Ana Santos esteve oito anos à espera e hoje recebeu a chave de um T4 que vai poupar 250 euros mensais à família com seis pessoas e que vive das pensões da mãe e de uma irmã.
"Foi como sair-me a sorte grande", garantiu esta mulher com uma expressão de alívio idêntica à de Ana Martins, desemprega de 25 anos com três filhos para criar sozinha, um com dois, outro com cinco e o mais velho com oito anos.
Pagava 150 euros de renda que, a partir de agora, vai ficar reduzida a 04,19 euros no T3 que a autarquia lhe entregou, dois anos e meio depois de ter feito o pedido.
"Agora precisava de um trabalho", desabafou.
O presidente da Câmara, Hernâni Dias, explicou que as contempladas são famílias carenciadas com um número elevado de pessoas como ficou evidente na sala de reuniões do município que se encheu, sobretudo de crianças, na cerimónia da entrega de chaves.
O autarca reconheceu que "há carência de habitação social em Bragança" e que a existente não chega para os pedidos. Por essa razão o município dá prioridade às famílias mais necessitadas.
A Câmara de Bragança tem 270 fogos de habitação social, praticamente todos ocupados, com exceção de "dois ou três apartamentos", segundo o autarca, que estão a ser recuperados para entregar a novos habitantes.
No Serviço de Ação Social do município estão a ser analisados 170 pedidos de ajuda para habitação social, mas também para outro tipo de apoio, nomeadamente a pequenas reabilitações em casas degradadas.
Hernâni Dias indicou que ainda recentemente a autarquia apoiou oito famílias com um montante na ordem dos oito mil euros para intervenções em casas no meio rural.
As principais causas de necessidade detetadas pela Câmara de Bragança nos pedidos que lhe são dirigidos são "fruto também desta situação económica que o país atravessa", segundo o presidente.
"[As pessoas] viram-se numa situação de desemprego sem capacidade para poder responder de forma clara àquilo que são as necessidades do agregado familiar", explicou.
Outro motivo é o falecimento de um dos cônjuges que faz com que "as famílias caiam numa situação de alguma debilidade e isso leva-as a recorrer ao município para serem ajudadas a ultrapassar uma determinada fase da sua vida".
O autarca notou que "há famílias que vivem situações mesmo muito complicadas: situações de monoparentalidade com três, quatro filhos, de dependência dos próprios pais e perda de rendimento por perda de emprego e por impossibilidade de conseguir um emprego".
Desde 1998, a Câmara realojou cerca de 80 famílias e tem vindo a fazer um trabalho de verificação da real condição dos beneficiários o que já levou a autarquia a recuperar a posse de alguns fogos que estavam entregues a pessoas que não precisavam.
HFI // MSP
Lusa/fim
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