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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

UM NACO DE TRÁS-OS-OS-MONTES

As unhas cheiram a frio
Os dedos sabem a gelo, a geada e a terra molhada
O corpo tem as raízes da alma ramificadas nos braços e mãos, que se elevam aos céus como ramos de castanheiros estrelados, plenos de frutos abençoados. 
Dedos doridos, gelados…
Olhos esbugalhados de frio ou calor.
Entre dialectos de ternura e amor
Recolhem o fruto do seu labor
O cheiro a frio faz-se milagre na abundância da azeitona, azeite virgem como os olhos virgens e deslumbrados dos agricultores.
O gosto a gelo transforma-se em castanhas adocicadas que adoçam os corações e as mãos calejadas.
Os rostos duros que adubaram as terras com suores e tremores…
Tremem agora de alegria, o gelo derrete de emoção
Um naco de trás-os montes que sabe a castanha, a azeite e a pão. 
Um campo no rosto lavrado
Colheita do fruto abençoado
Lágrima de sal cristalizado
A alegria do momento bebe o suor derramado
E o silêncio cala-se porque é inconveniente e indesejado.



M.C.M. (São Marques)

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