Os exames para a obtenção da carta de caçador deixam de ser feitos em Bragança e passam a estar disponíveis apenas em Vila Real.
A decisão é anunciada pelo Governo, que, por um lado, pretende desburocratizar o processo para facilitar o acesso dos interessados aos exames, mas por outro lado, altera os locais de exames que passam a ser feitos apenas em alguns distritos.
Para o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, esta decisão é inaceitável. “Isto é uma situação inaceitável, porque sempre se realizaram os exames para a obtenção da carta de caçador em Bragança e não percebemos a razão pela qual hoje isso não pode acontecer. Bragança comparativamente a Vila real tem muito mais pessoas habilitadas com carta de caçador, em 2014 tivemos mais candidatos do que houve em Vila Real e não se compreende como é tomada uma decisão destas”, afirma o autarca.
Até agora o processo para a obtenção das cartas de caçador era gerido pelos serviços do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas em Bragança e por vezes eram até solicitadas salas ao Município.
Hernâni Dias assegura que este serviço sempre foi disponibilizado gratuitamente e lamenta que a autarquia não tenha sido ouvida neste processo. “Os candidatos faziam o exame aqui em Bragança sem qualquer custo, porque inclusivamente houve uma altura em que foram solicitadas salas para fazer os exames à Câmara Municipal, que nunca foram pagas, porque o município cedia gratuitamente e portanto não pode haver aqui a alegação de custos para a realização dos exames. Portanto, não compreendemos a razão pela qual foi tomada esta decisão e não compreendemos que tenha sido tomada uma decisão sem que tenha havido um diálogo com a Câmara Municipal, no sentido de encontrar uma solução alternativa que pudesse ser do agrado quer dos serviços, quer dos interessados em tirar a carta de caçador”, acrescenta o edil.
O autarca lembra ainda que as deslocações a Vila Real implicam custos acrescidos para quem quiser obter esta licença. “Sabemos que quanto menos pessoas houver habilitadas com a carta de caçador, provavelmente maior será o desinteresse e o declínio do sector cinegético aqui na nossa região”, realça Hernâni Dias.
Por isso, na reunião de ontem da Câmara Municipal foi aprovada uma resolução para enviar ao Ministério da Agricultura e do Mar e à Secretaria de Estado da Alimentação e Investigação Agro-alimentar contra a retirada deste serviço de Bragança.
Escrito por Brigantia
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