Disputa entre machos de vaca-loura. Fotografia João Ferreira. |
O propósito final é contribuir para a Rede Europeia de Monitorização da Vaca-Loura, que avalia o estado de conservação desta espécie na sua área de distribuição na Europa.
Este projeto de ciência cidadã é coordenado pela Associação Bioliving, em parceria com a Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, a Sociedade Portuguesa de Entomologia e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Conta com uma Rede de Embaixadores que funcionam como um elo entre o projeto e as comunidades locais.
Enquanto embaixador, a Palombar irá contribuir para os três pilares deste projeto, que são: “Ciência cidadã e envolvimento da comunidade”, que fomenta a monitorização dos escaravelhos da família Lucanidae, em especial da vaca-loura, através do registo de observações; “Conservação e preservação de habitats”, que visa proteger e restaurar os habitats destas espécies, neste âmbito, a Palombar também irá aderir à Rede de Espaços de Madeira Morta; e “Educação e Sensibilização”, que pretende sobretudo informar a comunidade sobre a importância da madeira morta e das espécies a ela associadas.
Vaca-loura: que espécie é esta e qual a sua importância?
A vaca-loura (Lucanus cervus) é o maior escaravelho da Europa e pertence à família Lucanidae. Além deste, temos em Portugal mais três espécies desta mesma família: o Lucanus (Pseudolucanus) barbarossa, Dorcus parallelipipedus e Platycerus spinifer. Mas centremo-nos na espécie-bandeira deste projeto.
A vaca-loura é uma espécie protegida. Consta no Anexo II da Diretiva Habitats, no Anexo III da Convenção de Berna e está classificada como “Quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Em Portugal, encontra-se distribuída no norte e centro.
Porquê lhe chamam vaca-loura? Vaca é pelo facto de os machos terem as mandíbulas muito desenvolvidas, as quais parecem cornos. Loura porque tem uma fila de pelos louros que separam os segmentos do corpo. Dependendo da zona do país, é igualmente conhecida por cabra-loura, carocha ou ainda abadejo.
Macho x fêmea, a primazia do dimorfismo sexual
A espécie apresenta um grande dimorfismo (diferenciação) sexual. O macho é inconfundível devido às suas mandíbulas em forma de pinça que usa para combater outros machos. O comprimento do corpo pode variar entre 2,7 e 5,3 cm (sem contar com as mandíbulas). Se contar com estas, pode até ultrapassar os 8 cm de comprimento. O macho desta espécie, quando atinge a idade adulta, só vive cerca de um mês, período durante o qual o maior objetivo é acasalar para gerar a sua descendência, morrendo logo de seguida. Começam a aparecer durante a primavera, tendo o seu pico de atividade nos meses de junho e julho.
Macho de vaca-loura. Fonte: vacaloura.pt. |
Já a fêmea é mais pequena, variando entre 2,6 e 4,1 cm. É brilhante, com a cabeça e tórax negros e abdómen e pinças acastanhados. Normalmente, podem ser vistas até setembro, uma vez que demoram mais tempo a pôr os ovos nos locais ideais para o sucesso reprodutor da espécie.
Fêmea de vaca-loura. Fonte: vacaloura.pt |
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