O plano de mobilidade é a principal contrapartida da construção da barragem de Foz Tua tem todas as infraestruturas prontas, nomeadamente o barco e o comboio, mas continua sem data para o início da operação, devido a alegadas questões burocráticas ligadas a licenciamentos e legislação.
“Eu não consigo entender como é que se mantém uma situação a arrastar-se tantos meses e com investimentos tão avultados”, afirmou à Lusa a nova presidente de Mirandela, eleita pelo PS.
Júlia Rodrigues disse que ainda não teve qualquer reunião ainda com a Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, o organismo responsável pelo plano que subconcessionou a exploração turística ao operador privado Mário Ferreira.
O plano contempla viagens de barco na nova albufeira e de comboio no que restou da linha do Tua, entre Brunheda e Mirandela e o operador já tem disponíveis o barco e a locomotiva para o efeito.
“O plano de mobilidade é um plano ambicioso, que envolve privados, com alguns riscos para o setor público, mas não conheço porque também não há muita transparência nesse processo. Parece-me que existem situações que deviam estar mais esclarecidas para o público em geral e para já não estão”, considerou.
Para Júlia Rodrigues, “a responsabilidade é de todos” e lamenta que tenha havido “muita imagem antes das eleições, mas de concreto as pessoas não sabem de facto o ponto da situação”.
A nova autarca prometeu que vai “saber qual o ponto da situação rigoroso e atual junto da agência” e que empenhar-se no desbloqueamento deste processo.
O novo plano de mobilidade foi a principal contrapartida imposta pela submersão de quase 20 quilómetros da linha do Tua.
O plano está pronto com barcos para navegar na nova albufeira, entre o Tua e a Brunheda, e um novo comboio turístico, da responsabilidade do empresário Mário Ferreira, para fazer os cerca de 30 quilómetros de ferrovia que restaram entre a Brunheda e Mirandela.
A EDP entregou 10 milhões de euros ao operador turístico para dinamizar o projeto, com um figurino que inclui também comboio para servir a mobilidade quotidiana das populações ribeirinhas do Tua.
O arranque continua impedido pela indecisão das diferentes entidades envolvidas sobre quem assume a responsabilidade da segurança da linha do Tua, como disse recentemente à Lusa Fernando Barros, presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua.
Agência Lusa
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