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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Miranda do Douro - Especialistas dão início ao processo de padronização da flauta pastoril e do tamboril

Um grupo de músicos, artesãos e etnomusicólogos da região do planalto mirandês deram início ao processo de «padronização» da flauta pastoril e do tamboril para que estes dois instrumentos possam ser tocados por vários tamborileiros em uníssono.
 «O processo vai permitir que um conjunto de tamborileiros consiga tocar estes instrumentos em grupo e ao mesmo tempo, criando assim uma única unidade melódica. Desta forma os tocadores utilizarão o mesmo modelo de flauta com a mesma afinação, o que não tem acontecido ao longo dos tempos», disse Paulo Meirinhos, instrumentista do grupo de música tradicional Galandum Galundaina.
O tamborileiro é um instrumentista que executa coordenadamente dois instrumentos musicais, a flauta pastoril e um tamboril. Tocados em simultâneo acabam por se «fundir» num só «provocando uma sonoridade única», dividida entre a parte rítmica (tamboril) e a parte melódica (flauta).
O processo de «padronização» dos instrumentos vai permitir a sua divulgação e ao mesmo tempo a sua utilização por novos músicos, para que esta arte musical secular e ligada à pastorícia transmontana não se perca.
«Temos a convicção que este conjunto de instrumentos não vai sair descaracterizada, antes pelo contrário, vai dar uma nova vitalidade aos instrumentistas que queiram praticar esta arte musical», frisou.
Por seu lado, Mário Correia, etnomusicólogo e director do centro de música tradicional Sons da Terra, refere que este processo «não vai tirar as características únicas de um instrumento de raiz tradicional».
«O importante é que o processo de padronização respeite a “tímbrica” mirandesa e a sua identidade e, ao mesmo tempo, que a opção da escolha da flauta pastoril não seja apenas pela 'estética' da mirandesa, mas de um modelo reconhecido por todos os instrumentistas», acrescentou o especialista.
A raia nordestina alberga uma forma única da expressão da música tradicional, que corre «um sério» risco de desaparecer: a protagonizada pelo secular tamborileiro, uma espécie de músico «dois em um».
Apesar de rudimentares, estes dois instrumentos requerem «prática e conhecimentos», já que nem todos os músicos que os executam de forma «coordenada».
A tradição era a de estes músicos dividirem a sua actividade musical em duas partes.
Durante o ciclo pastoril tocavam apenas a flauta por ser um instrumento melodioso que não assustava o gado. Já num ambiente mais festivo, era-lhe associado o tamboril, que provocava um ritmo mais intenso e alegre, o que permitia danças de roda, ou a exibição dos tradicionais pauliteiros mirandeses.
Para além da região nordestina, há outra zona do país onde ainda resistem alguns tamborileiros: a localidade de Vila Verde de Ficalho, no concelho alentejano de Serpa.

Café Portugal/Lusa

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