Data do Evento:
Qui, 29/09/2016
21H30 - Teatro Municipal - Rei Lear, de William Shakespeare
Rei Lear resolve dividir o seu reino em três partes para se livrar do peso das responsabilidades da coroa. O tamanho do território destinado a cada uma das filhas terá de ser merecido por um eloquente e afetuoso discurso. Cordélia diz a verdade e é desprezada pelo pai.
Gloucester acredita, sem hesitações, no discurso de Edmundo que lhe desvenda o plano de assassínio pelo irmão Edgar. Gloucester não duvida da veracidade dessa revelação nem confronta o filho Edgar com isso.
A partir daqui, Shakespeare desenvolve um enredo pleno de ambições, cegueira, hipocrisia e traições em confronto com uma forte presença de ações ligadas à verdade, à honra e à fidelidade. Esta interação constante precipitará consequências trágicas jamais imaginadas pelos próprios intervenientes. Os temas da retórica da lisonja, da justiça, da culpa, da degradação moral e dos resultados devastadores que os atos dos homens podem desencadear são tratados de modo profundo e com dimensão cósmica. Assistimos, não sem compaixão, ao terrível percurso dum Rei no sentido da sua humanização - mas nem mesmo uma ténue “justiça poética” lhe será permitida por Shakespeare naquele que é, talvez, o desfecho mais sombrio
de todas as suas tragédias.
Quatrocentos anos depois, tragicamente, muitas vezes ainda somos “reis” a aprenderem a ser homens…
COPRODUÇÃO:
ENSEMBLE, TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO, TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA
TRADUÇÃO: FERNANDO VILLAS-BOAS ; ENCENAÇÃO: ROGÉRIO DE CARVALHO
INTERPRETAÇÃO: JORGE PINTO, JOÃO CASTRO, IVO ALEXANDRE, ELMANO SANCHO, MIGUEL ELOY, ISABEL QUEIRÓS, PEDRO GALIZA, VÂNIA MENDES,
SIMÃO DO VALE, RAQUEL PEREIRA, ANTÓNIO PARRA, DIOGO FREITAS, DANIEL SILVA ; CENOGRAFIA: PEDRO TUDELA ; MÚSICA: RICARDO PINTO
FIGURINOS: BERNARDO MONTEIRO ; DESENHO DE LUZ: JORGE RIBEIRO ASS. ENCENAÇÃO: EMÍLIA SILVESTRE
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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