A informação foi avançada ontem, na inauguração das novas instalações, pelo presidente da câmara municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves.
O número diz respeito a mulheres, mas também a homens, do concelho moncorvense e de Alfândega da Fé, como adiantou o autarca. “Não são só mulheres, curiosamente, também tem algum homens e que não são tão poucos, ou seja, podemos dizer que são dois terços de mulheres e um de homens. São números preocupantes porque estavam escondidos, não sabemos se aumentou se diminuiu. Sabemos é que as pessoas hoje entram em contacto mais facilmente e dão a cara num problema que até agora esteve muito encapotado e escondido. Quando falamos de violência doméstica associamos muito a mulheres mas também há homens. Estamos num território que é muito mais difícil aceitar a violência sobre os homens”.
Este núcleo tem uma equipa multidisciplinar que presta informação jurídica, apoio psicológico e social de forma gratuita. Nuno Gonçalves, realçou a importância de proteger as vítimas. “Estas equipas multidisciplinares são extremamente importantes para isso, para as pessoas se sentirem confortáveis e não terem que viver o tormento do seu dia-a-dia. Quando eu digo que a justiça tem que funcionar, e ela muitas vezes é falível porque é feita de homens e mulheres, o que eu quero dizer é que quem tem que ser protegido é a vítima, seja em termos penais, seja em termos assistenciais, mas tem que ser protegida naquilo que é muito importante para ela que é a inserção social”, disse Nuno Gonçalves.
Na inauguração, esteve presente a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro que destacou que é importante aumentar a rede de apoio às vítimas de violência doméstica. “Este é um trabalho que temos vindo a fazer no sentido de ampliar a rede, não só em termos de quantidade mas também de cobrir o mais possível do território nacional para que regiões como esta, que por serem do interior, têm que ter também respostas de apoio e de atendimento até porque as mulheres têm particular dificuldade naquilo que é a mobilidade e o acesso, muitas vezes, a meios urbanos, onde estes recursos existem. Nesta lógica de parceria, que envolve as autarquias, que as responsabiliza e onde elas mobilizam investimento para complementar aquilo que é a nossa comparticipação pública nestes protocolos que envolvem municípios para criarmos uma rede territorial”.
No distrito de Bragança existem duas estruturas de atendimento à vítima e uma casa Abrigo.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Maria João Canadas
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