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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
“Não adianta ter cidades inteligentes e um meio rural que é ‘burro’”
Otimizar e ocupar o território faz-se com recurso aos fundos europeus mas também com uma política de atração de imigrantes qualificados para o interior do País. E os vistos gold podem dar uma ajuda. Entrevista a Luiz Ugeda, advogado, geógrafo e sócio da Geodireito.
É brasileiro e os seus instrumentos de trabalho são a Geografia e o Direito. Por isso, diz que o seu negócio são “os mapas e as normas”. Veio para Portugal fazer o doutoramento em Direito, na Universidade de Coimbra, e ao mesmo tempo fez o levantamento das necessidades do País. Encontrou um interior despovoado, dotado de uma infraestrutura “ociosa e sobredimensionada”, e viu nisso o terreno ideal para “casar” uma política imigratória com uma política de ocupação do território. Com o auxílio de parceiros nacionais, quer oferecer serviços de captação de recursos financeiros e de identificação de oportunidades de investimento em áreas como a energia, os portos e aeroportos. Na bagagem, Luiz Ugeda traz a experiência obtida em projetos elétricos no Brasil, assim como na expansão e instalação dos aeroportos de Brasília e de Natal. E traz também um discurso adaptado aos problemas de um interior que ardeu demasiadas vezes no verão passado.
Propõe-se fazer a “reinvenção do ordenamento do território português”. Como?
Reinventar o território é reinventar a ciência, tanto geográfica quanto jurídica. Precisamos de mapas e normas, como dizemos no Brasil. De um conjunto de sistemas de informação geográfica que esteja alinhado com um conjunto de normas e legislações. Quando começamos a trabalhar com conceitos de cidades inteligentes, redes inteligentes, principalmente no setor elétrico, no saneamento, no gás, também começamos a pensar em territórios inteligentes. Não adianta você ter cidades inteligentes e um meio rural que é “burro”. Não adianta ter cidades inteligentes num País que arde duas vezes num ano. Como integrar o território de uma forma inteligente? No caso do Brasil, vivemos a antítese. Por causa da influência da agro-indústria, temos um meio rural inteligente, com uso intensivo de drones, de imagens de satélite, de mapeamento do solo, e temos cidades completamente analógicas. Então, temos que trabalhar com essas duas realidades e encontrar mecanismos, tanto geográficos como jurídicos, para desenvolver políticas públicas.
Como é que avalia as políticas públicas nacionais, à luz da tragédia dos incêndios no último verão?
Sempre há o que melhorar para se avançar com as políticas públicas. Os portugueses têm as suas visões e as suas expetativas sobre o ordenamento do território. Atualmente, existe a preocupação de descentralizar a população e existem incentivos para trazer mão de obra qualificada para o País. A nossa intenção é trabalhar com essas ferramentas para identificar novos negócios. Nada nos impede de olhar para regiões como Portalegre, Guarda, Pedrógão Grande e pensar em soluções para otimizar o território.
Pode dar exemplos?
O Brasil tem uma grande experiência agrícola. A Brasagro, empresa brasileira agroindustrial, tem vários peritos para trabalhar com o solo e consegue plantar trigo de qualidade em zona tropical. Isso pode ser interessante para Portugal. Talvez a reocupação do território português possa ser feita pela agricultura, ou pela co-geração de energia, já que Portugal está na vanguarda das energias alternativas. O aproveitamento de resíduos vegetais e animais para a produção de energia é muito incipiente. Identificámos algumas oportunidades e queremos trazer para cá a nossa expertise. É isso que a Geodireito se propõe.
A agricultura ocupa pouca mão de-obra, embora qualificada. É através dela que se vai atrair pessoas para fazer a “ocupação inteligente” do território?
Você leva pessoas para a agricultura, mas essas pessoas vão precisar de médicos, de professores, de bancários, de prestadores de serviços, e aí você começa a dar um reaquecimento na economia local. São atividades modernas, que empregam poucas pessoas, mas não podemos pensar apenas nos empregos diretos. O mais interessante é que pode ser feito em consonância com os valores históricos de Portugal. Não me parece despropositado trazer uma realidade dessas para cá.
A sua experiência no Brasil, na América do Sul, é a de um território que é vasto. Portugal é um país pequeno. O modelo é transponível?
Acredito que sim. Por ser uma escala maior, até simplifica o trabalho. É preciso um esforço menor para atingir os mesmos objetivos. Se pensarmos que um estado agrícola como o do Mato Grosso, que tem o tamanho da França e da Espanha juntas, mas só tem 3 milhões de pessoas, está crescendo a taxas “chinesas” de 10 a 12% ao ano... O Brasil não cresce, as grandes cidades não crescem, mas o meio rural está crescendo com a venda de commodities para a China e para outros mercados emergentes. Não temos a pretensão de reinventar o território como é feito lá, nem queremos construir do zero, mas queremos pegar em novas regionalidades e tentar atrair quem queira investir.
O Governo tem a descentralização na agenda. É suficiente?
O Governo tem tido a virtude de discutir, de forma profunda, as políticas de ordenamento territorial. O grande défice talvez seja que a ocupação do território, exceto na China, nunca acontece com decréscimo populacional. Portugal precisa de casar uma política de ordenamento do território com uma política imigratória, para atrair estrangeiros mas também os portugueses que saíram. Veja o exemplo do Brasil. Até ao século XIX era um país de cabotagem [navegação entre portos na mesma costa], mas a partir daí começou a ter políticas públicas para a interiorização. Os governos fundaram Belo Horizonte [uma das primeiras cidades planeadas no Brasil] em 1898, Goiânia em 1933, e mudaram a capital para Brasília em 1960. Transferiram a pressão demográfica do litoral para o interior. Mas o Brasil tinha uma política imigratória, que atraiu alemães, libaneses, japoneses, aliada a uma possibilidade de ordenamento do território. Com exceção da China, que consegue fazer a interiorização mesmo com a política do filho único, não vejo muitos países a fazer o mesmo sem uma política imigratória. Talvez o governo português pudesse fazer essa reflexão… com uma diferença: no Brasil, você estava ocupando sertões; aqui você vai ocupar uma infraestrutura que já existe, mas que está ociosa e sobredimensionada. E, no mundo caótico em que vivemos, com êxodos demográficos e ambientais, tudo o que as populações carentes querem é ocupar regiões com infraestruturas ociosas. Portugal, enquanto estado europeu, tem todas as condições para aliar política imigratória, de gente qualificada, a uma política de ordenamento territorial.
Os portugueses estão receosos em relação ao interior, por causa dos incêndios. Morreram pessoas por falta de auxílio das forças de segurança…
Portugal tem de repensar a sua relação com o interior. Quando você aporta ao interior a mesma inteligência que existe na cidade, começa a modificar a situação. Se pensar em culturas que não exponham Portugal ao risco – como o eucalipto -, estará a pensar em novas sinalizações económicas que permitam repensar o ordenamento do território.
Os fundos europeus podem suportar uma nova política de atração de pessoas?
Portugal não precisa de muitos recursos. E pode aliar esses fundos a capital externo, atraindo investidores, porque não estará a ocupar sertões nem terras virgens.
A Geodireito propõe-se identificar as oportunidades económicas e as infraestruturas que podem atrair pessoas para o interior. Como é que presta esses serviços?
O Direito Administrativo Geográfico [Geodireito] é o mecanismo que vai ser usado no século XXI para se inventariar o território. Se até à invenção dos sistemas de informação geográfica você fazia tudo em sistemas analógicos, com recurso a papel e a mapas antigos, agora você tem uma capacidade enorme de processamento de dados. Isso se faz com fundos europeus e com uma iniciativa privada que tem interesse em ocupar o interior. Existem muitas pessoas que querem vir para Portugal através do visto gold, e que poderiam investir no interior. Não precisam de ir para o centro de Lisboa se puderem ir para Portalegre ou Castelo Branco, desde que se sintam confortáveis para investir o dinheiro nessas regiões. São essas oportunidades que temos de identificar. Costumo dizer que temos de ocupar os vazios. A natureza tem horror ao vácuo (risos). Tudo o que está vazio tem que ser cheio e tudo o que está cheio tem que ficar vazio. Temos que fazer com que o espaço seja menos desigual, para termos um País mais coeso. Só será coeso quando for menos desigual. Mas se nada for feito, as desigualdades vão aumentar. Precisamos de criar mecanismos para tirar as pessoas dos grandes centros e dizer-lhes que, em vez de irem para França ou Alemanha, existem alternativas que podem ser boas no interior do País.
Clara Teixeira
Revista Visão
É brasileiro e os seus instrumentos de trabalho são a Geografia e o Direito. Por isso, diz que o seu negócio são “os mapas e as normas”. Veio para Portugal fazer o doutoramento em Direito, na Universidade de Coimbra, e ao mesmo tempo fez o levantamento das necessidades do País. Encontrou um interior despovoado, dotado de uma infraestrutura “ociosa e sobredimensionada”, e viu nisso o terreno ideal para “casar” uma política imigratória com uma política de ocupação do território. Com o auxílio de parceiros nacionais, quer oferecer serviços de captação de recursos financeiros e de identificação de oportunidades de investimento em áreas como a energia, os portos e aeroportos. Na bagagem, Luiz Ugeda traz a experiência obtida em projetos elétricos no Brasil, assim como na expansão e instalação dos aeroportos de Brasília e de Natal. E traz também um discurso adaptado aos problemas de um interior que ardeu demasiadas vezes no verão passado.
Propõe-se fazer a “reinvenção do ordenamento do território português”. Como?
