Por: Maria dos Reis Gomes
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Estamos no início do ano letivo numa época de mudança em que se joga muito do que à escola interessa. É o momento em que o jogo do dar e receber se inicia. Forçosamente temos de apostar todo o nosso potencial para decidir que tipo de escola queremos e se, enquanto professores de corpo inteiro desejamos ser eleitos. Ser eleito implica ter qualidade, fazer parte de um grupo que sabe o que quer e para onde vai, que sabe responder à diferença pois, tal como diz António Nóvoa “a indiferença à diferença só aumenta as desigualdades”.
A implementação de respostas de qualidade a uma população cada vez mais diversificada, pressupõe um atendimento personalizado, o que implica o conhecimento dos alunos que cada escola acolhe, rejeitando a burocratização do que não tem de ser burocratizado. É fundamental tentar compreender a razão por que um ou outro aluno chama a nossa atenção, por” excesso” ou por “defeito”, mas que isto não nos obrigue a “grelhar” a informação em grelhas que ninguém lê, e que apenas serve para alimentar pequenos poderes que delas se alimentam.
Ao “olhar e ver” de Rubem Alves acrescentamos perscrutar, tentar interpretar os silêncios ou as sucessivas chamadas de atenção, o tempo de atenção na tarefa, a qualidade de execução, a autonomia ou a ausência dela, a forma como cada criança lida com os seus pares. Depois é necessário agir com determinação num trabalho solidário que envolve alunos e professores com a colaboração dos pais. Acreditamos que a mudança e o futuro da escola depende do que acontece na sala de aula, porque esta é “o núcleo duro da escola”, para utilizar a expressão de João Barroso – é urgente contrariar o sentimento, enunciado por Philippe Meirieu, de que “na escola tudo muda e só a sala de aula permanece igual”.
A implementação de respostas de qualidade a uma população cada vez mais diversificada, pressupõe um atendimento personalizado, o que implica o conhecimento dos alunos que cada escola acolhe, rejeitando a burocratização do que não tem de ser burocratizado. É fundamental tentar compreender a razão por que um ou outro aluno chama a nossa atenção, por” excesso” ou por “defeito”, mas que isto não nos obrigue a “grelhar” a informação em grelhas que ninguém lê, e que apenas serve para alimentar pequenos poderes que delas se alimentam.
Ao “olhar e ver” de Rubem Alves acrescentamos perscrutar, tentar interpretar os silêncios ou as sucessivas chamadas de atenção, o tempo de atenção na tarefa, a qualidade de execução, a autonomia ou a ausência dela, a forma como cada criança lida com os seus pares. Depois é necessário agir com determinação num trabalho solidário que envolve alunos e professores com a colaboração dos pais. Acreditamos que a mudança e o futuro da escola depende do que acontece na sala de aula, porque esta é “o núcleo duro da escola”, para utilizar a expressão de João Barroso – é urgente contrariar o sentimento, enunciado por Philippe Meirieu, de que “na escola tudo muda e só a sala de aula permanece igual”.
Maria dos Reis Gomes
10 de setembro de 2024
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