Basta uma breve passagem pelas muralhas do nosso belo Castelo, situado sobranceiramente sobre a Cidade de Bragança, para verificarmos que o mesmo tem sido alvo de verdadeira Guerra Medieval Moderna. Ao correr as muralhas deste belo monumento, pode-se verificar que sistematicamente vai perdendo pedras, nas suas muralhas e vai ganhando nova folhagem em toda a sua extensão amuralhada...
Pergunta-se aqui, qual será a entidade responsável por tal facto acontecer... Se por um lado, a Autarquia, pouco ou quase nada faz, por outro, visto que os militares têm também a sua quota parte de responsabilidade, ainda fazem menos... Sendo um Monumento protegido, considerado Monumento Nacional, por Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910, sendo que em 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; e em 2008, 22 Agosto - atribuição pela CMB da medalha Municipal de Mérito ao Museu Militar de Bragança, que neste dia comemorava 25 anos, pergunta-se quem será então o responsável pela conservação, manutenção e limpeza deste belo monumento, considerado por muitos o mais belo castelo nacional???
É que basta olhar as imagens, conversar com as suas gentes, que por lá habitam e teimam em morrer por lá, depressa se chega à conclusão de que o Castelo, foi largado ao abandono, sendo recordado por altura do Mês de Agosto, quando os emigrantes visitam a sua terra Natal, e é decidido dar uso a este imponente Monumento durante pouco mais de 5 dias para uma mais ou menos mal conseguida Feira Medieval, com fraca informação sobre a mesma, pouco ou nada divulgada, e em que os seus visitantes, na sua maioria não sabiam sequer que existia algo mais além do que se passava no largo que serviu de parada ao BC3...
Além de tudo isto, o Castelo tem vindo a sofrer muito do desgaste do tempo e da sua utilização diária, quer por transeuntes quer por veículos, sofrendo desgaste no seu piso, que está com alguns buracos, aqui e ali e ali e ali e ali... Alguns tornozelos torcidos, algumas quedas, alguns saltos partidos, algumas biqueiras de calçado descoladas... A agravar toda esta situação, a deficiente iluminação, que em alguns locais está apagada há meses, noutros é o acende e apaga constante das lâmpadas em fim de vida útil.
O Castelo é esquecido durante todo o ano, só sendo recordado pelos que diariamente ali vivem, pelos que de vez em quando ali se deslocam, pelos turistas que “teimam” em vir ver esta obra majestosa, e que ficam tristes e desiludidos pela forma como é tratada, sobrevivendo a todos os ataques diários nesta Guerra Medieval Moderna, resistindo a tudo e a todos, mas já ferido na sua essência e moribundo à espera que alguém tenha a ousadia de lhe colocar um pouco de cimento e areia, para que possa com esses pensos rápidos sobreviver a mais uns ataques, mantendo-se altaneiro e sobranceiro à cidade.
Já várias vezes delapidado, e sempre recuperado, impunha-se mais uma vez que alguém lhe dedicasse algum do seu tempo, quem sabe até, quanto mais não fosse, que alguém fornecesse os materiais, que certamente entre muralhas e até mesmo de fora, alguém os aplicaria...
Este local de excelência, que nos transporta a uma era que não é a nossa, mas que é a nossa que o destrói, que nos tira do rebuliço da cidade, que nos leva a pensar que não estamos em Bragança... Faça-se algo pelo Castelo, de uma vez por todas e rapidamente!!!
Crónica do Corneteiro do BC3 // Por Fernando Aragão
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(Henrique Martins)
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