Reinventar o território é reinventar a ciência, tanto geográfica quanto jurídica. Precisamos de mapas e normas, como dizemos no Brasil. De um conjunto de sistemas de informação geográfica que esteja alinhado com um conjunto de normas e legislações. Quando começamos a trabalhar com conceitos de cidades inteligentes, redes inteligentes, principalmente no setor elétrico, no saneamento, no gás, também começamos a pensar em territórios inteligentes. Não adianta você ter cidades inteligentes e um meio rural que é “burro”. Não adianta ter cidades inteligentes num País que arde duas vezes num ano. Como integrar o território de uma forma inteligente? No caso do Brasil, vivemos a antítese. Por causa da influência da agro-indústria, temos um meio rural inteligente, com uso intensivo de drones, de imagens de satélite, de mapeamento do solo, e temos cidades completamente analógicas. Então, temos que trabalhar com essas duas realidades e encontrar mecanismos, tanto geográficos como jurídicos, para desenvolver políticas públicas.
Como é que avalia as políticas públicas nacionais, à luz da tragédia dos incêndios no último verão?
Sempre há o que melhorar para se avançar com as políticas públicas. Os portugueses têm as suas visões e as suas expetativas sobre o ordenamento do território. Atualmente, existe a preocupação de descentralizar a população e existem incentivos para trazer mão de obra qualificada para o País. A nossa intenção é trabalhar com essas ferramentas para identificar novos negócios. Nada nos impede de olhar para regiões como Portalegre, Guarda, Pedrógão Grande e pensar em soluções para otimizar o território.
Pode dar exemplos?
O Brasil tem uma grande experiência agrícola. A Brasagro, empresa brasileira agroindustrial, tem vários peritos para trabalhar com o solo e consegue plantar trigo de qualidade em zona tropical. Isso pode ser interessante para Portugal. Talvez a reocupação do território português possa ser feita pela agricultura, ou pela co-geração de energia, já que Portugal está na vanguarda das energias alternativas. O aproveitamento de resíduos vegetais e animais para a produção de energia é muito incipiente. Identificámos algumas oportunidades e queremos trazer para cá a nossa expertise. É isso que a Geodireito se propõe.
A agricultura ocupa pouca mão de-obra, embora qualificada. É através dela que se vai atrair pessoas para fazer a “ocupação inteligente” do território?
Você leva pessoas para a agricultura, mas essas pessoas vão precisar de médicos, de professores, de bancários, de prestadores de serviços, e aí você começa a dar um reaquecimento na economia local. São atividades modernas, que empregam poucas pessoas, mas não podemos pensar apenas nos empregos diretos. O mais interessante é que pode ser feito em consonância com os valores históricos de Portugal. Não me parece despropositado trazer uma realidade dessas para cá.
A sua experiência no Brasil, na América do Sul, é a de um território que é vasto. Portugal é um país pequeno. O modelo é transponível?
Acredito que sim. Por ser uma escala maior, até simplifica o trabalho. É preciso um esforço menor para atingir os mesmos objetivos. Se pensarmos que um estado agrícola como o do Mato Grosso, que tem o tamanho da França e da Espanha juntas, mas só tem 3 milhões de pessoas, está crescendo a taxas “chinesas” de 10 a 12% ao ano... O Brasil não cresce, as grandes cidades não crescem, mas o meio rural está crescendo com a venda de commodities para a China e para outros mercados emergentes. Não temos a pretensão de reinventar o território como é feito lá, nem queremos construir do zero, mas queremos pegar em novas regionalidades e tentar atrair quem queira investir.
O Governo tem a descentralização na agenda. É suficiente?
O Governo tem tido a virtude de discutir, de forma profunda, as políticas de ordenamento territorial. O grande défice talvez seja que a ocupação do território, exceto na China, nunca acontece com decréscimo populacional. Portugal precisa de casar uma política de ordenamento do território com uma política imigratória, para atrair estrangeiros mas também os portugueses que saíram. Veja o exemplo do Brasil. Até ao século XIX era um país de cabotagem [navegação entre portos na mesma costa], mas a partir daí começou a ter políticas públicas para a interiorização. Os governos fundaram Belo Horizonte [uma das primeiras cidades planeadas no Brasil] em 1898, Goiânia em 1933, e mudaram a capital para Brasília em 1960. Transferiram a pressão demográfica do litoral para o interior. Mas o Brasil tinha uma política imigratória, que atraiu alemães, libaneses, japoneses, aliada a uma possibilidade de ordenamento do território. Com exceção da China, que consegue fazer a interiorização mesmo com a política do filho único, não vejo muitos países a fazer o mesmo sem uma política imigratória. Talvez o governo português pudesse fazer essa reflexão… com uma diferença: no Brasil, você estava ocupando sertões; aqui você vai ocupar uma infraestrutura que já existe, mas que está ociosa e sobredimensionada. E, no mundo caótico em que vivemos, com êxodos demográficos e ambientais, tudo o que as populações carentes querem é ocupar regiões com infraestruturas ociosas. Portugal, enquanto estado europeu, tem todas as condições para aliar política imigratória, de gente qualificada, a uma política de ordenamento territorial.
Os portugueses estão receosos em relação ao interior, por causa dos incêndios. Morreram pessoas por falta de auxílio das forças de segurança…
Portugal tem de repensar a sua relação com o interior. Quando você aporta ao interior a mesma inteligência que existe na cidade, começa a modificar a situação. Se pensar em culturas que não exponham Portugal ao risco – como o eucalipto -, estará a pensar em novas sinalizações económicas que permitam repensar o ordenamento do território.
Os fundos europeus podem suportar uma nova política de atração de pessoas?
Portugal não precisa de muitos recursos. E pode aliar esses fundos a capital externo, atraindo investidores, porque não estará a ocupar sertões nem terras virgens.
A Geodireito propõe-se identificar as oportunidades económicas e as infraestruturas que podem atrair pessoas para o interior. Como é que presta esses serviços?
O Direito Administrativo Geográfico [Geodireito] é o mecanismo que vai ser usado no século XXI para se inventariar o território. Se até à invenção dos sistemas de informação geográfica você fazia tudo em sistemas analógicos, com recurso a papel e a mapas antigos, agora você tem uma capacidade enorme de processamento de dados. Isso se faz com fundos europeus e com uma iniciativa privada que tem interesse em ocupar o interior. Existem muitas pessoas que querem vir para Portugal através do visto gold, e que poderiam investir no interior. Não precisam de ir para o centro de Lisboa se puderem ir para Portalegre ou Castelo Branco, desde que se sintam confortáveis para investir o dinheiro nessas regiões. São essas oportunidades que temos de identificar. Costumo dizer que temos de ocupar os vazios. A natureza tem horror ao vácuo (risos). Tudo o que está vazio tem que ser cheio e tudo o que está cheio tem que ficar vazio. Temos que fazer com que o espaço seja menos desigual, para termos um País mais coeso. Só será coeso quando for menos desigual. Mas se nada for feito, as desigualdades vão aumentar. Precisamos de criar mecanismos para tirar as pessoas dos grandes centros e dizer-lhes que, em vez de irem para França ou Alemanha, existem alternativas que podem ser boas no interior do País.
Clara Teixeira
Revista Visão
tendArmada18
O tendArmada é muito mais do que aquilo que tens visto. Dias 4, 5 e 6 de Junho, os caminhos vão todos dar ao Anfiteatro ao ar livre do IPB para fazeres parte da 8.ª edição deste evento artístico.
ANPC alerta para situações de burla relacionadas com a limpeza de terrenos
É um alerta que a Autoridade Nacional da Proteção Civil está fazer chegar às diversas entidades, incluindo autarquias, para precaver eventuais situações de burla relacionadas com a questão da limpeza dos terrenos.
Os primeiros casos aconteceram no distrito de Viana do Castelo, mas há a necessidade de lançar este alerta para que não se alargue a outros locais. São indivíduos que tentam ludibriar as pessoas alegando que têm de pagar multas pelo suposto incumprimento da limpeza dos terrenos.
Agostinho Beça, adjunto do Gabinete de Apoio à presidência do Município de Mirandela, descreve o aviso da ANPC
“O que está a verificar-se em algumas aldeias é que, gente sem escrúpulos, se está a valer destas situações e está a abordar pessoas no mundo rural sobre a necessidade de procederem ao pagamento imediato de supostas coimas por ausência de limpeza de terrenos.
Convém esclarecer toda a gente que os cidadãos ao serem abordados por estranhos não têm que proceder a qualquer pagamento por não terem limpo os terrenos e muito menos a pessoas que nem conhecem.
Há o conhecimento de que isto começou a acontecer já em Viana do Castelo, onde até indicavam o NIB dizendo que até ao final desse mesmo dia se não pagassem, o valor duplicaria.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil está a procurar divulgar esta situação o mais depressa possível, informando os cidadãos que nem os serviços de Proteção Civil nem nenhum Município procede à cobrança de coimas por incumprimento das obrigações legais de limpeza dos terrenos florestais.”
Entretanto, a ANPC recomenda que qualquer tentativa de abordagem nestes moldes deva ser rapidamente participada às autoridades policiais para poderem agir em conformidade.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)
Os primeiros casos aconteceram no distrito de Viana do Castelo, mas há a necessidade de lançar este alerta para que não se alargue a outros locais. São indivíduos que tentam ludibriar as pessoas alegando que têm de pagar multas pelo suposto incumprimento da limpeza dos terrenos.
Agostinho Beça, adjunto do Gabinete de Apoio à presidência do Município de Mirandela, descreve o aviso da ANPC
“O que está a verificar-se em algumas aldeias é que, gente sem escrúpulos, se está a valer destas situações e está a abordar pessoas no mundo rural sobre a necessidade de procederem ao pagamento imediato de supostas coimas por ausência de limpeza de terrenos.
Convém esclarecer toda a gente que os cidadãos ao serem abordados por estranhos não têm que proceder a qualquer pagamento por não terem limpo os terrenos e muito menos a pessoas que nem conhecem.
Há o conhecimento de que isto começou a acontecer já em Viana do Castelo, onde até indicavam o NIB dizendo que até ao final desse mesmo dia se não pagassem, o valor duplicaria.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil está a procurar divulgar esta situação o mais depressa possível, informando os cidadãos que nem os serviços de Proteção Civil nem nenhum Município procede à cobrança de coimas por incumprimento das obrigações legais de limpeza dos terrenos florestais.”
