sábado, 17 de setembro de 2016

Empreendedores contam com fundos comunitários para começar negócio

Compete 2020, PDR 2020, ou o programa do Governo, destinado a empreendedores, o Startup Portugal – foram alguns dos financiamentos dados a conhecer ontem, em Macedo de Cavaleiros, em mais uma sessão da Rede de Apoio ao Empreendedor Sustentável do Sabor, promovido pela EDP, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e que abrange cinco concelhos do distrito de Bragança (Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo e Macedo de Cavaleiros).
Para quem quer iniciar um negócio, a valorização dos recursos da região parece ser um caminho. João Calejo, coordenador deste projeto, considera que os fundos comunitários disponíveis não são os ideais, mas são, contudo, os necessários.

“Estamos no início desta fase. Mas aquilo que se verifica é muito ligado à valorização dos recursos, quer seja pela parte agro alimentar, quer pela comercial de produtos locais e turismo, a maioria dos projetos anda em torno disto.

Claro que todos nós gostaríamos o melhor dos mundos mas isso não existe. Os apoios são o que são, é o que é disponibilizado e eu diria que há praticamente tudo para todos. Portanto, nesta fase eu atrever-me-ia a dizer que temos o que é necessário, era bem pior se não tivéssemos nada disso.”

De relembrar que, noutras edições, a EDP atribuía um prémio monetário a alguns projetos empreendedores selecionados. Este ano, o apoio é logístico, e incide na ajuda na elaboração de um plano de negócios.

Para João Calejo, vale a pena enveredar pelo empreendedorismo em Trás-os-Montes, porque há claras vantagens.

“Eu acho que temos vantagens que os grandes centros não têm.

Um jovem empreendedor, que comece num destes territórios, tem um conjunto de facilidades que uma grande cidade. Logo à partida, arranjar um espaço para trabalhar é muito mais barato no interior do que, por exemplo, no Porto. Lá, por um espaço muito pequeno pagam 100 ou 150 euros, e talvez até seja um familiar a emprestar.

Portanto, em termos estruturais é muito mais fácil começar um negócio no interior do que no litoral, a questão aqui é o acesso a esse mercado.

Claro que as pessoas que estão nos grandes centros tem acesso a essa informação mais rapidamente, mas, hoje em dia, a informação não está em compartimentos nem isolada. Portanto, acho que é mais um mito que criamos nas nossas cabeças de que o interior tem pessoas que estão fechadas e são umas coitadas, ao contrário daquelas que estão no litoral. Eu não punha as coisas assim.”

No concelho de Macedo de Cavaleiros, segundo afiança o vereador Rui Costa, as áreas de maior aposta são o turismo e a agricultura.

Quanto a se os fundos comunitários são ou não suficientes, Rui Costa considera que se o acesso a fundos perdidos não chegar para começar um negócio, pode não ser uma má perspectiva.

“Penso que, as iniciativas que têm vindo ter connosco na área do turismo e da agricultura são, de facto, as duas áreas onde há mais aposta e onde as pessoas identificam um potencial maior.

Segundo o que se tem vindo a verificar, o turismo e a agricultura são duas alavancas fortes no nosso concelho.

A ideia do fundo perdido pode ser uma ideia negativa no negócio pela falta de empenho, facilitismo que as pessoas possam ter no próprio projeto.

A ideia de comprometer as pessoas com um empréstimo sem juros com prazos de carência ,obriga a sistematizar o negócio de tal forma a que ele, no futuro, se possa pagar a si próprio e, daí, poder-se iniciar um negócio sem ter o capital inicial próprio mas sim ter recurso a capital alheio com prazos de carência para que possam amadurecer os projetos e, que a partir do ano cruzeiro, seja definido no inicio e o projeto possa ser amortizado com o próprio negócio.”

O município macedense tem também ao dispor da população um gabinete dedicado ao empreendedorismo, pronto para auxiliar quem quer criar o próprio emprego.

Escrito por ONDA LIVRE

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