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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Abade de Baçal celebra Dia Internacional dos Museus

O espaço museológico mais emblemático da região exaltou cultura com concertos e exposições, elevou a diversidade geográfica e das gentes, dando a provar os saberes e os sabores do mundo através da Mostra Gastronómica Internacional.
Ana Maria Afonso
O Dia Internacional dos Museus foi comemorado com pompa e circunstância num dos espaços mais emblemáticos da capital nordestina, o Museu do Abade de Baçal (MAB). De 18 a 20 de maio, um programa vasto e eclético dominou não só o espaço interior como o próprio jardim que já é uma referência cultural nos dias quentes do verão transmontano.

Assim, na passada sexta, logo pela manhã, teve lugar o Jardim de Brincadeiras com atividades lúdicas para pessoas de todas as idades. Ao início da tarde, tiveram lugar as Narrativas da Tradição Oral, seguindo-se a Mostra Gastronómica Internacional nos jardins palacianos do MAB.

Tortilla (batata, cebola e ovos) de Espanha, Blatlerteig Stongen (massa folhada e queijo suíço) da Suíça, Pakoda (cebola, couve, cenoura e piripiri) da Índia, Zhà Yú (peixe frito) e Mumbels (farinha integral e recheios variados) da China, Nan (farinha de trigo, alho e queijo) do Nepal e Gattas (massa folhada e recheios variados) da Arménia foram, somente, alguns dos pratos tradicionais confecionados pelos participantes estrangeiros em representação das 12 nacionalidades a concurso.

Uma das principais responsáveis pela concretização desta iniciativa contou ao Diário de Trás-os-Montes como esta ideia surgiu. “Coincide e por sorte a nossa que dos alunos que temos vários são cozinheiros, alguns deles com restaurantes na cidade, outros que trabalham na cozinha de estabelecimentos de restauração e ainda alguns foram cozinheiros nos seus países de origem. Então, em conversa, surgiu a possibilidade de fazermos esta mostra para, também, deixar esta marca aqui no museu, em que realmente nós conseguimos fazer deste espaço maravilhoso um espaço intercultural e de partilha gastronómica”, explicou Fátima Castanheira, que integra o Secretariado Diocesano de Emigrações e Minorias Étnicas, sendo, também, professora do curso de Português para estrangeiros. O facto de personificar como a própria referiu esta “dupla representação”, ajudou a promover esta diversidade e “sendo Dia internacional Dos Museus, a Dr. Ana como diretora (do MAB) achou que faria todo o sentido nós fazermos aqui uma parceria interessante, quer enquanto migrações e minorias étnicas, quer enquanto português para estrangeiros no curso que nós temos em funcionamento na Escola Emídio Garcia”, fundamentou a docente.

“Museus Hiperconectados. Novas Abordagens. Novos Públicos.” foi a insígnia escolhida este ano pelo ICOM para solenizar o Dia Internacional dos Museus.

Feito um “balanço extremamente positivo”, Fátima Castanheira reconhece que “a realidade de Bragança, neste momento, mudou. Nós somos uma cidade intercultural, multicultural e mostrarmos esta componente gastronómica é sempre interessante porque, também, é uma forma de acolhimento destas culturas diferenciadas presentes em Bragança”. Ainda no mesmo dia, ao final da tarde, a música invadiu o MAB com o Coro Arco Íris, seguindo-se os Cantares d`Antanho.

Já no sábado, dia 19 de maio, as exposições “Memórias do Salto” e “Douro, Lugar de um Encontro Feliz” marcaram uma efeméride intitulada Noite dos Museus e que permite como já é tradição visitas gratuitas até à meia-noite.

No domingo, último dia das comemorações, a música teve um lugar de destaque com concertos vários a cargo de grupos como “Um ao Molhe” e artistas como Joana Guerra, Meta e Fee Reega.

A grande obreira não só desta iniciativa de três dias, mas também de muitas outras que têm impulsionado o crescimento do MAB, aberto as suas portas à diversidade e a todas as comunidades, bem como a distintas manifestações artísticas e culturais, projetando o bom nome do museu brigantino por toda a região, a nível nacional e, inclusive, além-fronteiras, tem sido a sua diretora, Ana Afonso.

“Toda a Europa está com portas abertas nos museus e, hoje, todo o mundo está a celebrar este espaço museu que cada vez mais se quer como uma ponte para a comunidade e para a diferença”, Ana Afonso.