Entretanto, a ANPC recomenda que qualquer tentativa de abordagem nestes moldes deva ser rapidamente participada às autoridades policiais para poderem agir em conformidade.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)
Gasóleo muito mais caro afecta corporações de bombeiros
O aumento dos preços dos combustíveis nas últimas 10 semanas, nomeadamente do gasóleo, está a causar problemas à corporação de bombeiros de Bragança, cujas viaturas percorrem cerca de 4 mil quilómetros por dia.
As dificuldades foram dadas a conhecer pelo presidente da Associação Humanitária, nas comemorações do 128º aniversário da corporação, assinalo ontem. O transporte de doentes a unidades de saúde de fora da região representa um dos principais serviços da corporação.
"O preço do quilómetro, no transporte de doentes, mantém-se igual, sendo que o quilómetro é pago a 51 cêntimos. Se este valor não aumentar vamos enfrentar sérias dificuldades", explicou Rui Correia, antecipando que os bombeiros "estão em vias de financiar o Serviço Nacional de Saúde".
A corporação brigantina gasta cerca de 20 mil euros por mês em gasóleo, mas esse valor tem subido nos últimos meses "muito significativamente por causa do aumento do preço do combustível", disse Rui Correia.
Também o presidente da Federação de Bombeiros de Bragança, Diamantino Lopes, admite que se o preço do gasóleo continuar a subir muitas associações humanitárias "vão ser afetadas face à despesa com o transporte de doentes". "Mais tarde ou mais cedo, se nada for revisto no preço do quilómetro vamos nós financiar esse transporte", aponta.
Tanto mais que, apesar de a regularidade dos pagamentos pelo transporte de doentes estar melhor do que há uns anos, Diamantino Lopes diz que ainda "há alguns atrasos, pelo menos de dois meses".
José Roqueijo, secretário da Liga de Bombeiros Portugueses, que esteve em Bragança no aniversário da corporação, explicou que o aumento excessivo do preço do gasóleo está a criar muitos problemas aos bombeiros "porque a última atualização do preço do quilómetro para o transporte de doentes foi em 2008, ora nessa altura o combustível era mais barato e a manutenção dos carros também", sublinhou. A revisão do preço do quilómetro para fazer face à inflação é uma das reivindicações da Liga.
Glória Lopes
Jornal de Notícias
As dificuldades foram dadas a conhecer pelo presidente da Associação Humanitária, nas comemorações do 128º aniversário da corporação, assinalo ontem. O transporte de doentes a unidades de saúde de fora da região representa um dos principais serviços da corporação.
"O preço do quilómetro, no transporte de doentes, mantém-se igual, sendo que o quilómetro é pago a 51 cêntimos. Se este valor não aumentar vamos enfrentar sérias dificuldades", explicou Rui Correia, antecipando que os bombeiros "estão em vias de financiar o Serviço Nacional de Saúde".
A corporação brigantina gasta cerca de 20 mil euros por mês em gasóleo, mas esse valor tem subido nos últimos meses "muito significativamente por causa do aumento do preço do combustível", disse Rui Correia.
Também o presidente da Federação de Bombeiros de Bragança, Diamantino Lopes, admite que se o preço do gasóleo continuar a subir muitas associações humanitárias "vão ser afetadas face à despesa com o transporte de doentes". "Mais tarde ou mais cedo, se nada for revisto no preço do quilómetro vamos nós financiar esse transporte", aponta.
Tanto mais que, apesar de a regularidade dos pagamentos pelo transporte de doentes estar melhor do que há uns anos, Diamantino Lopes diz que ainda "há alguns atrasos, pelo menos de dois meses".
José Roqueijo, secretário da Liga de Bombeiros Portugueses, que esteve em Bragança no aniversário da corporação, explicou que o aumento excessivo do preço do gasóleo está a criar muitos problemas aos bombeiros "porque a última atualização do preço do quilómetro para o transporte de doentes foi em 2008, ora nessa altura o combustível era mais barato e a manutenção dos carros também", sublinhou. A revisão do preço do quilómetro para fazer face à inflação é uma das reivindicações da Liga.
Glória Lopes
Jornal de Notícias
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Concerto Musical com ANTÓNIO CASSAPO: "SÓ NÓS 2"
António Cassapo arranca para mais uma digressão com o seu novo espetáculo "Só nós 2"!
Após a sua participação no programa Chuva de Estrelas e fruto da sua paixão pela música, Cassapo viu os seus temas integrarem 6 bandas sonoras de novelas da TVI, com destaque para a série Morangos com Açúcar, tendo também atuado em vários programas de rádio e televisão. Com 6 albúms de originais, mais de 300 temas, 16 singles e 14 video clips, o cantor conta atualmente com mais de 2000 espetáculos, realizados de norte a sul do país.
Dia 2 de Junho, o vocalista, autor e também compositor estará, pelas 21:30 horas, no auditório Adelina Campos, em Vila Flor, na companhia da sua guitarra onde a simplicidade, beleza, eficácia, a harmonia entre o poema e a música serão postos à prova!
A entrada é livre.
Após a sua participação no programa Chuva de Estrelas e fruto da sua paixão pela música, Cassapo viu os seus temas integrarem 6 bandas sonoras de novelas da TVI, com destaque para a série Morangos com Açúcar, tendo também atuado em vários programas de rádio e televisão. Com 6 albúms de originais, mais de 300 temas, 16 singles e 14 video clips, o cantor conta atualmente com mais de 2000 espetáculos, realizados de norte a sul do país.
Dia 2 de Junho, o vocalista, autor e também compositor estará, pelas 21:30 horas, no auditório Adelina Campos, em Vila Flor, na companhia da sua guitarra onde a simplicidade, beleza, eficácia, a harmonia entre o poema e a música serão postos à prova!
A entrada é livre.
Homem ferido após despiste na Estrada Nacional 216
Um homem de 53 anos ficou ferido na sequência de um despiste na Estrada Nacional 216 depois do cruzamento da aldeia de Castelãos no sentido Macedo de Cavaleiros.
A vítima, natural da aldeia de Morais, apresentava ferimentos ligeiros e foi transportada para a Unidade Hospitalar de Bragança.
No local estiveram dez operacionais e três viaturas, entre Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros e GNR.
Escrito por ONDA LIVRE
A vítima, natural da aldeia de Morais, apresentava ferimentos ligeiros e foi transportada para a Unidade Hospitalar de Bragança.
No local estiveram dez operacionais e três viaturas, entre Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros e GNR.
Escrito por ONDA LIVRE
Saberes Culinários - Chícharos Refogados, Batatas Guisadas com Bacalhau e Couve Penca Guisada
CHÍCHAROS (FEIJÃO FRADE) REFOGADOS
Chícharos; Azeite; Cebola; Ovos; Sal.
Num pote faz‑se um estrugido de azeite e cebola.
Deixa‑se alourar a cebola. Colocam‑se, chícharos e ficam a refogar mexendo sempre. Retiram‑se. À parte cozem‑se ovos. Comem‑se os chícharos com os ovos cozidos e cortados aos bocados.
Receita cedida pela Sr.ª Dona Silvana Maria Fernandes
Batatas; Bacalhau; Cebola; Azeite. Num pote faz‑se um estrugido com azeite e cebola.
Junta‑se água, as batatas, o bacalhau e deixa‑se apurar.
Receita cedida pela Sr.ª Dona Ana Maria Subtil
Couve penca; Ovos; Cebola; Azeite; Vinagre; Sal. Corta‑se a couve e lava‑se bem lavada. Faz‑se um estrugido com azeite e cebola, uma pitada de sal. Põem‑se as couves a refogar. Não precisam de água. Estando guisadas, batem‑se ovos bem batidos temperados com um bocadinho de vinagre e esta mistura junta‑se às couves até os ovos ficarem cozidos.
Era usual acompanharem carne ou peixe.
Receita cedida pela Sr.ª Dona Maria Assunção Gonçalves
Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Publicação da Câmara Municipal de Bragança
Mirandela acolheu III Seminário de Intercâmbio de Experiências no âmbito da educação do Eixo Atlântico
Mirandela está a colocar-se no mapa e na linha da frente ao estar politicamente a participar de forma mais activa no Eixo Atlântico.
Quem o diz é Xoán Marquéz Mao, o secretário-geral desta entidade sem fins lucrativos que se dedica a apoiar iniciativas que fomentem a cooperação transfronteiriça. Foi sob esta perspectiva que o terceiro seminário de intercâmbio de experiências no âmbito da educação aconteceu aqui. Esta reunião tem acolhido a partilha de experiências transfronteiriças que continua a ser uma forte aposta dos municípios do eixo atlântico, que envolve 34 vilas e cidades dos dois lados da fronteira.
O secretário-geral falou ainda da aposta no interior como uma necessidade fulcral e disse que é preciso que se crie uma preparação para a mudança e para novos fundos na área da investigação, da inovação e do ambiente. "Esta é uma das zonas mais ricas em matéria ambiental e por precisa de apoio para manter essa qualidade. O trabalho que faz o eixo é de alguma forma um trabalho de aproximação mas as câmaras também têm que preparar-se e abrir a mente, saber que há fundos para outras áreas que não as tradicionais e preparar assim as suas estruturas para captar os seus fundos", explicou.
Presidente da Câmara Municipal de Mirandela, Júlia Rodrigues diz que esta é uma parceria estratégica sob a perspectiva dos planos políticos que quer implementar no concelho e que é uma forma de melhorar os serviços de cultura e educação. "O facto de nós termos boa qualidade de ensino, podermos fixar jovens e a nossa prioridade absoluta ser o emprego, obriga-nos a ter bons índices de sucesso escolar, boas instalações escolares e espaços culturais para que as nossas crianças possam usufruir das mesmas condições que os jovens do litoral", disse a autarca.
