Na época em que tudo parece estar industrializado, há quem resista e insista em não deixar de fazer com as próprias mãos aquilo que lhes foi ensinado pelos antigos.
É o caso de Luísa Cunha, que na aldeia de Salselas, em Macedo de Cavaleiros, continua a fabricar queijo de ovelha, longe dos métodos industriais. Uma história aqui contada pela jornalista Tânia Rei.
Luísa Cunha tem 66 anos feitos, e há sete que faz à mão queijos de ovelha. Começa por dizer que clientes não lhe faltam.
Desengane-se quem pensa que esta habitante de Salselas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, é estreante na arte de fazer queijos. Aprendeu em criança, mas fazia-os de vaca. Só que antes havia quem comprasse o leite, e pouco sobrava para o queijo.
Trocou as vacas pelas ovelhas. E todos os dias, até setembro, quando as ovelhas emprenham, ordenha os animais para ter leite fresco. Os aros de metal são fáceis de encontrar, nas feiras, e só o coalho é artificial, porque vem da farmácia. O resto sai das mãos hábeis da dona Luísa.
A dona Luísa faz queijos para dar aos filhos e para vender na aldeia e a quem a procure. Até já alguns turistas levaram queijo artesanal. Aumentar a produção e vender para outros sítios, está fora de questão, porque foge às regras da ASAE. E ainda se os novos quisessem pegar nas tradições, mas a dona Luísa não vê jeitos.
Três queijos levam uma hora e meia a fazer. Coisa demorada e trabalhosa, e que dá mais valor produto.
Enquanto a dona Luísa puder, vai continuar a encher os aros de coalho para fazer queijos de ovelha com o sabor de antigamente.
E, diz-nos esta habitante de Salselas, os novos gostam de comer, mas não querem aprender, e por isso o sabor do queijo feito à mão pode estar em risco de desaparecer.
Escrito por ONDA LIVRE
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