Recordo que desde novembro de 2022 que a gestora do aproveitamento hidroagrícola da Albufeira do Azibo ficou sem direção, que se demitiu por não concordar com os elevados encargos que esta se vê agora obrigada a assumir, o mais pesado com a manutenção e custos energéticos da estação elevatória, até agora suportados pela Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR).
Depois de convocado novo ato eleitoral, que ficou vazio, ao segundo sufrágio apresentou-se uma única lista candidata, que foi aprovada pelos associados.
A presidência é assumida por Manuel Cardoso, que ocupou o cargo de Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte entre 2011 e 2018.
Assume a direção em representação da associada Samurais Castro, LDA, que dinamizou a candidatura, e cujo sócio-gerente, José Castro, explica que viu neste “problema” uma oportunidade de aumentar o número de regantes:
Podemos ver o copo meio cheio ou meio vazio.
Entendemos que é um desafio que tem de ser visto como uma oportunidade para trazer mais pessoas para o regadio, explicar as vantagens que tem e estamos convencidos que, olhando para o copo meio cheio, conseguiremos resolver o problema que à anterior direção pareceu intransponível.
Temos a convicção de que conseguimos ultrapassar este problema.”
E é desta forma que pretendem contornar o problema trazido com os novos encargos assumidos, sem ter de penalizar muito cada regante no preço a cobrar anualmente pela água.
O novo presidente da associação, Manuel Cardoso, adianta que o objetivo é encarecer o preço o menos possível, e para isso já foi pensada uma outra solução:
“Poderá haver o aumento normal das taxas que costuma ser feito paulatinamente, não para fazer face aos novos encargos, mas sim aos normais. Provavelmente não será necessário refletirmos dessa maneira.
Primeiro temos de analisar uma série de situações relacionadas com o universo dos regantes e, provavelmente, se distribuirmos o encargo pelo universo dos proprietários da área de rega e não apenas por aqueles que fazem parte da associação de regantes, se calhar conseguiremos uma distribuição justa e equitativa das despesas.”
Numa região onde há cada vez menos gente, a disponibilização de água para rega pode ser um dos caminhos para contrariar essa tendência, defende Manuel Cardoso:
” O facto de haver agricultura com água é uma fator fundamental para combater a desertificação geográfica e o despovoamento.
Ou seja, em todo o perímetro de rega a partir da barragem do Azibo temos um privilégio enorme de podermos contar com um fator decisivo para a permanência das pessoas no interior de Portugal.
Não foi desaproveitado pela direção anterior, aliás, foi compreendido e interiorizado, e agora queremos articular o trabalho já desenvolvido e fazê-lo de uma forma moderna, em conjunção com o que são os outros perímetros de rega em Portugal, fazendo com que seja um elemento distintivo para o progresso da nossa terra, da nossa agricultura e da nossa agroindústria.”
A nova direção da Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros foi eleita este sábado com 33 votos a favor, dois contra, seis em branco e um nulo.
Tem como presidente Manuel Cardoso e como vice-presidente Ricardo Trovisco, em representação da associada Green September.
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