quinta-feira, 2 de maio de 2024

II Feira do Cebolo

 Vai decorrer no próximo domingo na localidade de Grijó a segunda feira do cebolo e outros produtos da terra.
Do programa consta uma caminhada -  trilhos do Corço, Showcooking, almoço convívio e muita animação.

Este evento é organizado pela Junta de Freguesia de Grijó com o apoio do Município Macedense.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Aproximamo-nos do dia 3 de Maio e um sentimento nostálgico de perda se apodera de nós...

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Anos houve em que a Feira das Cantarinhas não teve o brilho doutros passados e servia o facto para desespero de alguns que nunca estão contentes com a "roupa que têm". Sim porque maior ou mais pequena, com sol ou com chuva, sempre se realizou na Cidade a Feira que desde a Idade Média é uma tradição muito brigantina.
É sabido que há épocas, espaços de tempo mais ou menos longos em que as crises dominam as sociedades reagindo estas mais ou menos aleatoriamente, pois as circunstâncias são-nos apresentadas de modo inesperado e a sociedade reage confusa e quase sempre desordenada.
Eventualmente este será o maior e mais inesperado acontecimento epidémico jamais enfrentado. E é também a epidemia que ocasionada por uma classe de vírus, novo e com capacidade de mutação e readaptação às condições de defesa que a humanidade lhe opõe. Finalmente é a primeira vez que uma situação se universaliza ao ponto de se ter espalhado por todos os continentes, causando o pânico em todas as comunidades atingidas e deixando um rasto de morte da ordem das centenas de milhar.
E chegado aqui, vamos manter a calma, sem perder a vontade nem a cabeça e deixar que os nossos médicos e cientistas façam o seu trabalho bem assim como as equipas de primeiros socorros e também os nossos Bombeiros cujo lema é Vida por Vida.
Eu, quando chega este tempo morno sinto dentro de mim um não sei quê de nostalgia que me condiciona o pensamento e me faz sentir num tempo passado que desejaria repetir ciclicamente. Ciclos anuais onde as rotinas não fossem portadoras de exceções que levam ao imobilismo e à perda de memória.
A feira das cantarinhas tem para mim uma carga simbólica grandiosa, que me faz pensar que o ritual contido no evento, era o princípio de um tempo que começava com o sol a brilhar mais e por essa razão as cerejeiras ganhavam o seu fulgor e de verdes se tornavam em vermelho e as cerejas me faziam lembrar a boca das moças do meu tempo de rapaz que eram a encarnação da beleza absoluta. 
O vaivém constante de ranchos de cachopas que de tenda em tenda contestavam as brejeirices dos rapazes que as tentavam seduzir, num jogo eterno que a humanidade pratica porque assim está inscrito no código genético da sua condição. O ambiente era de festa, parecia que as dores se haviam findado e tinham sido substituídas por um estado de graça que perduraria até que Maio crescesse e nos trouxesse o fruto das nossas ilusões.
Foi tempo de sentir as várias fases em que se divide uma vida, pois a experiência do tempo cronológico é marcante para definir o pensamento que nos guiará através da vida e determinará o nosso sentir nos melhores e piores momentos.
Era a Feira das Cantarinhas um marco em vários aspetos, na excitação causada nas pessoas que demandavam a zona central da cidade para comprarem, ou tão só apreciar os montes de maravilhas que se expunham em grande quantidade pelas ruas.
Os feirantes desta Feira tinham um modo diverso do de outras feiras, esta era possuidora de uma mística que transversalmente influenciava as pessoas e criava como que um arco de entrada num tempo mais luzente que nos proporcionava uma outra realidade.
A Primavera estava com metade do seu tempo cumprido e a luz era mais clara, os frutos eram mais tenros e o gosto de viver era mais pungente. Nas ruas a multidão tagarelava, mil vozes que soavam a cantilena numa mescla de sotaques em que as vogais tinham mais força e os verbos no futuro eram mais vezes conjugados pois o futuro num tempo de calor era um desejo generalizado, após tanto tempo passado desde Outubro e que como as fragas de Sésamo se abriam ao pronunciar a fórmula mágica: -Abre-te Sésamo… E as fragas se abriram e os tesouros ficaram à mercê daqueles que demandaram tal lugar de magia.
Este ano não terei motivo para recordar esse tempo mágico da minha juventude em que o instinto era o meu guia, não sabendo ainda que as coisas que damos por adquiridas e que pensávamos imutáveis afinal, um dia, podem não virem a nós porque forças escuras e vindas das trevas o evitarão e nos farão compreender quão pequenos somos perante o gigantismo das forças ocultas. Resta-nos seguirmos em frente em direção à luz que vem com o Sol e Deus nos legou para que possamos ver os caminhos planos que as nossas vidas deverão trilhar para sermos felizes.
(O pouco que Deus me deu / Cabe numa mão fechada / O pouco com Deus é muito / O muito sem Deus é nada, (popular).
E termino estas minhas cogitações com a certeza que não verei este ano a Felicidade estampada no rosto das raparigas quando recebem as cantarinhas que os rapazes lhes oferecem num ritual de séculos que sedimentaram este uso de cotejamento tão peculiar da nossa Cidade e Região. 
As verdadeiras Cantarinhas são fabricadas em Pinela e vendidas na Feira, mas devo também demonstrar o meu apreço pelas que os Oleiros do Minho fazem, pintam e decoram, com primor de uma arte secular e que tanta beleza nos transmitem. 
Os meus parabéns aos Oleiros regionais e de outras terras que tão meritório trabalho executam para que a Feira das Cantarinhas seja o Ex-Libris da Região Bragançana 




