A Sevenair, empresa que detém a concessão da rota, disse não ter mais condições para continuar depois do fim do ajuste directo, na segunda-feira, uma vez que o Governo lhe deve 3,8 milhões de euros, relativos aos dois ajustes directos e a verbas do concurso público, em vigor durante o anterior Governo.
Paulo Xavier considera que acabar com a rota vai acentuar as assimetrias entre o Litoral e o Interior. “Provoca constrangimentos aos mais diversos níveis, dada a mobilidade das pessoas que dependem dessa rota e, por outro lado, o desenvolvimento económico da região enfraquece e o fluxo turístico diminui. Isto é muito mau para a região. Esta situação é insustentável para uma região que se tem esforçado tanto para diminuir as assimetrias e se vê constantemente dependente de decisões favoráveis e que obviamente condicionam o seu desenvolvimento. E agora a grande pergunta ‘onde está a coesão territorial?’”, apontou.
Para o presidente da câmara de Bragança este é o resultado da falta de planeamento do anterior Governo, uma vez que não abriu concurso público a tempo, levando à realização de ajustes directos. “O anterior Governo mostrou uma falta de planeamento e de responsabilidade, quer por não ter lançado atempadamente o concurso público internacional, mas também por ter feito a acumulação de dívidas desde 2022”, criticou.
A Sevenair disse só voltar a operar a ligação se for ressarcida. O autarca Paulo Xavier adianta que o Governo diz estar a fazer os possíveis para resolver o problema.
A Sevenair detém a concessão da ligação aérea Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão desde 2009. O último concurso público terminou em Fevereiro. O anterior Governo não abriu novo concurso a tempo, mas fez um ajuste directo, durante três meses, para impedir que a rota acabasse. Entretanto, já com o actual Governo em funções, foi feito um segundo ajuste directo, visto que o resultado do concurso público só deverá ser conhecido em Outubro.
Dos dois ajustes directos, a empresa disse ainda não ter recebido nenhuma verba, estando em causa o aval do Tribunal de Contas.
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