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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Macedo de Cavaleiros (Distrito de Bragança)

O topónimo parece dever-se a D. Álvaro Gil de Macedo, que foi seu donatário. Em 1853 passou a chamar-se Macedo de Cavaleiros e foi elevada à categoria de vila, em 1863.
Conta a lenda que lá viviam, no tempo dos mouros, dois cavaleiros que usavam fortes maças de armas no combates, pelo que todos os conheciam pelos cavaleiros da maça. Tão bravos e fortes eram que a sua fama, já corredora do Mundo, chegou aos ouvidos do rei, que, depois de assistir, extasiado, aos feitos dos cavaleiros, resolveu conceder-lhe grande honra, chamando ao lugar Macedo de Cavaleiros. É terra de gente simples e hospitaleira onde se diz: “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”.
Do Domingo Ilustrado (1998): “Provém o nome de um fidalgo espanhol D. Álvaro Gil de Macedo, primeiro donatário, suposto que a freguesia teve, e é isso quanto cosnta na região”.
Macedo de Cavaleiros
A história de Macedo de Cavaleiros funde-se no vasto quadro da evolução histórico- administrativa do território bragançano. Marcada pela sua individualização como unidade administrativa, em meados do século XIX; a sua história é a história das diversas circunscrições administrativas que se agregaram para o constituir.
A estrutura geográfica em que se insere Macedo de Cavaleiros levou-o, naturalmente, ao isolamento. Apesar disso, existem vestígios do seu povoamento em épocas remotas, desde do Neolítico que a presença humana deixou marcas nesta região.
A invasão dos Bárbaros marca o início de uma luta multissecular pela posse da Península Ibérica. Depois dos Suevos que, fundaram o seu reino no noroeste da Península, incorporando as terras bragançanas, Godos e Árabes impuseram, sucessivamente o seu domínio.
O território que o Tuela delimita a oeste e agora corresponde ao Distrito de Bragança, só se incorporou na Terra de Portugal a partir do século XII, repartido por três Distritos ou Terras: Bragança, a norte; Lampaças, no centro, à qual pertencia a povoação de Masaedo ( actual vila de Macedo de Cavaleiros ); e Ledra, no sul.
No termo destas últimas se veio a recortar, 700 anos depois o Concelho de Macedo de Cavaleiros.
A divisão pré- nacional do território aquém- Tuela em três Distritos manteve-se, na monarquia portuguesa, até que, pelo foral de Junho de 1187, D. Sancho I erigiu a cidade de Bragança em sede de um vasto Concelho que conglomerava os termos de Bragança e Lampaças. Ao Concelho de Bragança passaram, assim a pertencer todas as povoações do actual concelho de Macedo de Cavaleiros que faziam parte da extinta Terra de Lampaças.
D. Sancho I impôs a Bragança o povoamento dos "vilares veteros" do Concelho. Na área do actual concelho de Macedo de Cavaleiros foram povoados por Bragança, além de outros vilares, Valdrês, Limãos e Vale de Prados.
No concelho de Macedo de Cavaleiros, eram vilares, além das povoações atrás referidas, as de Talhas, Travanca, Burga, Peredo, Bousende, Azibeiro e Masaedo.
Segundo as Inquirições de D. Afonso III, em 1258, o território de Macedo pertencia a um cavaleiro de Chacim, D. Nuno Martins, da estirpe dos Bragançãos, e a um outro D. Mendes Gonçalves.

No entanto, este lugar não seria mais do que uma pequena povoação, já que não assumiu nestes tempos a importância administrativa de outras localidades suas vizinhas, como por exemplo Nozelos, Vale Prados, Cortiços, Sezulfe e Pinhovelo, as quais, durante o surto municipalista do reinado de D. Dinis, receberam Cartas de Foral.
A partir do século XIV, Masaedo surge designado por Macedo dos Cavaleiros. Este aditivo deve-se provavelmente à categoria dos seus donatários.
No começo do século XVI, a grande reforma de D. Manuel concedeu forais novos a Sezulfe (1504), a Vale Prados (1510), a Chacim (1514) e aos Cortiços (1517). As linhas gerais da divisão territorial mantiveram-se. O País dividia-se em seis grandes Comarcas ou Províncias, entre as quais se contava a de Trás-os-Montes.
A Comarca de Trás-os-Montes aparece subdividida, na 1ª metade do século em quatro Comarcas ou Corregedorias: Moncorvo, Miranda, Vila Real e Bragança. À Comarca de Moncorvo pertenciam os concelhos de Chacim, Sezulfe e Cortiços; Nozelos, Vale de Prados e Pinhovelo e toda a parte leste do actual Concelho, continuaram integradas na Comarca de Bragança.
Em 1722, D. João V passou "carta de reguengueiros da Casa de Bragança aos moradores da quinta" de Macedo. Este documento do século XVIII testemunha ainda a pequena dimensão de Macedo, ao designá-lo como quinta.
Em 18 de Julho de 1835 decretava-se a nova divisão administrativa. O país ficava dividido em Distritos, estes em Concelhos e os Concelhos em Freguesias. No mapa n.º2 anexo ao Decreto, mencionavam-se, entre os 44 Concelhos que ficavam a constituir o Distrito de Bragança, os de Chacim, Cortiços, Nozelos, Sezulfe e Vale de Prados.
A 6 de Novembro de 1836, reduziram-se a dois - Chacim e Cortiços - os velhos Concelhos que viriam a constituir o núcleo de Concelho de Macedo de Cavaleiros.
Uma nova divisão administrativa é aprovada em 1853 e institui Macedo dos Cavaleiros como Julgado e Concelho, suprimindo os antigos concelhos de Chacim e Cortiços. Um erro gráfico dá forma definitiva ao nome Macedo de Cavaleiros. Em 1863 a povoação de Macedo de Cavaleiros é elevada á categoria de vila. Indubitavelmente o crescimento da antiga povoação de Masaedo deve ter sido enorme entre o início do século XVIII e a segunda metade do século de XIX, passando duma simples "quinta" a sede de concelho e a vila.
A 13 de Maio de 1999 é votada na Assembleia da República a elevação de Macedo de Cavaleiros a cidade.

Lenda dos Cavaleiros Da Maça
Diz a lenda que... “no lugar de Macedo, existiam dois cavaleiros que se apresentavam nos combates, armados de pesadas maças de ferro.
Numa batalha em que entravam as tropas de um dos primeiros Reis de Portugal, estas eram levadas de vencidas pelos soldados inimigos.
Mas no momento em que as hostes do Monarca estavam prestes a deixar o campo da peleja, feridos pela derrota, apareceram os cavaleiros da Maça e foi tal a sua bravura no batalhar, que o próprio Rei, admirado da valentia dos dois esforçados cavaleiros não pôde deixar de gritar, cheio de entusiasmo: - Maça, Macedo!... Maça, Macedo!...
Criaram alento as tropas portuguesas com os repetidos e bem tocados golpes desferidos pelas Maças dos dois cavaleiros de Macedo e foi ganha a batalha. Como prémio deste heróico feito, ficou o lugar com direito a usar o nome de Macedo de Cavaleiros e os dois fidalgos cheios de honras”.
Provavelmente, esta lenda filia-se no facto do timbre das armas dos “Macedos” ser “um braço vestido de azul, a mão de carnação empunhando uma maça de ouro, armada de prata.

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