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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O tacho da marmelada | Como era antigamente

No passado, a vida do povo português era muito difícil.

 
Mesmo os mais abastados tinham de fazer pela vida, que as receitas provinham exclusivamente da lavoura e esta era parca na criação de verbas com que se pudesse ir às compras.

Assim, tudo se procurava fazer em casa, aproveitando quanto a terra, a capoeira e a pocilga podiam dar.

Os figos secavam-se ao sol forte de agosto, assim como as peras e os pêssegos que bem apreciados viriam a ser lá mais para o fim do ano.

Os marmelos vindos de marmeleiros plantados nas beiradas dos terrenos, preferentemente, junto a regato ou regueira fartos de água, constituíam uma riqueza completamente aproveitada para as senhoras fazerem a marmelada e a geleia. Estas haviam de “enfeitar” uma bela fatia de broa ou um pãozinho da padaria local, para as merendas dos senhores e dos meninos.

As tarefas para fazer marmelada

Nesses dias a azáfama na cozinha era marcante:

– umas descascavam e tiravam o caroço,

– outras partiam-nos aos pedaços,

– outras atiçavam o lume onde o tacho grande de cobre, depois de bem areado, a reluzir como novo – que o verdete era veneno que ninguém queria ver – de boca bem aberta, estava pronto para receber os pedaços de marmelo e o açúcar que a senhora calculava nas proporções adequadas, para além dos segredos que a haviam de tornar mais clarinha e mais macia.

Na hora de provar, a colher de pau passava de boca em boca, não fosse faltar a doçura…

Com tanta fartura, enchiam-se malgas, bacias e pratos ratinhos com que também se obsequiavam famílias amigas.

No fim, o rapar do grande tacho ficava para a miudagem que, saltando em volta, e lambendo os dedos, o deixava a brilhar como se nunca tivesse sido usado.

Fonte: Museu de Silgueiros – Centro de Documentação Etnográfica

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