Exportadoras são poucas, mas valem um terço do volume de negócios num sector em que há poucos fabricantes e muitas empresas de comércio.
A recuperação progressiva do ramo automóvel ao longo dos últimos três anos foi acompanhada em 2015 por um aumento no número de empresas em actividade no sector, travando a “relativa estagnação” registada até aí. Entre fabricantes e comerciantes automóveis, havia no ano passado 15 mil empresas, mais 1,7% do que em 2014, revela um retrato alargado da indústria publicado nesta sexta-feira pelo Banco de Portugal.
Depois da forte queda em 2011 e 2012, o mercado português começou a recuperar aos poucos a partir de 2013, embora as vendas de automóveis ainda não tenham voltado em 2015 aos níveis anteriores à crise. Mas os anos de 2013, 2014 e 2015 já foram de crescimento nas vendas. E se nos dois primeiros o número de empresas ficou praticamente estagnado (com uma queda ligeira de 0,3% e 0,1%), no terceiro ano já se registou uma criação líquida de empresas.
Foram mais as que nasceram do que as que fecharam portas. Por cada empresa que encerrou actividade, foram criadas 1,3 novas empresas. “O rácio de natalidade/mortalidade atingiu nesse ano o máximo do período em análise”, revela o Banco de Portugal. Apesar da recuperação, “a relevância do sector automóvel no total das empresas era similar à registada em 2011, ainda que o peso do sector tenha aumentado 0,6 pontos percentuais no que se refere ao volume de negócios”.
Em Portugal há mais de 370 mil empresas. As 15 mil do ramo automóvel, a esmagadora maioria das quais empresas de comércio, representam 4% desse universo. Dadas características do sector, o seu peso no volume de negócios é um pouco maior, representando 7% da facturação.
Como em todo o tecido empresarial, predominam as microempresas. Mas também neste caso são as grandes quem garante a “maior parcela do volume de negócios (47%, apesar de representarem apenas 0,4% das empresas)”. Os dados do Banco de Portugal mostram ainda que as PME asseguram 41% do volume de negócios do sector.
A grande fatia da facturação está associada a empresas do distrito de Lisboa, que no ano passado “agregavam 35% do volume de negócios do sector, seguido dos distritos do Porto (16%) e de Setúbal (13%)” – este último onde está localizada a fábrica da Autoeuropa. Ainda assim, quando se olha para a relevância local, é em Bragança que o sector tem mais impacto. Com a presença da fabricante de equipamento francesa Faurecia, a actividade automóvel “totalizava 37% do volume de negócios das empresas aí sediadas”.
O mercado interno – onde no ano passado se venderam 213.654 veículos, entre ligeiros e pesados – tem “determinado a evolução do volume de negócios do sector (contributo de 11 pontos percentuais em 2015, superior ao contributo de dois pontos percentuais do mercado externo)”. No entanto, as exportações ganharam importância nos negócios e o mercado interno perdeu peso. E ainda que apenas 3% das empresas estejam voltadas para as exportações, são elas que garantem um terço do volume de negócios.
Já este ano, em que as vendas de carros estão a crescer 14%, o crédito concedido pelos bancos às empresas também tem vindo a aumentar. Em Setembro, os novos contratos de crédito aos consumidores para a compra de carro novo tinham aumentado 13,1% em relação a Setembro do ano passado.
Nas empresas, a proporção de crédito em incumprimento “diminuiu de 2013 em diante, evolução que contrasta com os aumentos consecutivos observados no total das empresas”. E ao contrário da maioria dos sectores de actividade económica, o ramo automóvel, vinca o banco central, “conseguiu obter financiamento líquido por dívida comercial, apresentando um diferencial positivo entre o saldo de fornecedores e de clientes equivalente a 3% do seu volume de negócios”, o que o Banco de Portugal diz ser transversal tanto à produção como ao comércio.
Jornal Público
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