Bragança, 30/04/2020
A. O. dos Santos
(Bombadas)

...quase poema...ou depois de Abril

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Quase me morreste Abril às portas de Maio, quando as rosas já se anunciam em botão…e os cravos, esses, se dizem sempre num grito vermelho de liberdade!

Quase me morreste Abril à beira do desespero, dos olhos que ficam na ausência do trabalho. A fome sobra…e o pão tarda.
Quase me morreste Abril no mísero salário…nas contas erradas de tanto mês…”muito trabalho para tão pouco dinheiro”.
Quase me morreste Abril à porta da fábrica…nos campos de trigo…no comércio fechado. Nos olhos. Tristeza infinda. Tanta!
Quase me morreste Abril…eu pago. Sou pobre!…Ele recebe. É rico!
Quase me morreste … no funeral em salmodia gregoriana e vão-me dizendo piedosamente:
- Não há dinheiro!
- Tem paciência!
Quase me morreste!... 
Não vamos ao enterro
Vamos sair à rua…plantar cravos de Abril…força de Maio!

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 

Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

31 de MAIO de 1974 - Mensageiro de Bragança

Retratos da Paisagem do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro l Oficina para Famílias

 A equipa do Museu da Oliveira e do Azeite propõe às famílias a participação numa oficina de retrato.
A iniciativa decorre no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus.

Local: Museu da Oliveira e do Azeite
Data: 11 de maio
Horário: 10:30h

XIV Feira do Vinho e do Morango de São Pedro Velho

 Feira de produtos da terra, onde o vinho e os morangos são as atrações principais. Além das bancas de venda de produtos locais, esta feira conta também com um programa cultural, com destaque para um Percurso Pedestre e animação musical.

Local: São Pedro Velho

Data: 11 e 12 de Maio

XII Adegas – Festival de Tunas

 O espírito académico e boémio das Tunas Académicas volta a invadir a cidade de Mirandela. Este festival, organizado pela In VINUS TUNA, com o apoio do Município de Mirandela, tem como um dos seus pontos altos as atuações, que este ano decorrerão no Parque do Império, no dia 11 de maio, pelas 21h.

Entrada: Gratuita

Organização: In VINUS TUNA - Tuna Académica da EsACT

Passeio de BTT XC

1.º Seminário de Neurodesenvolvimento e Inclusão

 Inscrições AQUI.

Festa em Honra de N. Sra. da Encarnação

Oficinas de Cidadania - NLI Mirandela

Dia da Municipalidade - Feriado Municipal de Mirandela

 
Programa do Dia da Municipalidade – 25 de maio de 2024

24 de maio

09h30 | Jardins Nómadas
21h30 | Concerto Diapasão “Tour Regresso”
00h00 | Encontro de Gerações – DJ Ferdy
Local: Parque do Império
Promovido pela JF de Mirandela

25 de maio

10h00 | Cerimónia de Hastear de Bandeiras
Local: Paço dos Távoras
10h30 | Espetáculo “Música para Bebés”
Local: Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes
15h00 | Espetáculo “Música para Bebés”
Local: Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes
15h30 | Apresentação do Documentário e lançamento do Livro de Arte do projeto cultural “quando os pássaros caem - o futuro é hoje”, da 5ª Bienal Internacional de Arte de Gaia
Local: Ecoteca de Mirandela
21h30 | Concerto CHUCK WANSLEY com a ESPROARTE, apresentam Clássicos Americanos
Local: Centro Cultural de Mirandela

Projeto “DAQUI” leva Arte até ao Mercado Municipal de Mirandela

 Esta quinta-feira, dia 2 de maio, o Mercado Municipal de Mirandela volta a ser palco do “DAQUI”. Este ano o projeto de Paula Preto ganhou o apoio da DGARTES.