Diretor da Agência Erasmus Mais Juventude em Acção, Luís Alves, diz que os munícipios são cada vez mais espaços importantes para o desenvolvimento de políticas de juventude e que têm assim recorrido a este programa de forma mais activa. "Hoje as câmaras municipais recorrem já a este programa para o desenvolvimento das suas iniciativas, como intercâmbios de jovens, acolhimento e envio de voluntários para outros países, mas também o diálogo estruturado que procura envolver os jovens nas tomadas de decisão do seu munícipio", explicou Luís Alves.
No dia 15 de junho Mirandela recebe ainda a comissão executiva do Eixo Atlântico.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
Quem o diz é Xoán Marquéz Mao, o secretário-geral desta entidade sem fins lucrativos que se dedica a apoiar iniciativas que fomentem a cooperação transfronteiriça. Foi sob esta perspectiva que o terceiro seminário de intercâmbio de experiências no âmbito da educação aconteceu aqui. Esta reunião tem acolhido a partilha de experiências transfronteiriças que continua a ser uma forte aposta dos municípios do eixo atlântico, que envolve 34 vilas e cidades dos dois lados da fronteira.
O secretário-geral falou ainda da aposta no interior como uma necessidade fulcral e disse que é preciso que se crie uma preparação para a mudança e para novos fundos na área da investigação, da inovação e do ambiente. "Esta é uma das zonas mais ricas em matéria ambiental e por precisa de apoio para manter essa qualidade. O trabalho que faz o eixo é de alguma forma um trabalho de aproximação mas as câmaras também têm que preparar-se e abrir a mente, saber que há fundos para outras áreas que não as tradicionais e preparar assim as suas estruturas para captar os seus fundos", explicou.
Presidente da Câmara Municipal de Mirandela, Júlia Rodrigues diz que esta é uma parceria estratégica sob a perspectiva dos planos políticos que quer implementar no concelho e que é uma forma de melhorar os serviços de cultura e educação. "O facto de nós termos boa qualidade de ensino, podermos fixar jovens e a nossa prioridade absoluta ser o emprego, obriga-nos a ter bons índices de sucesso escolar, boas instalações escolares e espaços culturais para que as nossas crianças possam usufruir das mesmas condições que os jovens do litoral", disse a autarca.
Diretor da Agência Erasmus Mais Juventude em Acção, Luís Alves, diz que os munícipios são cada vez mais espaços importantes para o desenvolvimento de políticas de juventude e que têm assim recorrido a este programa de forma mais activa. "Hoje as câmaras municipais recorrem já a este programa para o desenvolvimento das suas iniciativas, como intercâmbios de jovens, acolhimento e envio de voluntários para outros países, mas também o diálogo estruturado que procura envolver os jovens nas tomadas de decisão do seu munícipio", explicou Luís Alves.
No dia 15 de junho Mirandela recebe ainda a comissão executiva do Eixo Atlântico.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
Livro Anfíbios e Répteis de Portugal foi apresentado ontem em Bragança
O Livro Anfíbios e Répteis de Portugal da autoria de Ernestino Maravalhas e Albano Soares foi apresentado ontem, no Instituto Politécnico de Bragança.
Este guia fotográfico é constituído por 320 páginas, com mais de 400 fotografias, mapas que permitem identificar as espécies presentes em Portugal, como conta um dos autores do livro, Ernestino Maravalhas: “é um guia fotográfico que contém informação científica, mas também informação divulgativa”.
O autor destaca ainda que este livro é destinado para todo o tipo de público: “desde jovens estudantes, assim como para um curioso da natureza e naturalistas”.
O Livro Anfíbios e Répteis de Portugal foi publicado a 10 de Março deste ano e é uma edição bilingue. Para o ano, o autor, que já apresentou um dos guias considerado como um dos melhores do mundo, em associação com autores espanhóis vai lançar o Guia das Libélulas da Península Ibérica.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
Clica na capa do livro para o obter em formato digital
Este guia fotográfico é constituído por 320 páginas, com mais de 400 fotografias, mapas que permitem identificar as espécies presentes em Portugal, como conta um dos autores do livro, Ernestino Maravalhas: “é um guia fotográfico que contém informação científica, mas também informação divulgativa”.
O autor destaca ainda que este livro é destinado para todo o tipo de público: “desde jovens estudantes, assim como para um curioso da natureza e naturalistas”.
O Livro Anfíbios e Répteis de Portugal foi publicado a 10 de Março deste ano e é uma edição bilingue. Para o ano, o autor, que já apresentou um dos guias considerado como um dos melhores do mundo, em associação com autores espanhóis vai lançar o Guia das Libélulas da Península Ibérica.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
Clica na capa do livro para o obter em formato digital
Vinhais vai receber dois projectos para combater o insucesso escolar
Vinhais vai receber dois projectos para ajudar os alunos com dificuldades escolares, nomeadamente, para reduzir a taxa de retenções e abandono escolar.
O projecto tem o nome de Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar – PIICIE, e é promovido pela CIM Terras de Trás-os-Montes em conjunto com o município e as escolas. Rui Caseiro, o secretário-geral da CIM, explica que em Vinhais vai ser criada uma equipa multidisciplinar: “contratação de 4 técnicos superiores, numa equipa multidisciplinar em áreas que a escola não dispõe para apoiar os alunos que têm mais dificuldade” contou Rui Caseiro.
A equipa vai ser constituída por um psicólogo, terapeuta da fala, técnico de motricidade e um educador social. O outro projecto é um projecto-piloto que vai introduzir novas metodologias aos professores: “apresentar novas metodologias decorrentes da investigação que possam ser transmitidas aos instrutores. Vai contemplar a capacitação de técnicos ligados ao ensino superior” acrescentou o secretário-geral da CIM.
Os projectos agora apresentados do PIICIE para o concelho de Vinhais, Macedo e Bragança têm o valor de 520 mil euros e fazem parte da estratégia global de 22 projectos da CIM Terras de Trás-os-Montes para combater o problema do insucesso escolar com um valor de 6,3 milhões de euros.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
O projecto tem o nome de Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar – PIICIE, e é promovido pela CIM Terras de Trás-os-Montes em conjunto com o município e as escolas. Rui Caseiro, o secretário-geral da CIM, explica que em Vinhais vai ser criada uma equipa multidisciplinar: “contratação de 4 técnicos superiores, numa equipa multidisciplinar em áreas que a escola não dispõe para apoiar os alunos que têm mais dificuldade” contou Rui Caseiro.
A equipa vai ser constituída por um psicólogo, terapeuta da fala, técnico de motricidade e um educador social. O outro projecto é um projecto-piloto que vai introduzir novas metodologias aos professores: “apresentar novas metodologias decorrentes da investigação que possam ser transmitidas aos instrutores. Vai contemplar a capacitação de técnicos ligados ao ensino superior” acrescentou o secretário-geral da CIM.
Os projectos agora apresentados do PIICIE para o concelho de Vinhais, Macedo e Bragança têm o valor de 520 mil euros e fazem parte da estratégia global de 22 projectos da CIM Terras de Trás-os-Montes para combater o problema do insucesso escolar com um valor de 6,3 milhões de euros.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
Alfândega da Fé quer ser uma Smart Community
O município de Alfândega da Fé está empenhado em receber a certificação de Smart Community – Comunidade Inteligente, e a semana passada deram mais um passo nesse sentido.
De forma a comemorar o Dia Nacional da Energia, que se assinalou ontem, foram feitas várias ações de sensibilização para a poupança energética, como explica a autarca, Berta Nunes.
“Fizemos uma campanha que incluiu colaboradores do município e jovens, particularmente da pré-primária.
Os colaboradores foram sensibilizados para a importância da poupança de energia com o alerta para questões como o desligar das luzes, do computador, não utilizar o ar condicionado se não for necessário, ou seja, uma série de medidas que são simples mas que, muitas vezes, as pessoas esquecem e acabam por fazer com que se gaste mais energia.
No caso das crianças, a nossa equipa de educação ambiental trabalhou com elas questões sobre as energias alternativas e as várias formas energéticas que existem para que elas as consigam identificar.
No fundo, o nosso objetivo é trabalhar para temos um município eficiente do ponto de vista energético.”
E além da sensibilização, há outras iniciativas a decorrer com vista a promover um melhor aproveitamento energético naquele concelho, sublinha a autarca.
“Além de se sensibilizar as pessoas para poupar energia, queremos dar-lhes também mais informação para que possam fazer escolhas mais informadas nessa matéria, nomeadamente com um maior investimento em painéis solares para autoconsumo, temos também um projeto, o Netefficity, em que as pessoas que aderirem têm a possibilidade de monitorizar o consumo de energia, comparando-se com os outros utilizadores, através de uma aplicação no telemóvel. Também estamos com uma campanha para substituir as luzes que temos atualmente por LEDs, o que também ajuda a poupar bastante.”
Berta Nunes, que é também vice-presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, avançou ainda que, em breve, será apresentado um projeto para atribuição de uma viatura elétrica a todos os municípios dessa comunidade intermunicipal.
“Essa medida faz parte de um projeto de toda a CIM que será brevemente apresentado.
É um projeto alargado que contempla a aquisição de viaturas eléctricas para todos os municípios e que funcionarão como balcões móveis.
A CIM também tem estado a trabalhar nestas questões ligadas à energética.”
Alfândega da Fé é um dos municípios que pertencem à rede europeia de autarquias que se comprometem a trabalhar para prevenir o agravamento das alterações climáticas.
Escrito por ONDA LIVRE
De forma a comemorar o Dia Nacional da Energia, que se assinalou ontem, foram feitas várias ações de sensibilização para a poupança energética, como explica a autarca, Berta Nunes.
“Fizemos uma campanha que incluiu colaboradores do município e jovens, particularmente da pré-primária.
Os colaboradores foram sensibilizados para a importância da poupança de energia com o alerta para questões como o desligar das luzes, do computador, não utilizar o ar condicionado se não for necessário, ou seja, uma série de medidas que são simples mas que, muitas vezes, as pessoas esquecem e acabam por fazer com que se gaste mais energia.
