O diretor do projeto da Barragem do Tua, António Freitas da Costa, afirmou hoje à agência Lusa que as recomendações da UNESCO são «perfeitamente aceitáveis» e que a EDP vai dar resposta a essas recomendações.
O Ministério da Agricultura e Ambiente divulgou em outubro que o relatório da missão da UNESCO ao Douro concluiu que a construção do aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua, de acordo com o projeto revisto, é compatível com a manutenção do Alto Douro Vinhateiro (ADV) na Lista do Património Mundial". A organização mundial fez, no entanto, críticas ao processo e exige medidas de mitigação cuja concretização, de acordo com uma plataforma composta por ambientalistas, defensores da Linha do Tua e quintas do Douro, "será mais cara do que parar a barragem".
A UNESCO concorda com o enterramento da central elétrica, num projeto do arquiteto Souto Moura, mas exige conhecer e pré-aprovar soluções para a subestação e para a linha de muito alta tensão.
A organização recomendou ainda a criação de um "Plano de Gestão da Zona", com força de lei, que proteja o Douro "dos impactos cumulativos de infraestruturas como barragens, linhas elétricas e estradas, como por impactes incrementais resultantes da ausência de políticas de gestão consistentes".
Este plano terá de ser submetido à UNESCO até 01 de fevereiro 2013.
"Do nosso ponto de vista as recomendações da UNESCO são perfeitamente aceitáveis e nós vamos dar resposta às recomendações que nos enviaram", afirmou hoje António Freitas da Costa.
O responsável explicou que a barragem segue o seu processo construtivo a "um ritmo mais lento" do que inicialmente previsto, como foi recomendado pela organização mundial e Estado português.
A previsão inicial apontava para a conclusão da obra em finais de 2015, tendo esse prazo sido alargado para setembro de 2016.
"Tínhamos previsto iniciar os betões do paredão da barragem em meados deste ano e a nossa previsão é que comecem só em julho ou agosto do próximo ano, após todas estas respostas que temos que dar às recomendações da UNESCO", acrescentou.
Freitas da Costa falava à margem da apresentação do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), que será criado no âmbito das contrapartidas pagas pela EDP pela construção da Barragem de Foz Tua.
O parque terá 25 mil hectares e vai estender-se ao longo dos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor.
Lusa
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