terça-feira, 12 de maio de 2015

Vila de Mogadouro - Bragança

Do Período Neolítico são os «castros», antepassados das nossas povoações actuais, espalhados pelo concelho. São dignos de relevo os castros: de Oleiros em Urrós, Vilarinho, S. Martinho do Peso, Figueirinha de Travanca, Bruçó e o inédito castro da Vilariça no alto da Serra da Castanheira.
Por aqui passaram os Celtas que deixaram restos da sua arte e religião na «Cultura aos Berrões». Uma das tribos celtas mais célebres nesta região foi a tribo dos Zoelas.
Estas e outras tribos anteriores fizeram as «civilizações Antigas» dos rios Douro, Sabor e Angueira.
O Período Romano no Concelho de Mogadouro está documentado por muitos elementos que vão desde a arte e religião até à vivência sócio-económica.
É digna de visita a Ara Romana ao Deus Júpiter Depulsori, conservada ainda na povoação de Saldanha. O monumento foi construído no tempo de Septímio Severo (Séc. III D. C.).
Por todo o concelho têm aparecido lápides funerárias e também objectos vários que atestam bem a força da «Romanização» nestas terras.
Do período visigótico é a única lápide Paleo-Cristã descoberta no distrito. Apareceu no termo de S. Martinho do Peso e está actualmente no Museu do Abade de Baçal em Bragança.
Da época muçulmana restam alguns elementos do artesanato regional - linho e lã - ou seja a tinturaria e os desenhos das colchas, tapetes e toalhas de linho e lã.
É mais nítida a acção da gente destas terras nos alvores da nacionalidade.
O castelo de Penas Róias foi construído no tempo de D. Afonso Henriques. Na padieira da porta da torre de menagem daquele vetusto monumento diz uma inscrição medieval que « COMEÇARAM OS FUNDAMENTOS DO CASTELO CHAMADO PENA ROIA NA ERA DE 1204 (1166 da era cristã) SENDO MESTRE GERAL DOS TEMPLÁRIOS GUALDIM PAIS ». O castelo de Mogadouro é da mesma década.
D. Afonso III deu foral a Mogadouro em 1272 e 1273.
Quando da crise dinástica de 1383-85, Mogadouro tomou voz pelo rei de Castela, como represália, D. João I elevou a vila a «poboa» do Azinhoso, desligando-a de Mogadouro.
Durante o século XVI a vila de Mogadouro manteve-se parada.
Centro da Vila de Mogadouro
Foi a partir do século XVI que Mogadouro teve progresso notável. A família dos Távoras, que nesta altura toma o comando da vila e da sua fortaleza, contribuiu imenso para o desenvolvimento desta terra.
Foi por acção dos Távoras que, em 1559, se fundou a Santa Casa da Misericórdia , e mais tarde o seu templo. São ainda obra da nobre família dos Távoras a ponte entre Valverde e Meirinhos, construída em 1677 e a ponte de Remondes entre Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, construída em 1678.
Também aquela família de nobres contribuiu para a construção de algumas igrejas e retábulos nas várias povoações do concelho, nos séculos XVII e XVIII, sendo dignas de relevo as obras do Convento de S. Francisco, a actual igreja Matriz de Mogadouro, a capela de N. Senhora da Ascensão no alto da Serra da Castanheira e outras.
Poscritos do Reino de Portugal por D. JoséI, depurados nas pessoas confiscados nos bens pelo Marquês de Pombal, os Távoras desapareceram para sempre.
Com a morte dos Távoras, o concelho de Mogadouro ficou mais pobre. Durante o século XIX as famílias influentes de Mogadouro pouco fizeram pela sua terra.
Levantou-se, no fim do século, a voz combativa do «poeta» jurista Trindade Coelho para defender a sua terra, mas nada adiantou.
Esta terra foi e continuou por muito tempo esquecida dos poderes centrais.
Hoje, Mogadouro é uma populosa vila cheia de progresso e com óptimas condições para o futuro.

Fonte: Dr. António Rodrigues Mourinho (Junior)

2 comentários:

  1. Acúrcio Afonso Marcos21 de janeiro de 2011 às 00:19

    O Castro de Oleiros fica em Urrós e não em Bemposta.

    O seu a seu dono.

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  2. Editei o texto em conformidade com a informação recebida.
    Grato pela colaboração.
    No entanto e na maioria da documentação que consultei, assim como em qualquer busca na internet, o Castro de Oleiros é indicado, quase unanimemente, como pertencendo à localidade de Bemposta.
    Abraço Transmontano.

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