No caso das crianças, a nossa equipa de educação ambiental trabalhou com elas questões sobre as energias alternativas e as várias formas energéticas que existem para que elas as consigam identificar.
No fundo, o nosso objetivo é trabalhar para temos um município eficiente do ponto de vista energético.”
E além da sensibilização, há outras iniciativas a decorrer com vista a promover um melhor aproveitamento energético naquele concelho, sublinha a autarca.
“Além de se sensibilizar as pessoas para poupar energia, queremos dar-lhes também mais informação para que possam fazer escolhas mais informadas nessa matéria, nomeadamente com um maior investimento em painéis solares para autoconsumo, temos também um projeto, o Netefficity, em que as pessoas que aderirem têm a possibilidade de monitorizar o consumo de energia, comparando-se com os outros utilizadores, através de uma aplicação no telemóvel. Também estamos com uma campanha para substituir as luzes que temos atualmente por LEDs, o que também ajuda a poupar bastante.”
Berta Nunes, que é também vice-presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, avançou ainda que, em breve, será apresentado um projeto para atribuição de uma viatura elétrica a todos os municípios dessa comunidade intermunicipal.
“Essa medida faz parte de um projeto de toda a CIM que será brevemente apresentado.
É um projeto alargado que contempla a aquisição de viaturas eléctricas para todos os municípios e que funcionarão como balcões móveis.
A CIM também tem estado a trabalhar nestas questões ligadas à energética.”
Alfândega da Fé é um dos municípios que pertencem à rede europeia de autarquias que se comprometem a trabalhar para prevenir o agravamento das alterações climáticas.
Escrito por ONDA LIVRE
Notícias da aldeia
Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Hoje levantei-me cedo para sentir o orvalho e a relva molhada. As folhas das couves tinham pérolas, gotas de água que brilhavam aos primeiros raios de sol que se levantava preguiçoso lá para os lados do Cabeço. Os pássaros já tinham acordado há muito tempo e regalavam-se depenicando as alfaces novas.
- Vá lá pássaros madrugadores já chega… o pequeno-almoço está a ser demorado! É de boa vizinhança deixarem também algumas alfaces para mim!
Eles compreenderam e em bando voaram para cima da oliveira, embora alguns, mal dispostos que pensam que só tem direitos e não tem deveres, tenham refilado por lhe ter interrompido o repasto tão fresco.
Estávamos nesta pequena contenda quando vejo o caracol, meio envergonhado, pois também ele, já fora da casa, estava a refastelar-se comendo os rebentos mais frescos das couves novas.
- Não fiques envergonhado, caracol, há tanto tempo que não te via fora da tua casa que é bom ver-te todo esticado … ao sol… fora de casa exibindo as tuas longas antenas que talvez sirvam para comunicar com os outros caracóis espalhados pelo mundo!
Mas o caracol ficou envergonhado e discretamente recolheu-se em casa… fazendo-se de morto! E eu pensei, os pássaros são tantos e comem muito e ainda reclamam em cima da oliveira. O caracol… sozinho… ficou envergonhado e recolheu-se na sua casa sem dizer nada.
Pois é assim… os ricos comem tudo e querem comer cada vez mais, enquanto os pobres envergonhados da sua miséria se escondem em casa… e não dizem nada!
...e assim vai o mundo!
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Hoje levantei-me cedo para sentir o orvalho e a relva molhada. As folhas das couves tinham pérolas, gotas de água que brilhavam aos primeiros raios de sol que se levantava preguiçoso lá para os lados do Cabeço. Os pássaros já tinham acordado há muito tempo e regalavam-se depenicando as alfaces novas.
- Vá lá pássaros madrugadores já chega… o pequeno-almoço está a ser demorado! É de boa vizinhança deixarem também algumas alfaces para mim!
Eles compreenderam e em bando voaram para cima da oliveira, embora alguns, mal dispostos que pensam que só tem direitos e não tem deveres, tenham refilado por lhe ter interrompido o repasto tão fresco.
Estávamos nesta pequena contenda quando vejo o caracol, meio envergonhado, pois também ele, já fora da casa, estava a refastelar-se comendo os rebentos mais frescos das couves novas.
- Não fiques envergonhado, caracol, há tanto tempo que não te via fora da tua casa que é bom ver-te todo esticado … ao sol… fora de casa exibindo as tuas longas antenas que talvez sirvam para comunicar com os outros caracóis espalhados pelo mundo!
Mas o caracol ficou envergonhado e discretamente recolheu-se em casa… fazendo-se de morto! E eu pensei, os pássaros são tantos e comem muito e ainda reclamam em cima da oliveira. O caracol… sozinho… ficou envergonhado e recolheu-se na sua casa sem dizer nada.
Pois é assim… os ricos comem tudo e querem comer cada vez mais, enquanto os pobres envergonhados da sua miséria se escondem em casa… e não dizem nada!
...e assim vai o mundo!
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
Brigada de Intervenção celebra o seu 12º aniversário - Cerimónia militar será presidida pelo Chefe de Estado-Maior do Exército
As comemorações do Dia da Brigada de Intervenção acontecerão hoje, dia 30 de maio, pelas 11h30, na Avenida Sá Carneiro, onde terá lugar um desfile com 40 viaturas e centenas de militares.
Irá decorrer em Bragança, já amanhã, dia 30 de maio, pelas 11h30, na Avenida Sá Carneiro, a cerimónia militar comemorativa do 12º aniversário da Brigada de Intervenção.
As comemorações do Dia da Brigada de Intervenção, sediada em Coimbra, iniciaram-se em Bragança no dia 26 de maio, com a realização de atividades didáticas para a população, uma exposição de material militar no Largo São João de Deus e ainda com rastreios médicos à população Bragantina, disponibilizados gratuitamente por uma equipa sanitária do Exército.
De sublinhar que a Brigada de Intervenção assegura, neste momento, a presença de 160 militares no Afeganistão e 45 na República Centro Africana, sendo que, ao longo dos seus 12 anos de existência, já projetou cerca de 9500 militares para os mais diversos Teatros de Operações.
A cerimónia militar será presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército e contará com o desfile apeado e motorizado das principais forças e meios que a Brigada de Intervenção, enquanto “Grande Unidade do Exército”, coloca ao serviço de Portugal e dos portugueses.
GALERIA FOTOGRÁFICA.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
Irá decorrer em Bragança, já amanhã, dia 30 de maio, pelas 11h30, na Avenida Sá Carneiro, a cerimónia militar comemorativa do 12º aniversário da Brigada de Intervenção.
As comemorações do Dia da Brigada de Intervenção, sediada em Coimbra, iniciaram-se em Bragança no dia 26 de maio, com a realização de atividades didáticas para a população, uma exposição de material militar no Largo São João de Deus e ainda com rastreios médicos à população Bragantina, disponibilizados gratuitamente por uma equipa sanitária do Exército.
De sublinhar que a Brigada de Intervenção assegura, neste momento, a presença de 160 militares no Afeganistão e 45 na República Centro Africana, sendo que, ao longo dos seus 12 anos de existência, já projetou cerca de 9500 militares para os mais diversos Teatros de Operações.
A cerimónia militar será presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército e contará com o desfile apeado e motorizado das principais forças e meios que a Brigada de Intervenção, enquanto “Grande Unidade do Exército”, coloca ao serviço de Portugal e dos portugueses.
GALERIA FOTOGRÁFICA.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
terça-feira, 29 de maio de 2018
Mau tempo: Enxurrada corta EN-102 que liga Moncorvo a Bragança
A chuva intensa que caiu esta tarde no concelho de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, provocou o corte do trânsito da Estrada Nacional (EN 102), junto à Quinta da Terrincha, avançou à Lusa fonte da GNR.
De acordo com a fonte, registaram-se vários desmoronamentos de terras em diversos pontos daquela via, que liga Torre de Moncorvo a Bragança.
O Comandado Distrital de Operações e Socorro de Bragança (CDOS) indicou que foi enviada àquele ponto da EN-102 uma máquina retroescavadora para ajudar a retirar as massas de terra que ocupam a via.
"O trânsito está cortado nos dois sentidos, junto à Quinta da Terrincha. Segundo a minha contagem, no local haveria cerca de meia centena de viaturas ligeiras e pesadas paradas. Em pouco mais de meia hora assisti a pelo menos a dois desmoronamentos de terra, que complicaram ainda mais situação inicial", disse à Lusa João Castanho, um dos automobilistas que se encontra parado no local.
Segundo o CDOS, no local estão 15 operacionais dos bombeiros de Torre de Moncorvo, apoiados por cinco viaturas e uma máquina retroescavadora da autarquia. A estas equipas juntam-se militares da GNR.
Os bombeiros também acudiram, na tarde de hoje, a várias inundações em habitações e outros movimentos de terras registados na vila de Torre de Moncorvo.
Agência Lusa
De acordo com a fonte, registaram-se vários desmoronamentos de terras em diversos pontos daquela via, que liga Torre de Moncorvo a Bragança.
O Comandado Distrital de Operações e Socorro de Bragança (CDOS) indicou que foi enviada àquele ponto da EN-102 uma máquina retroescavadora para ajudar a retirar as massas de terra que ocupam a via.
"O trânsito está cortado nos dois sentidos, junto à Quinta da Terrincha. Segundo a minha contagem, no local haveria cerca de meia centena de viaturas ligeiras e pesadas paradas. Em pouco mais de meia hora assisti a pelo menos a dois desmoronamentos de terra, que complicaram ainda mais situação inicial", disse à Lusa João Castanho, um dos automobilistas que se encontra parado no local.
Segundo o CDOS, no local estão 15 operacionais dos bombeiros de Torre de Moncorvo, apoiados por cinco viaturas e uma máquina retroescavadora da autarquia. A estas equipas juntam-se militares da GNR.
Os bombeiros também acudiram, na tarde de hoje, a várias inundações em habitações e outros movimentos de terras registados na vila de Torre de Moncorvo.
Agência Lusa
CONVITE à NOITE
Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UM HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas..."
