entre a Câmara Municipal e a Fundação Museu Nacional Ferroviário, o protocolo para a gestão partilhada do núcleo museológico de Bragança. Este projeto deverá ser brevemente concluído, com apoios da União Europeia, será o sétimo espaço museológico da cidade, contribuirá para a afirmação social cultural e identitária do Nordeste Transmontano.

Jorge Nunes

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