21.janeiro.1868 – 1.julho.1868
VILA REAL, 23.10.1809 – BRAGANÇA, 2.2.1877
Oficial do Exército
Governador civil interino de Bragança (1868). Procurador à Junta Geral do distrito de Bragança. Natural de Vila Real.
Casou com Maria Augusta de Novais e Sá, de quem teve uma filha, Maria Inês Azevedo.
Cavaleiro e comendador da Ordem da Torre e Espada. Cavaleiro e comendador da Ordem Militar de S. Bento de Avis. Grã-cruz da Ordem da Torre e Espada (decreto de 3.8.1876).
Agraciado com carta de Conselho (13.3.1868). Cavaleiro da Ordem S. Fernando de Espanha de 1.ª classe. Medalha de D. Pedro e Dona Maria. Medalha de prata da Divisão Auxiliar à Espanha.
Medalha de ouro de valor militar. Medalha de prata de bons serviços e comportamento exemplar.
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Assentou praça no batalhão de caçadores n.º 10 a 12 de março de 1828, como voluntário. Dando-se nesse mesmo ano a revolução de 16 de maio no Porto, tomou parte nos combates da Cruz de Merouços e Ponte do Vouga, emigrando depois com a divisão constitucional para a Galiza e daí para Inglaterra, donde voltou com ela.
Interveio na tomada das ilhas dos Açores em 1830 e 1831 e foi um dos 7 500 liberais que desembarcaram na praia do Mindelo. Assistiu a quase todos os combates dados por aquela divisão, sendo ferido gravemente durante o cerco do Porto, na surtida do Carvalhido (27.11.1832) e na batalha da Asseiceira (16.2.1834). Pelo seu bom serviço, ascendeu ao posto de alferes (6.8.1832) e depois ao de tenente (24.7.1834).
Terminada a guerra civil pela convenção de Évora Monte, em 1835 marchou para Espanha, fazendo parte da Divisão Auxiliar, e com ela combateu em várias localidades, tendo sido condecorado com o hábito de São Fernando.
Voltando a Portugal em 1837, foi mandado para o Algarve, para combater o célebre guerrilheiro Remexido, na perseguição e extinção do qual esteve ocupado até 1842, ano em que foi promovido a capitão (25.2.1842). Combateu na Guerra Civil da Patuleia (1846-1847), sendo nos anos seguintes sucessivamente promovido a capitão de 1.ª classe (28.2.1853), major (12.7.1858), tenente-coronel (10.7.1861) e coronel (10.8.1864). Em 5 de novembro de 1873, foi promovido a general de brigada e nomeado por Fontes Pereira de Melo comandante da subdivisão militar de Chaves.
José Alves Pinto de Azevedo foi nomeado governador civil interino do distrito de Bragança por decreto de 21 de janeiro de 1868, tomando posse a 23 do mesmo mês. Apesar de ter exercido o cargo, continuou como comandante do batalhão de caçadores n.º 3 de Bragança, não sendo considerado desligado do referido batalhão, ao qual continuou a pertencer.
Em janeiro e fevereiro de 1868, os habitantes dos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor levantaram-se contra os impostos que pagavam, invadindo repartições públicas, queimando papéis e cortando as linhas telefónicas, atos, aliás, que se sucederam noutros concelhos do País. Também no concelho de Vinhais, em março do mesmo ano, a propósito das eleições legislativas, ocorreram graves incidentes, neste caso entre as fações comandadas pelos Barreiros e os Campilhos. Num e noutro caso, a ação de Pinto de Azevedo foi determinante para a reposição da ordem pública.
Viveu várias décadas no solar de Rabal, na freguesia homónima situada nos arredores de Bragança. À data da sua morte, em fevereiro de 1877, era vice-presidente da assembleia da Junta Geral do distrito de Bragança. Sobre o seu falecimento, escreveu Henrique José Ferreira Lima, então secretário-geral do Governo Civil: “A causa da liberdade perdeu um dos seus mais leais servidores; o exército um dos seus melhores soldados; o distrito de Bragança um prestante cidadão; e nós todos um dedicado amigo”.
Solicitação de Pinto de Azevedo da colaboração das câmaras municipais para o seu mandato (23.1.1868)
Havendo sido nomeado governador civil interino deste distrito, cargo de que hoje tomei posse, e entrei em exercício; assim me cumpre participá-lo a sua senhoria para seu conhecimento e da Câmara de sua digna presidência, que espero continuará a prestar-me todo o apoio, facilitando-me por este modo o desempenho da difícil missão de que me acho encarregado.
Aproveito este ensejo para enviar a sua senhoria um exemplar da proclamação que dirijo aos habitantes do distrito.
Fonte: Arquivo Distrital de Bragança, Governo Civil de Bragança, Correspondência Expedida com as câmaras, cx. 22, lv. 95, fl. 117v.
Fontes e Bibliografia
Arquivo Distrital de Bragança, documentos vários.
Arquivo Histórico Militar, processo individual de José Alves Pinto de Azevedo.
ALVES, Francisco Manuel. 2000. Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, vol. VII. Bragança:
Câmara Municipal de Bragança / Instituto Português de Museus.
GRANDE Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa, 1935-1987.
Publicação da C.M. Bragança
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