Mesmo que a tua presença
Seja apenas brisa a roçar
A minha mente inquieta.
Mesmo que o desejo
Seja apenas um movimento
Louco e violento…
Mesmo que a teimosia…
Durma comigo na cama…
Numa incapacidade total.
Onde a ausência é amor
Onde a lágrima é sorriso…
E o sorriso esvoaça!
O desejo permanece
No sonho que lentamente acontece
Na solidão que me aquece…
Num acariciar tardio…
Na paixão que não passa
No amor que não esmorece
O corpo vai esvaziando…
Mesmo sabendo que ela…
Nua, na cama arrefece.
Convidei a noite…
Num convite ambíguo…
A vir todas as noites…
A dormir comigo.
Maria da Conceição Marques, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participei nas colectâneas:
POEMA-ME
POETAS DE HOJE
SONS DE POETAS
A LAGOA E A POESIA
A LAGOA O MAR E EU
PALAVRAS DE VELUDO
APENAS SAUDADE
UM GRITO À POBREZA
CONTAS-ME UM HISTÓRIA
RETRATO DE MIM.
ECLÉTICA I
ECLÉTICA II
5 SENTIDOS
REUNIR ESCRITAS É POSSÍVEL – Projecto da Academia de Letras Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina
Livros editados:
-O ROSEIRAL DOS SENTIDOS
-SUSPIROS LUNARES
-DELÍRIOS DE UMA PAIXÃO
-ENTRE CÉU E O MAR
-UMA ETERNA MARGARIDA
Academia dos Santos Mártires promoveu debate mobilidade de pessoas com deficiência
Os principais problemas que Bragança apresenta ao nível da acessibilidade, nomeadamente para pessoas com mobilidade reduzida, foi uma dos temas que mereceu destaque no primeiro debate: "A arte de criar uma sociedade cada vez mais inclusiva".
A iniciativa foi acolhida e promovida pela Academia dos Santos Mártires no âmbito do Programa Erasmus+ - Art of Inclusion. O testemunho do residente desta instituição, Amílcar Ruano, que se desloca numa cadeira de rodas eléctrica, foi um dos que fez parte do debate: “se quiser andar na rua em Bragança, ando pela via onde andam os carros e arrisco a minha vida e é a maior dificuldade. Para chegar a uma determinada rua tenho que me deslocar andar bastante" contou Amílcar Ruano.
A moderar o debate e também a dar o seu testemunho, uma vez que é cego, esteve o presidente da associação Rionor, Francisco Alves, para quem andar pela cidade é por vezes complicado: “eu consigo fazer já grandes trajectos sozinho, contornando os obstáculos. Bragança tem três situações que podem provocar grandes acidentes, como a colocação das esplanadas nos passeios, monumentos que estão à altura da cabeça e aquele passeio na Rua da República que, de repente, passa de um palmo para 60 centímetros”.
Contrabalançando com estas opiniões, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, baseou a sua intervenção na apresentação do Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), um dos três instrumentos que compõe o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e afirma que há várias acções definidas para facilitar a mobilidade: “temos definidas várias acções para que a mobilidade seja mais facilitada na cidade. A título de exemplo, nas zonas pedonais poderá ser realizado o rebaixamento de passeios, a sobreelevação de passadeiras, a colocação de passadeiras inteligentes e a obra do resto da circular urbana de Bragança” esclareceu o presidente.
Para além disto, o PAMUS prevê que sejam, por exemplo, criados novos abrigos na rede de transportes públicos, um serviço de transporte a pedido para zonas do concelho sem acesso à rede de transportes actual e a construção de um elevador panorâmico junto ao Teatro Municipal. No final do ano, prevê-se que a cidade conte já com dois autocarros 100% eléctricos.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
A iniciativa foi acolhida e promovida pela Academia dos Santos Mártires no âmbito do Programa Erasmus+ - Art of Inclusion. O testemunho do residente desta instituição, Amílcar Ruano, que se desloca numa cadeira de rodas eléctrica, foi um dos que fez parte do debate: “se quiser andar na rua em Bragança, ando pela via onde andam os carros e arrisco a minha vida e é a maior dificuldade. Para chegar a uma determinada rua tenho que me deslocar andar bastante" contou Amílcar Ruano.
A moderar o debate e também a dar o seu testemunho, uma vez que é cego, esteve o presidente da associação Rionor, Francisco Alves, para quem andar pela cidade é por vezes complicado: “eu consigo fazer já grandes trajectos sozinho, contornando os obstáculos. Bragança tem três situações que podem provocar grandes acidentes, como a colocação das esplanadas nos passeios, monumentos que estão à altura da cabeça e aquele passeio na Rua da República que, de repente, passa de um palmo para 60 centímetros”.
Contrabalançando com estas opiniões, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, baseou a sua intervenção na apresentação do Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), um dos três instrumentos que compõe o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e afirma que há várias acções definidas para facilitar a mobilidade: “temos definidas várias acções para que a mobilidade seja mais facilitada na cidade. A título de exemplo, nas zonas pedonais poderá ser realizado o rebaixamento de passeios, a sobreelevação de passadeiras, a colocação de passadeiras inteligentes e a obra do resto da circular urbana de Bragança” esclareceu o presidente.
Para além disto, o PAMUS prevê que sejam, por exemplo, criados novos abrigos na rede de transportes públicos, um serviço de transporte a pedido para zonas do concelho sem acesso à rede de transportes actual e a construção de um elevador panorâmico junto ao Teatro Municipal. No final do ano, prevê-se que a cidade conte já com dois autocarros 100% eléctricos.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
Nós, Transmontanos, Sefarditas e Marranos - DIOGO HENRIQUES, ALIÁS, ABRAHAM BUENO (N. MEDINA DE RIO SECO C. 1620)
Um dos filhos de António Henriques, o Fastio, chamou-se Pedro Henriques, o qual casou com Ana Vaz, irmã de Pero Henriques, o Cavaleiro. O casal morava na Rua do Concelho, em Torre de Moncorvo, aquando da visitação do inquisidor Jerónimo de Sousa, em 1583. Foram denunciados como judaizantes, por uma Ana Pires, nos seguintes termos:
- Disse mais que ela foi forneira haverá dois anos, em um forno da Fonte do Concelho e tinha por vizinhos (…) Pedro Henriques Fastio, mercador, casado com Ana Vaz (…) e as mulheres destes eram suas freguesas e coziam no seu forno, e nunca cozeram ao sábado, e nunca as viu fiar nem fazer outro serviço, levantavam-se muito tarde e abriam as suas portas e janelas tarde, o que ela via por estar atenta a isso, e que nos outros dias, assim aos domingos como pelos mais dias da semana, se levantavam sempre muito cedo, o que faziam elas e seus maridos e assim os via nos ditos sábados trazerem camisas lavadas e as mulheres toucados limpos e visitavam-se umas às outras. (1)
Talvez por não haver mais denúncias, Pedro e Ana não foram incomodados pela inquisição, naquela altura. Por 1620, na sequência da prisão de Manuel Rodrigues Isidro, certamente receando ser também presos, meteram-se em fuga para Espanha, levando consigo os filhos, que seriam dois: o Manuel e uma rapariga cujo nome ignoramos.
Ana levava no ventre um terceiro filho e, chegando a Medina de Rio Seco, não aguentou mais, dando à luz uma criança que ali batizaram com o nome de Diogo Henriques. Em Medina terão permanecido por 10 meses, posto o que se meteram a caminho de França, indo assentar casa em La Bastide de Clarence, região da Gasconha. Ali chegariam nessa mesma altura outros membros do clã familiar dos Fastio, nomeadamente, o tio paterno de Diogo, António Henriques e sua mulher Filipa da Mesquita, também sua tia, pelo lado materno. Assim como a filha destes, Filipa da Mesquita e o marido, Francisco Álvares Frade, natural de Mogadouro. (2)
Nesta parte de França haveria uma certa liberdade religiosa e os hebreus professavam mais ou menos publicamente a lei de Moisés, se bem que não lhes fosse permitido ter sinagogas, nem manifestações públicas de sua religião. Diogo seria logo mandado circuncidar, recebendo então o nome judeu de Abraham Bueno. E, se bem que frequentasse a catequese com as crianças católicas, aprenderia, em paralelo, a lei de Moisés, uma educação algo esmerada, com um mestre “judeu”. E chegado aos 12-13 anos, começaria a acompanhar o pai e os parentes na vida de mercador ambulante. Nas suas deambulações terá conhecido a cidade de Tartas, onde morava Cristóvão Luís, com sua família, fugido de Bragança, em cuja casa ficaria hospedado. A relação com um dos filhos de Cristóvão (Isaac Tartas) (3) haveria de prolongar-se por Amesterdão e Recife.
Aos 15 anos, Bueno andava comprando e vendendo pelos reinos de Castela, Aragão e Navarra, detendo-se em Madrid por espaço de 7 meses.
Por 1637, faleceu o pai, Pedro Henriques e Ana Vaz e os filhos deixaram La Bastide e foram-se a viver em Amesterdão, a grande metrópole judaica da época. Ali, sim podiam abertamente professar a lei de Moisés e apresentar-se com os nomes judeus que, entretanto tomaram, dos quais conhecemos: Rachel Baruch (Violante Henriques), Ester (Catarina) e Jacob Bueno. Escusado será dizer que, em Amesterdão encontraram os Bueno alguns parentes e muitos conhecidos e amigos de Vila Flor e Torre de Moncorvo.
Naquele tempo os Holandeses tinham uma grande marinha mercante e adotaram uma política de criação de colónias e construção de um império. E, contrariamente aos espanhóis e portugueses, onde o comércio marítimo e a defesa das colónias dependia do Estado, na Holanda criaram-se duas grandes empresas capitalistas que receberam do Estado o monopólio do comércio e responsabilidades de administração e defesa das colónias: a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais.
