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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

“Regiões podem fazer mais com meios que estão cativos de uma política errada”

As regiões do país estão a ser particularmente prejudicadas com a política económica errada. É o que sustenta o professor universitário, Soromenho Marques, que participou esta sexta-feira à noite na conferência “As regiões em tempo de crise nacional e europeia: problemas e perspectivas”, em Bragança.
O professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especialista em filosofia histórica e política, valoriza o trabalho que tem sido feito pela administração local e outras entidades em tempo de crise e apesar de cortes das verbas provenientes do orçamento de estado, mas acredita que muito mais poderia ser feito pelo desenvolvimento das regiões se fossem disponibilizados mais meios.

“As regiões estão a fazer coisas notáveis, as autarquias em colaboração com universidades e associações não-governamentais, por exemplo, estão a realizar um enorme esforço para qualificar os centros urbanos e para criar apoios sociais para substituir o orçamento de estado que tem vindo a decair devido às políticas de austeridade. Há muita coisa que está a acontecer de notável, independentemente da crise. Mas seria errado dizer que todo o capital de esperança e potencial de progresso que a Europa tem pode ser desperdiçado só porque ficamos contentes com o que as regiões fazem com poucos meios, podem fazer muito mais se lhes forem dados meios a que elas têm direito e que estão neste momento cativos de uma política errada”, sublinha.

Soromenho Marques acredita que as regiões são unidades fortes e que resistirão à crise, mas entende que não se deveria colocá-las “numa posição de sobrevivência”, que contraria a justiça social e o progresso.

O professor da Universidade de Lisboa falou em Bragança de algumas soluções para sair da crise, defendendo que o caminho deve passar por criar uma Europa Federativa. Mas acredita que antes disso deve perceber-se o que esteve na origem da recessão que o continente atravessa.

“O discurso comum, dos políticos e responsáveis, mesmo de países que se tornaram vítimas deste processo, como Portugal, continua a ser um discurso que de certa forma corrobora, imita e reproduz a visão moral da crise, como se tivesse sido resultado de políticas de despesismo público. Confunde-se um pormenor, que foi importante mas secundário, e esquecemos o essencial, é que esta crise estava sinalizada desde o início na união monetária europeia nos seus defeitos genéticos. E enquanto não os enfrentarmos vamos continuar a repetir os mesmos erros e vamos continuar nesta situação”, sustenta.

Declarações de Soromenho Marques, em mais uma conferência no âmbito da iniciativa “Biblioteca Adriano Moreira: conversas sobre valores e o futuro”.

De acordo com o município, as apresentações deverão ser compiladas e publicadas em breve. 

Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro

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