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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Máscaras que revelam tradições transmontanas

Assustadoras, misteriosas e fascinantes são as máscaras que andam à solta no Inverno transmontano. A tradição tem raízes milenares e transforma pacatos rapazes em diabos, chocalheiros, zangarrões e caretos. Do Natal ao Carnaval, esta festa é muito nossa.
Clica na imagem para aceder ao video

Das mãos do artesão surge a máscara que há de afugentar e animar a aldeia inteira e mais os forasteiros que ali vão só para a ver. Os preparativos para os dias de festa começam antes do Inverno chegar ao nordeste português. Trabalha-se a madeira, o cabedal, o latão, a lã. Aos poucos aparecem as caras e os fatos que vão esconder a identidade dos rapazes. Assim, temíveis e divertidos, os mascarados quebram a rotina do quotidiano rural. O disfarce é a chave destes rituais que anunciam um novo ciclo:  na natureza e na vida dos homens.

As festividades nestas aldeias são heranças de um passado muito antigo. Encontramos as suas raízes nas festas milenares que se faziam em Roma, em honra do deus Saturno, as Saturnais romanas e, nas Lupercais, celebradas em honra de Pan, o protetor dos pastores e dos rebanhos. Estas  práticas festivas tiveram sempre um cariz profano e foram sempre associadas ao solstício de Inverno e à agricultura. Em Trás-os-Montes, o ciclo dos 12 dias, que começa no Natal e acaba nos Reis, e o período do Carnaval são os momentos mais fortes das celebrações.

Os mascarados transmontanos simbolizam a vida que se renova na Primavera, a entrada num tempo fecundo e próspero, a passagem da puberdade à idade adulta. A comunidade revitaliza-se e reforça laços nestas festas organizadas por rapazes onde até os excessos servem para expurgar os males. O povo ainda os vê como se fossem o próprio diabo.

As mais significativas máscaras transmontanas podem ser apreciadas no Museu Ibérico da Máscara e do Traje, em Bragança e, no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa. Faz aqui a tua primeira visita.

Luís Caetano / Nuno Santos
RTP2 - 2010

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