Nesta política de expansão, os holandeses, que já dominavam algumas regiões do mar das Caraíbas, tomaram o Recife, no coração da região açucareira do Brasil e implantaram ali a capital do chamado Brasil Holandês, que se estendeu pelo Rio de S. Francisco e capitania de Pernambuco. E ao Brasil Holandês acorreram muitos portugueses da nação hebreia, com financiamento e apoio comercial da Companhia das Índias Ocidentais.
Entre os muitos dos nossos conhecidos de Vila Flor, Torre de Moncorvo e Trás-os-Montes que então deixaram Amesterdão e rumaram ao Recife e Pernambuco, contaram-se Ana Vaz, os seus 4 filhos solteiros, as duas filhas e respetivos maridos. (4) Dos filhos de Ana Vaz, apenas um terá ficado pela Europa, na região da Gasconha, em França – Jacob Bueno. (5)
A partir de 1644, quando Maurício de Nassau entrou em choque com os diretores da Companhia das Índias Ocidentais e deixou o governo do Recife, os Portugueses iniciaram a recuperação da colónia. E entre os prisioneiros que os Portugueses fizeram, mereceu tratamento especial um grupo de 10 “judeus”, entre eles o já citado Isaac de Tartas, aliás, José de Lis e o nosso biografado, pelos outros identificado como “o Judeu francês”.
Depois de preso no Rio de S. Francisco, em Maio de 1646, Abraham foi enviado para a Baía e ali interrogado pelo bispo D. Pedro da Silva. Dali foi embarcado para a inquisição de Lisboa, dando entrada nos cárceres da penitência. A qui, tratava-se de averiguar se Abraham era mesmo judeu e nunca fora batizado. Nesse caso, não seria processado pela inquisição.
Foi este o caminho que Abraão tentou seguir, na sua defesa. Disse que nunca foi batizado e logo em pequeno foi circuncidado, pois no lugar onde os pais moravam havia liberdade de crença, por um tributo que pagavam ao rei de França. Sobre isto foram ouvidas várias testemunhas, entre elas o embaixador de França em Lisboa, que todas afirmaram que só na cidade de Metz isso era possível. De resto, em toda a França era obrigatório o batismo de todas as crianças.
Acabou o prisioneiro por contar toda a verdade sobre a sua vida, confessar que foi batizado em Espanha, onde lhe puseram o nome de Diogo Henriques e que foi depois circuncidado, secretamente, tornando-se judeu, com o nome de Abraham Bueno.
Logicamente, foi então mandado meter nos cárceres secretos, (5) com sequestro de bens. O processo correu, com o promotor a formular a acusação de herege, apóstata, diminuto e fingido e a pedir que fosse relaxado à justiça secular.
Entre os companheiros de cela, teve o padre António Nabo de Mendonça, cuja missão seria ensinar-lhe a doutrina cristã, mas que, na realidade, servia de bufo, em busca de mais culpas contra ele. Foi contar aos inquisidores que Abraham era um fingido, que sabia perfeitamente a doutrina cristã e que até sabia ajudar à missa. Acrescentou que sabia latim “mostrava ter princípios de ciência e filosofia e sabia muitas escrituras do testamento velho e novo”. Mais disse que, falando da teologia sagrada, Bueno lhe dissera que a teologia de Portugal “era uma pequena de trampa e uma panela sem água e adubo e somente as nações que sabiam o hebraico tinham verdadeiro sentido da sagrada escritura”
O padre Mendonça fora também companheiro de cela de Isaac Tartas. Testemunhou que ambos argumentavam e se defendiam de maneira muito semelhante e usando argumentos parecidos. Por isso, em uma das audiências, perante os inquisidores, aventou mesmo a hipótese de Bueno e Tartas serem irmãos e que o Bueno já fora prisioneiro da inquisição de Madrid e contara ao Tartas como era a vida dentro dos cárceres. Defendeu-se o Diogo, dizendo que o padre se movia por ódio contra ele e contra o Tartas. E explicou aos senhores inquisidores que o seu arrependimento era tão verdadeiro e a vontade de ser bom cristão muito grande, que se empenhou com toda a força a aprender a doutrina cristã com os companheiros de cela, pelo que rapidamente a aprendeu.
Entrou também a denunciar familiares, amigos e conhecidos que com ele judaizaram em La Bastide de Clarence, em Amesterdão e Pernambuco. Acabou o processo com Diogo Henriques saindo condenado em cárcere e hábito perpétuo, no auto da fé de 15 de dezembro de 1647. Tinha apenas 27 anos quando ganhou a liberdade. Nós, porém, não temos informação segura sobre a sua vida a partir daí.
Notas:
1-ANTT, inq. Coimbra, livro 662, f. 65v.
2-António Henriques, a mulher, a filha e o genro foram depois para a Itália.
3-ANDRADE e GUIMARÃES, Nós Trasmontano… jornal Nordeste nº 1023, de 21 de junho de 2016.
4-A irmã Violante Henriques, aliás, Rachel Baruch, casou com Isaac Baruch. Este fora de pequeno para Itália. Catarina Henriques, a outra irmã, era casada com Jacob Levi, originário de Vila Flor, filho de Manuel Francisco Resio, conhecidos também de Amesterdão.
5-ANTT, inq. Lisboa, pº 1770, de Diogo Henriques.
- Disse mais que ela foi forneira haverá dois anos, em um forno da Fonte do Concelho e tinha por vizinhos (…) Pedro Henriques Fastio, mercador, casado com Ana Vaz (…) e as mulheres destes eram suas freguesas e coziam no seu forno, e nunca cozeram ao sábado, e nunca as viu fiar nem fazer outro serviço, levantavam-se muito tarde e abriam as suas portas e janelas tarde, o que ela via por estar atenta a isso, e que nos outros dias, assim aos domingos como pelos mais dias da semana, se levantavam sempre muito cedo, o que faziam elas e seus maridos e assim os via nos ditos sábados trazerem camisas lavadas e as mulheres toucados limpos e visitavam-se umas às outras. (1)
Talvez por não haver mais denúncias, Pedro e Ana não foram incomodados pela inquisição, naquela altura. Por 1620, na sequência da prisão de Manuel Rodrigues Isidro, certamente receando ser também presos, meteram-se em fuga para Espanha, levando consigo os filhos, que seriam dois: o Manuel e uma rapariga cujo nome ignoramos.
Ana levava no ventre um terceiro filho e, chegando a Medina de Rio Seco, não aguentou mais, dando à luz uma criança que ali batizaram com o nome de Diogo Henriques. Em Medina terão permanecido por 10 meses, posto o que se meteram a caminho de França, indo assentar casa em La Bastide de Clarence, região da Gasconha. Ali chegariam nessa mesma altura outros membros do clã familiar dos Fastio, nomeadamente, o tio paterno de Diogo, António Henriques e sua mulher Filipa da Mesquita, também sua tia, pelo lado materno. Assim como a filha destes, Filipa da Mesquita e o marido, Francisco Álvares Frade, natural de Mogadouro. (2)
Nesta parte de França haveria uma certa liberdade religiosa e os hebreus professavam mais ou menos publicamente a lei de Moisés, se bem que não lhes fosse permitido ter sinagogas, nem manifestações públicas de sua religião. Diogo seria logo mandado circuncidar, recebendo então o nome judeu de Abraham Bueno. E, se bem que frequentasse a catequese com as crianças católicas, aprenderia, em paralelo, a lei de Moisés, uma educação algo esmerada, com um mestre “judeu”. E chegado aos 12-13 anos, começaria a acompanhar o pai e os parentes na vida de mercador ambulante. Nas suas deambulações terá conhecido a cidade de Tartas, onde morava Cristóvão Luís, com sua família, fugido de Bragança, em cuja casa ficaria hospedado. A relação com um dos filhos de Cristóvão (Isaac Tartas) (3) haveria de prolongar-se por Amesterdão e Recife.
Aos 15 anos, Bueno andava comprando e vendendo pelos reinos de Castela, Aragão e Navarra, detendo-se em Madrid por espaço de 7 meses.
Por 1637, faleceu o pai, Pedro Henriques e Ana Vaz e os filhos deixaram La Bastide e foram-se a viver em Amesterdão, a grande metrópole judaica da época. Ali, sim podiam abertamente professar a lei de Moisés e apresentar-se com os nomes judeus que, entretanto tomaram, dos quais conhecemos: Rachel Baruch (Violante Henriques), Ester (Catarina) e Jacob Bueno. Escusado será dizer que, em Amesterdão encontraram os Bueno alguns parentes e muitos conhecidos e amigos de Vila Flor e Torre de Moncorvo.
Naquele tempo os Holandeses tinham uma grande marinha mercante e adotaram uma política de criação de colónias e construção de um império. E, contrariamente aos espanhóis e portugueses, onde o comércio marítimo e a defesa das colónias dependia do Estado, na Holanda criaram-se duas grandes empresas capitalistas que receberam do Estado o monopólio do comércio e responsabilidades de administração e defesa das colónias: a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais.
Nesta política de expansão, os holandeses, que já dominavam algumas regiões do mar das Caraíbas, tomaram o Recife, no coração da região açucareira do Brasil e implantaram ali a capital do chamado Brasil Holandês, que se estendeu pelo Rio de S. Francisco e capitania de Pernambuco. E ao Brasil Holandês acorreram muitos portugueses da nação hebreia, com financiamento e apoio comercial da Companhia das Índias Ocidentais.
Entre os muitos dos nossos conhecidos de Vila Flor, Torre de Moncorvo e Trás-os-Montes que então deixaram Amesterdão e rumaram ao Recife e Pernambuco, contaram-se Ana Vaz, os seus 4 filhos solteiros, as duas filhas e respetivos maridos. (4) Dos filhos de Ana Vaz, apenas um terá ficado pela Europa, na região da Gasconha, em França – Jacob Bueno. (5)
A partir de 1644, quando Maurício de Nassau entrou em choque com os diretores da Companhia das Índias Ocidentais e deixou o governo do Recife, os Portugueses iniciaram a recuperação da colónia. E entre os prisioneiros que os Portugueses fizeram, mereceu tratamento especial um grupo de 10 “judeus”, entre eles o já citado Isaac de Tartas, aliás, José de Lis e o nosso biografado, pelos outros identificado como “o Judeu francês”.
