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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Festa dos Reis é em Vale de Salgueiro

No concelho de Mirandela a aldeia de Vale de Salgueiro assinala anualmente de forma muito original o Dia de Reis. Uma tradição popular secular que se repete todos os anos com o mesmo rigor nos dias 5, 6, 7 e 8 de Janeiro.
Não se sabe ao certo a origem desta festa, nem as razões que levaram à realização da também conhecida Festa dos Rapazes de Vale de Salgueiro mas é uma tradição popular muito acarinhada pela população. No entanto, nos últimos anos o enfoque da comunicação social aponta sempre para a questão dos rapazotes fumarem deixando de lado o que de mais importante tem esta celebração. E afinal o que acontece nos dias 5 e 6 de Janeiro em Vale de Salgueiro?

Todos os anos é coroado um Rei, que com a sua família fica incumbido de organizar a festa do ano seguinte. Os preparativos da festa começam a 25 de Dezembro, dia em que o rei e a sua família colocam os tremoços de molho, que depois vão ser cozidos.

A família do rei organiza a festa entre o Natal e o Ano Novo, depois dos tremoços é preciso comprar o vinho e também fazer a recolha do ouro pela aldeia. Com esse ouro emprestado é decorada a coroa do rei que pode atingir um valor elevado.

No final do dia 5 de Janeiro o rei e a sua família, amigos e jovens da aldeia reúnem-se na entrada de Vale de Salgueiro à espera do Grupo de Gaiteiros. Quando chegam é o arranque da festa e para o sinalizar é dada a primeira volta a todo o povo, com música e muita animação.

Não sendo o que mais se destaca nesta tradição, mas por vezes o que é mais focado, durante este primeiro desfile os mais novos têm permissão de fumar, uma tradição pouco comum que simboliza no fundo a emancipação dos rapazes. A festa dura dois dias e a permissão dos pais para fumar termina no fim da festa. Noutros tempos só fumavam os rapazes, agora já fumam todos, mas sempre sob o controlo dos mais velhos. 

A noite de dia 5 de Janeiro é já muito animada e o rei faz a primeira visita a todas as casas distribuindo tremoços e vinho por todos.

Depois de percorrer todas as habitações da aldeia e distribuir cerca de 300 quilos de tremoços e 100 litros de vinho faz-se a ceia, também oferecida pelo rei a todos os que o acompanharam nesta primeira visita à aldeia.

Entretanto, no centro da aldeia, prepara-se o baile e, quando o rei chega, as pessoas são convidadas a dançar a “Murinheira”, uma dança típica, ao som das gaitas de foles e dos bombos.

Dia 6 de JANEIRO
É precisamente às 6 horas da manhã que o grupo de gaiteiros toca a alvorada dando assim o arranque do segundo dia de festa. Neste dia o rei veste-se a rigor de fato e são lhe colocadas luvas brancas, na cabeça leva a coroa devidamente enfeitada com todo ouro emprestado pelos habitantes de Vale de Salgueiro. Além disso, leva um pau ornamentado e encimado por uma laranja, onde se colocam quatro libras de ouro.

Depois de devidamente preparado o rei começa então a visita por todas as casas da aldeia a desejar as boas festas, isto ao som das gaitas de foles e dos bombos. Em troca, a população oferece um donativo para custear a festa.

Depois de dar as boas festas à população de Vale de Salgueiro segue-se a missa cantada em homenagem a Santo Estevão e “é aqui que o rei selecciona o seu sucessor”. Os mais antigos contam que nunca deve ser negada esta nomeação, parece que quem não aceitar ser rei pode ter uma vida azarada depois.

in:noticiasdonordeste.pt

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