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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

... estava frio e chovia!

A noite caía placidamente sobre os montes. Não se ouvia nenhuma coruja no seu pio nocturno como convém quando não há mais nada para dizer. 
Parei na estação de serviço. E ali fiquei à espera. Mas não esperava ninguém! Depois chegou outro carro. Estacionou ao meu lado. Ao volante vinha uma mulher de meia idade. Nem reparou em mim. Olhava o relógio. Estava muito triste. De quem estaria à espera? As vezes não se espera nada, nem ninguém, ou talvez se persiga uma ténue esperança, sem sentido, nem fundamento. Só se espera. Talvez chegue! Quem sabe?! O telefone não toca! Tambem não era expectável que tocasse. Mas ela continuava a olhar para o telefone silencioso. A estrada era longa. Passavam carros que não se sabia para onde iam. Ela continava ali. De novo olhou o relógio, pintou sombras nos olhos e esperava. Ou talvez não esperasse ninguém e só estivesse ali parada a pensar na vida.... na casa...nos filhos! Também não interessa, ou talvez fosse eu que estava à espera...de alguém que estava numa cidade qualquer... tão perto e que dissesse somente: - boa noite.. que noite tão bonita! E falasse de pontes, de rios... e ficasse...
Depois fui embora e levei a noite toda!
...ela ficou. 
... e não dissemos nada... e não chegou ninguém...
... estava frio e chovia!

Fernando Calado

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