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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Noutros tempos, dezembro era frio, muito frio!

Noutros tempos, dezembro era frio, muito frio! Caíam grandes geadas e formava-se codo por todos os lados. Tempo dos capotes de três capas e das samarras d pele de raposa prôs homes e xales prás mulheres.
Miotes e camisolas de lã de obelha, q as patroas faziam ó serão, no lar depois da ceia e de rezar o terço.
A erba desaparecia e os animais de trabalho tinham a bianda prá' judar a aguentar o imberno. No Natal o meu pai achaba q os animais tamém mereciam consuada. E ntão, além das batatas dos recos, da botelha, dos nabos e das caubes, punham-se uns punhados de figos dos recos, e uma mancheia de rabeiras d trigo e pão. Eu ía sem pre co Fancisco levar a bianda.
Púnhamos palha nova nas camas e, depois deles se deitarem, nós sentávamo-nos ao lado e encostávamos - nos á barriga deles.
Eu gostava daquilo!
O Francisco, de bez im quando, contava uma estória.
Olha una bez, eu jå estaba a ressonar ali no quarto e comecei a aubir um ai, ai, ai . Abri a janela e, ca pôrra era aquilo?! Uma abantesma, umfantasma?! Se calhar uma alma penada. Fui logo buscar o pau de marmeleiro. E pus-me a espreitar. Ai, ai, ai e cada bez crecia mais!
De repente,
CATRAPUM,!!
Rebentou q nem um taco da dinamite!
Ca cagaço rapazes! Caratcho, larguei a correr e bim - me deitar aqui cos bois! 
Durante praí um mês dormi aqui !
O Francisco num era home de mêdo! E eu, que se recôsa, nem ai, nem meio ai, a janela é q num abro de noute!

António Magalhães

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