Da autoria de Paula Preto, artista representada pela Galeria do Mercado, o projeto “DAQUI” foi contemplado pelo apoio da Direção Geral das Artes e, por isso, a partir da próxima quinta-feira, 2 de maio, e até agosto de 2024, todas as primeiras quintas-feiras do mês a equipa “estará no mercado, com diferentes propostas, entre oficinas ou mostras, de forma a interagir com as pessoas” refere, em comunicado, a Galeria do Mercado.

O DAQUI é um iniciativa de artes visuais, fotografia e vídeo de Paula Preto que atua no domínio das ações estratégicas de mediação, com o envolvimento de públicos diversificados, por entre o cruzamento com ações de criação, veiculadas por conversas, registos, oficinas, atividades com escolas, e mostras.

A escolha do local pareceu óbvia uma vez que “no mercado cruzam-se muitas pessoas, muitos caminhos e muitas histórias” adianta Marta Miranda, da Galeria do Mercado, e explica que “há quem vá vender e quem vá comprar, mas também quem vá só ver ou se encontrar”.

Nesta primeira quinta-feira, dia 2 de maio, a iniciativa DAQUI cruza-se e desafia também o BIP, um projeto apresentado pelo IPB, que acontece neste espaço há três anos consecutivos, com o qual a Galeria do Mercado tem colaborado.

“O projeto BIP – local Markets insere-se nas atividades de internacionalização e de orientação estratégica para a ‘cocriação para a Inovação’ do IPB. Envolve nesse sentido, uma profunda articulação com as orientações do desenvolvimento sustentável do alinhamento fulcral das Nações Unidas de forma a promover identidades e interseções entre povos e culturas de dimensões diferenciadas” refere o mesmo comunicado.

Para conhecerem melhor o projeto consultem a sua página gravar territórios – DAQUI.

Por: Jenniffer Almeida
Foto: CM Mirandela

Assento de batismo de João Baptista Vilares

 O Arquivo Distrital de Bragança destaca o assento de batismo de João Baptista Vilares. Nasceu em Sambade, concelho de Alfândega da Fé, no dia 17 de novembro de 1888 e faleceu em 29 de setembro de 1955.

João Baptista Vilares – professor primário, que exerceu funções numa zona rural do interior durante a primeira metade do século XX, obtido essencialmente a partir da análise e interpretação dos seus escritos.

Autor de várias obras que perpetuaram a sua atividade profissional e de vários artigos publicados na imprensa, nos quais se revelou um acérrimo defensor do progresso cultural e económico das zonas do interior.

De realçar a sua preocupação com a regeneração social da população do meio rural, o combate ao analfabetismo, a promoção da mudança de hábitos de trabalho nas práticas agrícolas da região e uma análise à evolução do seu pensamento político.

Fonte: Arquivo Distrital

Prestação de Contas de 2023 da Câmara de Macedo foi aprovada com 18 votos contra da oposição

 O Município de Macedo de Cavaleiros terminou o exercício de 2023 com um total de receitas de 25,3 milhões de euros e 25,5 milhões de euros em despesas (valores arredondados).


Benjamim Rodrigues, presidente da autarquia, refere que a taxa de execução não foi a desejada e justifica-o com várias “previsões que não se cumpriram”:

“Não era a desejada, foi a possível.

Tivemos aqui uma série de previsões que não se cumpriram, o que altera sempre a nossa capacidade de execução.

Receitas que nós não conseguimos, despesas que aumentam por aumento de tudo, nomeadamente das taxas de juros de empréstimos que temos, a disparar de forma incrível, custos aumentados com as águas e toda uma série de despesas que se agravaram com as obras que concluímos dos fundos comunitários, em que houve ali correções de valores e nós ficamos sempre com esse ónus refletido no orçamento.

Não temos a taxa de execução que era previsível, tivemos um valor negativo mas se virmos em outras perspetivas, o incremento patrimonial aumentou em oito milhões.”

Benjamim Rodrigues destaca ainda os elevados gastos com os recursos humanos:

“Sempre tivemos um custo considerável aumentado com os recursos humanos. Assumimos os recursos humanos da educação e isso aumentou consideravelmente o valor do nosso número de funcionários, na ordem de mais 40, pelo menos. Sempre com dificuldades porque temos funcionários com idades muito avançadas, que praticam o absentismo porque já não têm idade para tolerar os gritos das crianças nas escolas, o que nos causa sempre grandes problemas, leva a que tenhamos de recorrer a soluções de improviso e nós continuamos a ter os custos com esses funcionários.

