A noite caía placidamente sobre os montes. Não se ouvia nenhuma coruja no seu pio nocturno como convém quando não há mais nada para dizer.
Parei na estação de serviço. E ali fiquei à espera. Mas não esperava ninguém! Depois chegou outro carro. Estacionou ao meu lado. Ao volante vinha uma mulher de meia idade. Nem reparou em mim. Olhava o relógio. Estava muito triste. De quem estaria à espera? As vezes não se espera nada, nem ninguém, ou talvez se persiga uma ténue esperança, sem sentido, nem fundamento. Só se espera. Talvez chegue! Quem sabe?! O telefone não toca! Tambem não era expectável que tocasse. Mas ela continuava a olhar para o telefone silencioso. A estrada era longa. Passavam carros que não se sabia para onde iam. Ela continava ali. De novo olhou o relógio, pintou sombras nos olhos e esperava. Ou talvez não esperasse ninguém e só estivesse ali parada a pensar na vida.... na casa...nos filhos! Também não interessa, ou talvez fosse eu que estava à espera...de alguém que estava numa cidade qualquer... tão perto e que dissesse somente: - boa noite.. que noite tão bonita! E falasse de pontes, de rios... e ficasse...
Depois fui embora e levei a noite toda!
...ela ficou.
... e não dissemos nada... e não chegou ninguém...
... estava frio e chovia!
Fernando Calado
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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