Questionada sobre se, atualmente, sente o museu mais inclusivo, mais acessível à sociedade e mais disponível para as pessoas, do que quando abraçou o cargo de diretora, a responsável responde, assertivamente, “sim”. “Sinto muito que cada vez é mais procurado, cada vez mais temos público diversificado, sem dúvida, diversas solicitações, públicos e olhares diferentes, formas de estar divergentes, um espaço inclusivo. Isso eu noto, cada vez mais”, testemunhou a responsável, sublinhando que esse foi, desde o princípio, “o seu grande objetivo, que as pessoas sintam este espaço como seu”.

Ana Afonso, enquanto diretora, conduz os destinos do Museu Regional do Abade de Baçal de Bragança desde 2010, tendo a sua continuação sido oficializada em Diário da República, num despacho assinado pelo próprio diretor regional de Cultura do Norte, na sequência de um concurso público e da proposta do júri. Facto que, na altura, confessou ter-lhe agradado bastante, considerando ainda hoje como na altura que dirigir este projeto enquanto diretora do museu continua a ser um “desafio constante, mas entusiasmante”. Até porque “um espaço de memória só existe quando ela é reinterpretada no dia a dia no século XXI, perspetivando o que fomos e o que seremos”, ponderou, em jeito de reflexão, no final da sua entrevista ao Diário de Trás-os-Montes, em pleno Dia Internacional dos Museus.

Dia Internacional dos Museus: Um pouco de história

O Dia Internacional dos Museus é celebrado anualmente a 18 de maio. Instituída pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), um organismo da UNESCO, com o objetivo de promover, junto da sociedade, uma reflexão sobre o papel dos Museus no seu desenvolvimento, a data é comemorada desde o dia 18 de maio de 1977.

De acordo com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), o Dia Internacional dos Museus que teve lugar na passada sexta-feira foi assinalado com uma intensa programação de 400 atividades em 84 espaços museológicos distribuídos por 46 concelhos do país.

Dedicado, este ano, ao tema: “Museus Hiperconectados: Novas abordagens. Novos Públicos”, museus, monumentos e palácios participaram na efeméride com centenas de atividades como visitas, ateliês, palestras, exposições, concertos, encenações históricas, teatro e lançamento de livros.

“É impossível compreender o papel dos museus sem ter em conta todas as conexões que protagonizam e possibilitam. Os museus são uma parte integrante das suas comunidades, da sua herança cultural e paisagística e do seu ambiente.

Devido à tecnologia os museus podem hoje alcançar novos públicos, para além do público tradicional, assim como conseguem encontrar novas formas de aproximação das coleções aos diferentes públicos: quer através da digitalização de coleções, como usando elementos multimédia nas exposições ou simplesmente utilizando um hashtag que permite ao visitante partilhar a sua experiência nas redes sociais.

 Contudo, nem todas estas conexões se devem à tecnologia. Como os museus se esforçam por manter a sua relevância na sociedade, eles centram a sua atenção na comunidade local e nos diversos grupos que a constituem. Como resultado, estes últimos anos assistimos ao nascimento de inúmeros projetos comuns organizados por museus com a colaboração de minorias, comunidades indígenas e instituições locais. Para envolver estes novos públicos e fortalecer as suas conexões, os museus devem encontrar novas maneiras de interpretar e apresentar as suas coleções”, pode ler-se no site do ICOM.

Num dia celebrado mundialmente, vários espaços culturais têm entrada gratuita, sendo possível visitar as suas exposições e obras, assim como participar nas iniciativas preparadas para comemorar o Dia Internacional dos Museus.

De salientar, ainda, que as iniciativas do Dia Internacional dos Museus em Portugal são, habitualmente, divulgadas no site do Património Cultural a partir da segunda semana de maio.

Noite Europeia dos Museus

A Noite dos Museus, é uma iniciativa criada em 2005 pelo Ministério da Cultura e da Comunicação de França e é celebrada a 19 de maio. Nesta ocasião e com o intuito de mais pessoas poderem visitar os espaços museológicos do país, organizam-se múltiplas atividades como concertos, espetáculos de teatro e dança, visitas guiadas e encenadas, entre muitas outras, convidando os visitantes a usufruírem, em período noturno, de uma experiência diferente e enriquecedora.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

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