O Governo vai criar um sistema de protecção civil preventiva. O objectivo é evitar que a situação deste ano se repita. O Verão ainda não acabou e a área ardida no país já ultrapassou os 200 mil hectares, é o maior número da última década.
A protecção civil preventiva será um mecanismo que terá uma vertente educativa mas que vai ainda envolver as autarquias, explicou o secretário de administração interna, Jorge Gomes.
“Deve ser aprovada brevemente em Conselho de Ministros a criação da protecção civil preventiva, que vai ser uma grande aposta deste Governo. Temos de trabalhar as nossas comunidades para os comportamentos que devem ter em caso de catástrofe”, destacou.
A medida foi anunciada ontem pelo governante que participou numa homenagem aos bombeiros do distrito de Bragança no santuário de Nossa Senhora da Serra, Rebordãos, no concelho de Bragança.
E depois de a unidade técnica de apoio orçamental ter acusado o governo de ter cortado 5 milhões na protecção civil este ano, Jorge Gomes deixou a garantia de que o governo não desinvestiu neste sector.
“O Governo não desinveste na protecção civil, não trava o que é necessário para que proteja os cidadãos e não há orçamento quando há necessidade de intervir. Mas em relação aos números, o ano passado o orçamento da Autoridade Nacional de Protecção Civil Foi de 129 milhões de euros e este ano foi de 133 milhões”, referiu.
Os Bombeiros Voluntários de Bragança ofereceram uma imagem de santa Teresa de Calcutá, que vai agora ficar no santuário.
A imagem foi benzida pelo bispo da diocese de Bragança/Miranda, que considerou também fundamental que se aposte na prevenção em relação aos incêndios. D. José Cordeiro frisou mesmo que considera essencial que os governos autárquico e central se unam para fomentar uma cultura de prevenção e “de maior cuidado da natureza e da criação, e uma cultura anti-incêndios, para que o prevenir e o evitar aconteça logo desde a primeira infância e que seja uma cultura que entra em todos os lugares onde habitamos e em todas as pessoas, porque esta guerra à casa comum torna-se impossível”. “Apetece-nos dizer àqueles que têm o governo central e governo autárquico: por favor, entendam-se e encontremos juntos caminhos para esta nova cultura da vida e do cuidado da criação”, apelou D. José Cordeiro.
Declarações ontem no santuário de nossa senhora da Serra, no cimo da serra da Nogueira, que por estes dias recebe milhares de peregrinos.
Escrito por Brigantia
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