- A nossa ponte, ponte de passagem. Acho que não tem regresso! Diz a Margarida apaixonada. E a sua cidade ficava do outro lado da margem e era tão bonita. E foi tão feliz naquele Liceu que estava tão perto. E já sentia saudades!
- Então, estás a chorar?! Então? Disse o Pedro e também se comoveu. Saudades do Liceu onde foram tão felizes!
- Minha Nossa Senhora de todas as lágrimas! E o Pedro beijou-lhe os olhos, acariciou-lhe o cabelo. O Fervença corria manso.
A Margarida parecia que estava num sonho e só o Fervença era tão real e silencioso. Regressaram. As pontes são tão amigas que aproximam as margens.
O Pedro levou a Margarida a casa. Das escadas, ela ainda lhe disse baixinho:
- Vem depressa!
in: o milagre de Bragança
Fernando Calado
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