Escrita na segunda metade do séc. XVI pelo poeta António Ferreira, Castro inaugura definitivamente a tragédia clássica em Portugal, rivalizando em importância e esplendor com Os Lusíadas de Luís de Camões.
António Ferreira foi buscar à História de Portugal os dados fundamentais do núcleo sobre o qual construiu a sua ficção literária: a paixão do infante Pedro pela castelhana Inês, a aia de sua mulher, as intrigas espanholas, os receios dos conselheiros de D. Afonso IV, as hesitações do rei quanto à sorte de Inês, a bárbara execução desta, a cólera de D. Pedro, o castigo dos conselheiros, a coroação da rainha morta… Drama histórico, lenda popular ou mito, os amores de Pedro e Inês propiciam a Nuno Cardoso o seu primeiro encontro com um texto canónico da dramaturgia portuguesa.
Circulam na peça alguns assuntos que o perseguem há muito: a família como lugar de claustrofobia e crime, a sedutora vizinhança de amor e morte, a vertigem da transgressão, a diferença ou a alteridade como força e como perigo. Bem no centro de Castro mora Inês – uma mulher, para mais estrangeira –, enfrentando sozinha a razão de Estado. “Olhai esta mulher, vede o que há nela.”
encenação: Nuno Cardoso
DURAÇÃO APROX.: 1H30 . M/12
11 MARÇO 2020
21H00 . AUDITÓRIO
7,00 €
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(Henrique Martins)
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