Em termos de receitas previstas andamos na ordem dos 25 milhões e isso não é compatível com as despesas que temos com os recursos humanos.”

Outra das componentes que agravou a despesa foi a água:

“Tivemos freguesias que tiveram que aderir ao sistema municipal, que são imposições legais pela ERSAR, o que aumentou os nossos custos.

Conseguimos fazer poupança de água, ter menos perdas mas aumentou o consumo e o preço, o que nos leva a ter mais custos.”

Por outro lado, a capacidade de endividamento aumentou e o valor da dívida diminuiu:

“A capacidade de endividamento aumentou, o que significa que estamos a fazer uma boa gestão e só por causa desse exercício nós conseguimos ter a capacidade de endividamento aumentada, mas não quer isto dizer que tenhamos a intenção de contrair mais empréstimos, não, mas queremos honrar os nossos compromissos e diminuir a dívida, o que temos feito. A dívida que tínhamos quando entrámos para a governação era quase o dobro da que existe agora.

Temos cerca de 1,2 milhões em empréstimos a curto prazo, o que certamente vai acabar rapidamente, e depois temos empréstimos a médio/longo prazo de 9,2 milhões.

Penso que a dívida ronda agora os 11 milhões.”

A posição da bancada do PSD foi contra a prestação de contas. Uma orientação de voto justificada pelo líder da bancada, José Madalena:

“Efetivamente a execução do orçamento, com o deslizamento que houve a nível de conclusão de algumas obras importantes que já deviam estar concluídas há meses e ainda não estão, merece a nossa crítica e votaremos negativamente o documento, à semelhança do executivo municipal, exatamente pela tradução do desempenho do executivo.”

O grupo independente Unidos Por Macedo deu parecer favorável ao documento.

A prestação de contas do executivo de Macedo de Cavaleiros no decorrer do ano de 2023 foi aprovada por maioria com 18 votos contra e seis abstenções na reunião de Assembleia Municipal da passada segunda-feira.

Escrito por ONDA LIVRE

Feira de Artesanato mostra evolução das cantarinhas tradicionais para as contemporâneas e inovadoras

 Entre hoje e domingo a Praça Camões, em Bragança, recebe a Feira de Artesanato, com 68 expositores de todo o país, a maioria oriundos do distrito.


Também as célebres cantarinhas estão representadas, com as tradicionais de cerâmica, nomeadamente as produzidas por Maria de Lurdes, e outras mais atuais que acompanham os tempos, recriadas pelo arquiteto Mário Ortega. “A nossa marca trabalha com madeira e esta técnica de corte da madeira, e pensamos que a tradição e a forma de a fazer está em vias de extinção, ora uma das formas de a preservar é inovar. Por isso temos como ponto de partida a tradição, mas transformar e inovar para uma nova cantarinha que esperamos possa vir a ser um novo símbolo da feira, da cidade e da região”.

Além das cantarinhas e de outro artesanato de cerâmica, também está presente o bordado mirandês, bonecos de trapos, instrumentos musicais, máscaras e artigos de vestuário para crianças e adultos, e muito mais.

A Feira das Cantarinhas, a mais conhecida de Bragança, realiza-se entre sexta-feira e domingo e conta com cerca de 400 expositores espalhados pelo centro histórico da cidade e na zona da feira semanal.

Glória Lopes

Impossível concluir que bovinos morreram devido a ataque de abutres em Mogadouro - ICNF

 O Instituto da Conservação da Natureza (ICNF) disse hoje não ser possível concluir que a morte de bovinos em Mogadouro, no distrito de Bragança, tenha sido causada por ataques de abutres.


“Mesmo que se venha a concluir que a morte [de bovinos] foi causada pelo ataque de abutres, importa referir que esta é uma circunstância que não deve constituir uma preocupação para os produtores pecuários, uma vez que se tratam de situações pontuais muito raras”, indica o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), em resposta à Lusa.

O esclarecimento do ICNF surge depois de dois alegados ataques de abutres a bovinos, este mês, em Bemposta e Vilar de Rei, no concelho de Mogadouro, o que deixou produtores pecuários apreensivos não só pelo prejuízo causado, mas também pela proximidade destas aves necrófagas às populações.

O ICNF deixou também a garantia de que estas foram as únicas situações reportadas na região Norte durante este ano.

