O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, defendeu hoje o regresso ao aeroporto da Portela da carreira aérea que liga a cidade transmontana a Portimão, cuja escala em Lisboa é feita atualmente no aeródromo de Tires, em Cascais.
A ligação aérea Bragança/Vila Real/Viseu/Lisboa/Portimão é subsidiada pelo Estado e o contrato em regime de concessão por um período de três anos, que está a terminar, implicará um novo concurso público ainda durante o ano de 2018.
O autarca social-democrata de Bragança gostaria que o concurso público alterasse o modelo atual e que a escala em Lisboa, em vez de Tires, passasse a ser no aeroporto da Portela, como acontecia anteriormente a esta concessão.
"A única sugestão que eu dou é que ela possa regressar ao formato inicial que era a paragem, na zona de Lisboa, no aeroporto da Portela e não onde está a ser feita agora, em Tires", afirmou à Lusa o autarca.
A região de Trás-os-Montes teve voos regulares durante 15 anos com a carreira aérea Bragança/Vila Real/Lisboa, subsidiada pela União Europeia em 2,5 milhões de euros anuais diretamente às operadoras.
Em novembro de 2012, o Governo decidiu suspender os voos, alegando que Bruxelas não autorizava mais este tipo de ajuda.
Depois de várias propostas, o executivo anunciou, em dezembro de 2014, que a carreira aérea iria ser retomada com o mesmo modelo de financiamento, mas com um trajeto alargado de Bragança a Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão.
O Governo disponibilizou 7,8 milhões de euros para subsidiar durante três anos a ligação.
O presidente da Câmara de Bragança afirmou, naquela ocasião, que o novo modelo não era o que desejaria, nomeadamente pelo número de paragens e por a escala em Lisboa ter sido mudada da Portela para Tires.
Hernâni Dias considerou hoje que a experiência destes três anos demonstrou que este modelo "dificulta" mais a ligação a Lisboa.
"É evidente que sim, porque há situações em que as pessoas para chegarem de Tires a Lisboa demoram muito tempo e isso é um fator de inibição de utilização da própria carreira aérea", sublinhou.
O autarca "gostaria que pudesse haver essa alteração" e defende que a aterragem na Portela "seria muito mais atrativa para toda a gente".
"Quando pensamos que usamos um avião, é para chegarmos rapidamente ao destino. Se essa garantia não nos for dada, obviamente que enveredaremos por outro tipo de transporte", acrescentou.
Hernâni Dias escusou-se a comentar o maior número de localidades incluídas na carreira aérea, afirmando que "não há um estudo para perceber se o facto de o avião aterrar em mais sítios tem um efeito mais positivo ou mais negativo"
"A verdade é que ela continua a funcionar e bem e nós entendemos que ela é necessária para o nosso território e deve continuar", declarou.
O que para o autarca "deve acontecer, é que sejam criadas as melhores condições para que quem viaja nesta carreira aérea sinta que fica satisfeita com a resposta que lhe é dada e nunca o inverso, que é demorarem muito mais tempo do que aquele que seria expectável para chegar ao destino".
A ligação é feita atualmente pela operadora Aerovip, numa aeronave com capacidade para 18 pessoas.
Agência Lusa
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