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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A lenda da Cabeça do Mouro

Local: Cabeça Boa, TORRE DE MONCORVO, BRAGANÇA


Nam há documento por que conste sua fundação [igreja de São Salvador, no concelho de Torre de Moncorvo], e só huma vulgar tradiçam de que fora feita no lamentavel tempo em que os mouros dominavão esta terra por um christão em competência de hum mouro que ao mesmo tempo fazia uma mesquita no sítio da Portella, termo da villa de Moncorvo no fundo das Fragas dos Estevais, que convertida em templo de christãos, he hoje da invocaçam de Sam Mamede e ainda que no presente se ache arruinada, comtudo mostra a admirável forma da sua fundação.
He da mesma tradiçam que estes dois oficiaes christão e mouro nesta sua competência contratarão que aquele que milhor fizesse a sua obra mataria o outro, e que acabando primeiro o christam a sua, e hindo ver a do mouro, e reconhecendo levar a sua vantagem, o convidara para logo vir tambem ver este a sua e vindo a isso caminho direito, descansando a huma fonte no cimo do lugar de Cabeça de Mouro termo da dita villa de Torre de Moncorvo junto da igreja della dilatando-se algum tempo a conversar dissera que se naquella ocasiam morria nam aviam de prejudicar nem fazer mal com seo veneno as muitas bichas que na muita distancia de terra, que dali se ve, havia, e que se tem e teve em toda ela por certo pela conhecida experiencia havida das muitas que tem mordido muitas pessoas sem prejuizo nem damno. 
E que havendo de beber na dita fonte, o christão dolosamente persuadira o mouro a que o fizesse primeiro e que fazendo-o e abaixando-se para isso, lhe cortara a cabeça com um treçado, de cujo sucesso ficara áquella fonte o nome de Fonte de Cabeça de Mouro, e que povoando-se depois o lugar, que ali há, se chamara pela mesma rezam Cabeça de Mouro. E povoando-se outro logo a elle vezinho do mesmo termo da Torre de Moncorvo se chamara Cabeça Boa per razam do dito sucesso, o prodigio de as bichas daquellas terras não prejudicarem, havendo muitas.

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros

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