“No que se refere às comunicações da morte de bovinos em Vilar do Rei, tendo em conta as vistorias realizadas, constatou-se de que se trata de situações relacionadas com o maneio reprodutivo (uma vaca em pós-parto e um vitelo recém-nascido), não tendo sido possível, no entanto, confirmar o cumprimento das condições de maneio adequadas à condição fisiológica dos animais, ou concluir que as aves necrófagas foram as responsáveis pelas suas mortes”, esclarece o ICNF.

O ICNF avança ter realizado vistorias nos locais nos dias 08 e na segunda-feira, bem como avaliações dos elementos descritivos e fotográficos recolhidos nas vistorias.

O organismo recorda que o abutre, também conhecido por grifo -‘Gyps fulvus’- , é uma espécie de hábitos alimentares sobretudo necrófagos, ou seja, alimenta-se de cadáveres de animais ou dos seus restos.

“É improvável o ataque a exemplares de gado bovino, ovino, caprino ou suíno que estejam em bom estado sanitário”, indica o ICNF.

O ICNF acrescenta ainda que tem registado situações em que os animais foram mortos por cães, ou que morreram por outras causas, tendo sido posteriormente consumidos por grifos, o que leva a uma atribuição errada da sua morte a este animal.

No caso do gado bovino, o ICNF aconselha que as fêmeas prenhas, quando próximo da data de parição, sejam colocadas em estábulo ou recinto protegido, devendo o retorno à manada ocorrer apenas uma ou duas semanas após o nascimento.

A presença de cães de gado, adequadamente ensinados para este fim, ou de pastores são métodos de dissuasão aconselhados, sendo estas medidas também úteis para a proteção de vitelos.

O ICNF afirma ainda que os animais doentes ou muito debilitados deverão estar em condições mais protegidas.

Segundo o produtor Paulo Vilariça, no dia 08, em Vilar de Rei, o vitelo de uma novilha que tinha estado em trabalho de parto foi alegadamente atacado por um bando de abutres e acabou por morrer.

Já na segunda-feira, em Bemposta, segundo o produtor José Augusto Morais, enquanto as vacas pastavam num terreno na aldeia, abutres terão atacado um vitelo recém-nascido, que acabou por morrer.

Os produtores do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) não duvidam que este tipo de ataque é cada vez mais frequente, havendo por vezes divergências entre as autoridades e os proprietários na forma de abordagem ao acontecimento e origem.

FYP // JAP
Lusa/Fim

PJ deteve quatro suspeitos de escravizarem homem durante 17 anos em Bragança

 Quatro pessoas são suspeitas de terem escravizado e maltratado um homem de 54 anos durante quase duas décadas, em Bragança, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).

Em comunicado, a PJ referiu que deteve os quatro suspeitos, que têm entre 37 e 44 anos e antecedentes criminais por crimes contra o património, no âmbito de uma operação que incluiu várias buscas domiciliárias e a um acampamento.

“Ao longo de 17 anos a vítima sofreu, às mãos dos arguidos, maus tratos físicos e psicológicos, foi explorada como força de trabalho”, contou esta polícia.

A vítima chegou mesmo a ser “alugada” a terceiros “para a prestação de trabalhos agrícolas, recebendo os arguidos a respetiva contrapartida financeira pelos serviços prestados pela vítima”, acrescentou.

Segundo a PJ, o homem de 54 anos “padece de um atraso cognitivo e não tem qualquer retaguarda familiar”. Foi controlado e vigiado em permanência e os seus documentos encontravam-se na posse dos arguidos, o que o tornava “especialmente vulnerável”.

O homem “vivia numa situação degradante, pernoitando num furgão em estado de sucata, num acampamento, sem o mínimo de condições de habitabilidade, salubridade, higiene e alimentação”, contou.

A PJ referiu ainda que os suspeitos “nunca terão permitido que (a vítima) fosse medicamente assistida e nem mesmo quando sofreu um grave acidente lhe possibilitaram o recurso a uma urgência hospitalar”.

“Em consequência da ausência de tratamento, ficou com lesões permanentes nos membros inferiores, que lhe afetam gravemente a mobilidade”, acrescentou.

Ainda assim, o homem conseguiu fugir, o que desencadeou a intervenção da PJ, que o encaminhou de imediato para um Centro de Acolhimento e Proteção especializado para vítimas de tráfico de seres humanos e iniciou a investigação que levou à identificação dos autores dos crimes.

Os detidos são suspeitos da prática dos crimes de tráfico de pessoas, escravidão e falsificação de documentos.

AMF // ZO
Lusa/fim

Emília Diegues, Norberto Silva -Cantiga da cegada - Março 15, 2015 - Espinhoso, Candedo, Bragança, Trás-os-Montes