A Associação dos Jovens Médicos (AJOMED) inicia na quarta-feira em Alfândega da Fé, distrito de Bragança, um rastreio a algumas doenças que mais afetam a população idosa no interior do país.
Durante esta semana e na próxima, equipas de duas médicas vão “apanhar boleia” na Unidade Móvel de Saúde de Alfândega da Fé e deslocar-se às aldeias para efetuar rastreios e sensibilizar a população nas áreas da demência e pé diabético.
A associação de jovens médicos vai, segundo adiantou o presidente Marques Pinto à Lusa, levar estes rasteiros ao interior do país, onde prevalece uma população envelhecida e com difícil acesso ao diagnóstico e cuidados de saúde.
“Pretendemos cobrir a maior parte das regiões do interior e colmatar algumas falhas que existem por dificuldades de acesso aos serviços e cuidados de saúde”, realçou.
Segundo o presidente da associação, existe em Portugal “uma subdiagnosticação muito grande da demência e o rastreio está muito pouco implementado”.
O propósito da iniciativa é “ajudar a colmatar esta lacuna” e “aproveitar os dados recolhidos para estudos da prevalência e incidência e grau de subsdiagnosticação” da doença.
Os jovens médicos escolheram também como objeto desta intervenção o problema do pé diabético por se tratar “de uma consequência grave da diabetes mal controlada”.
Os rastreios foram pensados sobretudo para idosos, por ser a faixa etária com maior incidência destas doenças, mas estão abertos a toda a população, segundo o presidente da associação.
Marques Pinto garantiu ainda que o propósito é também “encaminhar os doentes para os serviços de saúde adequados” e que, para esse efeito, os dados recolhidos serão enviados para a Administração Regional de Saúde, centros de saúde e instituições prestadoras de cuidados.
A AJOMED tem sede em Santo Tirso, no norte de Portugal, e um âmbito nacional, segundo o seu presidente. Os rastreios em Alfândega da Fé serão realizados nos dias 04, 05, 06, 12 e 13 de setembro por uma médica e uma dietista nas aldeias que ficam no itinerário da Unidade Móvel de Saúde.
A Câmara Municipal de Alfândega da Fé fez saber que se “associa a este projeto reconhecendo a extrema necessidade de ações deste género tanto para cuidadores como para doentes”, por se tratar de um completo ao trabalho desenvolvido pela Unidade Móvel de Saúde e “que ganha especial importância num concelho marcado pelo envelhecimento populacional”.
A autarquia acrescenta, em comunicado, que “há uma correlação estreita entre o envelhecimento e o aumento das patologias, nomeadamente as demências e, a maior parte dos idosos está por diagnosticar e sem tratamento”.
Agência Lusa
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