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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

"O rapaz que limpava beijos" foi a Parada em Bragança

Pela primeira vez, um escritor viajou até à aldeia, no caso uma escritora. Leonor Mexia, autora de contos infantis, narrou a sua mais recente história a miúdos e graúdos.
Foto: Olímpia Mairos
O dia foi de festa na aldeia de Parada, concelho de Bragança. Pela primeira vez, a localidade, que dista cerca de 26 quilómetros da sede de concelho, acolheu um escritor, neste caso uma escritora. Leonor Mexia deslocou-se ao pavilhão desportivo de Parada, esta quinta-feira, para conversar com as crianças e com a população em geral.

À chegada foi logo recebida pelos caretos e pelo grupo de bombos da aldeia. “É com alegria que venho aqui. É maravilhoso entrar neste pavilhão e ter esta receção tão calorosa. É muito enriquecedor”, começou por dizer a escritora.

A iniciativa, no âmbito do Festival Literário de Bragança, congregou toda a aldeia, desde os mais novos aos mais velhos. Vieram também crianças de aldeias vizinhas. Todos quiseram conhecer a escritora e ouvir de viva voz a história do “Lucas”, o protagonista de "O Rapaz que Limpava Beijos da Cara".

O mais recente livro da escritora do Porto deu o mote à visita, um livro que propõe aos leitores que transponham para o rosto de Lucas algumas emoções e que depois respondam a algumas perguntas.
Emoções houve de sobra. Jesus Moreira, de 9 anos, diz à Renascença que “teve um dia em cheio”. “Brinquei muito com os meus colegas e conheci uma escritora e até lhe fiz perguntas e ela respondeu”, conta.

Helena Rodrigues, de 66 anos, gostou “muito de ouvir a escritora” e refere que, apesar de a história ser dedicada às crianças, “há sempre alguma lição a tirar”. Já Ana Afonso, de 73 anos, “não imaginava que uma escritora fosse uma pessoa tão simpática, tão simples e tão acessível” e realça a “importância do convívio entre os mais novos e os mais velhos”.

A professora Olímpia Rodrigues destaca a importância desta iniciativa, sobretudo por se realizar no “mundo rural tão desertificado de escolas e de população” em geral. “É muito importante trazer a cultura para fora, para junto das populações, e vê-se bem como as crianças gostaram de participar, pela energia com que brincam e pelo entusiasmo e atenção com que ouviram a história” que Leonor Mexia lhes foi contar.

A escritora leu toda a história aos presentes, respondeu a perguntas e sentou-se no chão para as fotografias com as crianças. “Este encontro de gerações é muito enriquecedor, tanto para os mais novos, como para os mais velhos”, refere, dizendo-se “privilegiada por ser um elo”.

Em troca, as crianças e os idosos presentearam-na com encenações, danças e canções. E Leonor Mexia não escondeu a alegria por estar no meio rural, próxima dos seus leitores, numa localidade que, segundo as contas mais recentes, não tem mais de 700 habitantes.

“O contacto com os leitores é muito importante", refere, "assim como é importante desmistificar a figura do escritor, as crianças verem que o escritor é uma pessoa igual às outras”.

Olímpia Mairos
Rádio Renascença

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