Depois de preso no Rio de S. Francisco, em Maio de 1646, Abraham foi enviado para a Baía e ali interrogado pelo bispo D. Pedro da Silva. Dali foi embarcado para a inquisição de Lisboa, dando entrada nos cárceres da penitência. A qui, tratava-se de averiguar se Abraham era mesmo judeu e nunca fora batizado. Nesse caso, não seria processado pela inquisição.
Foi este o caminho que Abraão tentou seguir, na sua defesa. Disse que nunca foi batizado e logo em pequeno foi circuncidado, pois no lugar onde os pais moravam havia liberdade de crença, por um tributo que pagavam ao rei de França. Sobre isto foram ouvidas várias testemunhas, entre elas o embaixador de França em Lisboa, que todas afirmaram que só na cidade de Metz isso era possível. De resto, em toda a França era obrigatório o batismo de todas as crianças.
Acabou o prisioneiro por contar toda a verdade sobre a sua vida, confessar que foi batizado em Espanha, onde lhe puseram o nome de Diogo Henriques e que foi depois circuncidado, secretamente, tornando-se judeu, com o nome de Abraham Bueno.
Logicamente, foi então mandado meter nos cárceres secretos, (5) com sequestro de bens. O processo correu, com o promotor a formular a acusação de herege, apóstata, diminuto e fingido e a pedir que fosse relaxado à justiça secular.
Entre os companheiros de cela, teve o padre António Nabo de Mendonça, cuja missão seria ensinar-lhe a doutrina cristã, mas que, na realidade, servia de bufo, em busca de mais culpas contra ele. Foi contar aos inquisidores que Abraham era um fingido, que sabia perfeitamente a doutrina cristã e que até sabia ajudar à missa. Acrescentou que sabia latim “mostrava ter princípios de ciência e filosofia e sabia muitas escrituras do testamento velho e novo”. Mais disse que, falando da teologia sagrada, Bueno lhe dissera que a teologia de Portugal “era uma pequena de trampa e uma panela sem água e adubo e somente as nações que sabiam o hebraico tinham verdadeiro sentido da sagrada escritura”
O padre Mendonça fora também companheiro de cela de Isaac Tartas. Testemunhou que ambos argumentavam e se defendiam de maneira muito semelhante e usando argumentos parecidos. Por isso, em uma das audiências, perante os inquisidores, aventou mesmo a hipótese de Bueno e Tartas serem irmãos e que o Bueno já fora prisioneiro da inquisição de Madrid e contara ao Tartas como era a vida dentro dos cárceres. Defendeu-se o Diogo, dizendo que o padre se movia por ódio contra ele e contra o Tartas. E explicou aos senhores inquisidores que o seu arrependimento era tão verdadeiro e a vontade de ser bom cristão muito grande, que se empenhou com toda a força a aprender a doutrina cristã com os companheiros de cela, pelo que rapidamente a aprendeu.
Entrou também a denunciar familiares, amigos e conhecidos que com ele judaizaram em La Bastide de Clarence, em Amesterdão e Pernambuco. Acabou o processo com Diogo Henriques saindo condenado em cárcere e hábito perpétuo, no auto da fé de 15 de dezembro de 1647. Tinha apenas 27 anos quando ganhou a liberdade. Nós, porém, não temos informação segura sobre a sua vida a partir daí.
Notas:
1-ANTT, inq. Coimbra, livro 662, f. 65v.
2-António Henriques, a mulher, a filha e o genro foram depois para a Itália.
3-ANDRADE e GUIMARÃES, Nós Trasmontano… jornal Nordeste nº 1023, de 21 de junho de 2016.
4-A irmã Violante Henriques, aliás, Rachel Baruch, casou com Isaac Baruch. Este fora de pequeno para Itália. Catarina Henriques, a outra irmã, era casada com Jacob Levi, originário de Vila Flor, filho de Manuel Francisco Resio, conhecidos também de Amesterdão.
5-ANTT, inq. Lisboa, pº 1770, de Diogo Henriques.
RIR É O MELHOR REMÉDIO
Ser de Trás-os-Montes e ter optado por ficar, resistir às voragens que a infeliz história política deste país nos destinou e continuar a acalentar certezas de que haveria outros caminhos está a tornar-se condição de insanidade irremediável, a roçar a paranóia, que nos remete para o ridículo.
No entanto sabemos que risíveis são os sorrisos amarelos que acompanham as loas ao interior, as expressões embatucadas dos rostos dos que prometem sem querer cumprir e as justificações trôpegas sempre que são pedidas contas.
Também merecem gozo destemperado os que, de entre nós, se tornaram veneradores do centralismo que desequilibrou o território, ao serviço de desígnios nunca confessados, mas sempre com resultados que subtraíram até ao quase nada as condições de manutenção destas terras com gente dentro.
Não faltam por aí herdeiros do morgado de Caçarelhos, essa ficção/realidade que terá feito rebolar de riso a alma do grande Camilo, esperando que tal figuro servisse de lição para tempos que haveriam de chegar.
Partilhando da desilusão que o estará a acometer, fica claro que cada vez mais, em muitos dos que aqui nasceram, se constata a propensão para a mediocridade enfatuada, o oportunismo imediatista que depressa renega a condição e a cobardia cúmplice perante os que mandam e distribuem tenças e prebendas , à maneira dos tempos de glória do império breve, que nos deixou séculos na penúria.
Assim se foram criando condições para que só restem últimos suspiros sem provovar sobressaltos na festa pachorrenta e untuosa da celebração da vileza e da indignidade. De vez em quando, para aliviar o fastio, iludir a consciência ou, simplesmente, contemplar o próprio umbigo até à baba, afloram às esquinas do tempo personagens que lograriam fazer rir as próprias pedras, mesmo as fragas que moldam o carácter dos verdadeiros transmontanos.
Como se só nos restasse um golpe de misericórdia, propõem-se promover memoriais, à maneira de velórios, longe da incomodidade e da tristeza, que renegam, mas de que são corresponsáveis. Não estará longe disso a festarola que teve lugar em Lisboa, designada com ousadia Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, porque não resultou da participação dos mais interessados, os que cá vivem, nem da identificação dos passos irrecusáveis no futuro imediato para apresentar revindicações sólidas junto do poder político, muito menos da conjugação de esforços dos poderes locais na prossecução do verdadeiro interesse regional , assim como na concertação, firme e honrada, de não abandonar o combate enquanto não for revertida a ameaça que está a matar-nos todos os dias.
Não é com folestrias que se ganha o futuro. Aliás, ao mesmo tempo, decorreu outro congresso, do partido que lidera o governo, onde se ficou a saber que, afinal, a prioridade do desenvolvimento do interior, proclamada anteontem, já não o é hoje, muito menos amanhã. De facto, ninguém ouviu uma palavra ao líder sobre o assunto. Talvez porque já estarão postas em prática todas as medidas anunciadas e estaremos à porta do paraíso. Ou talvez nos estejam a preparar um fim entusiasmante: rebentar a rir.
Teófilo Vaz
in:jornalnordeste.com
No entanto sabemos que risíveis são os sorrisos amarelos que acompanham as loas ao interior, as expressões embatucadas dos rostos dos que prometem sem querer cumprir e as justificações trôpegas sempre que são pedidas contas.
Também merecem gozo destemperado os que, de entre nós, se tornaram veneradores do centralismo que desequilibrou o território, ao serviço de desígnios nunca confessados, mas sempre com resultados que subtraíram até ao quase nada as condições de manutenção destas terras com gente dentro.
Não faltam por aí herdeiros do morgado de Caçarelhos, essa ficção/realidade que terá feito rebolar de riso a alma do grande Camilo, esperando que tal figuro servisse de lição para tempos que haveriam de chegar.
Partilhando da desilusão que o estará a acometer, fica claro que cada vez mais, em muitos dos que aqui nasceram, se constata a propensão para a mediocridade enfatuada, o oportunismo imediatista que depressa renega a condição e a cobardia cúmplice perante os que mandam e distribuem tenças e prebendas , à maneira dos tempos de glória do império breve, que nos deixou séculos na penúria.
Assim se foram criando condições para que só restem últimos suspiros sem provovar sobressaltos na festa pachorrenta e untuosa da celebração da vileza e da indignidade. De vez em quando, para aliviar o fastio, iludir a consciência ou, simplesmente, contemplar o próprio umbigo até à baba, afloram às esquinas do tempo personagens que lograriam fazer rir as próprias pedras, mesmo as fragas que moldam o carácter dos verdadeiros transmontanos.
Como se só nos restasse um golpe de misericórdia, propõem-se promover memoriais, à maneira de velórios, longe da incomodidade e da tristeza, que renegam, mas de que são corresponsáveis. Não estará longe disso a festarola que teve lugar em Lisboa, designada com ousadia Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, porque não resultou da participação dos mais interessados, os que cá vivem, nem da identificação dos passos irrecusáveis no futuro imediato para apresentar revindicações sólidas junto do poder político, muito menos da conjugação de esforços dos poderes locais na prossecução do verdadeiro interesse regional , assim como na concertação, firme e honrada, de não abandonar o combate enquanto não for revertida a ameaça que está a matar-nos todos os dias.
Não é com folestrias que se ganha o futuro. Aliás, ao mesmo tempo, decorreu outro congresso, do partido que lidera o governo, onde se ficou a saber que, afinal, a prioridade do desenvolvimento do interior, proclamada anteontem, já não o é hoje, muito menos amanhã. De facto, ninguém ouviu uma palavra ao líder sobre o assunto. Talvez porque já estarão postas em prática todas as medidas anunciadas e estaremos à porta do paraíso. Ou talvez nos estejam a preparar um fim entusiasmante: rebentar a rir.
Teófilo Vaz
in:jornalnordeste.com
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