Com o declínio da actividade agrícola no concelho de Bragança, as cooperativas da cidade acabaram por encerrar, sendo agora espaços abandonados no meio da cidade.
As duas cooperativas que resistiram à viragem do século acabaram por desistir da actividade e fechar as portas nos últimos 5 anos.
Uma delas é a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Batata de Semente de Bragança, que foi criada há mais de 6 décadas e em 2011 encerrou definitivamente. As instalações da cooperativa estão agora a caminho da ruína, sendo que o escritório chegou a ser arrombado e vandalizado e o espaço exterior foi recentemente ocupado por alguns animais.
O negócio da batata de semente que só era produzida nas terras altas deixou de ser rentável quando acabou o subsídio ao produto, como explica Fernando Lopes, que fez parte da última direcção da cooperativa. “A partir dessa altura começou a não se semear nem comercializar a nossa batata e os agricultores compram a batata estrangeira porque tem um melhor preço”, refere. A centralidade do edifício junto ao hospital de Bragança faz com que o destino seja disputado, apesar de incerto.
A autarquia já demonstrou interesse na área, e outa das possibilidades passa por ceder as instalações para uma associação de produtores dos frutos secos. A infraestrutura serviria para calibrar, armazenar e comercializar os frutos. Uma cooperativa nesta área é considerada necessária para melhorar as condições para os produtores de castanha. “Os produtores poderiam ir vender à cooperativa e ela sempre conseguiria melhores preços do que oferece a concorrência, se houver uma cooperativa na retaguarda para os ajudar, criarmos melhores defesas aos agricultores”, afirma Fernando Lopes.
Já a Adega Cooperativa de Bragança, que funcionava em Vale d’Álvaro, está também fechada e abandonada, desde 2010. A adega que tinha capacidade para receber cinco toneladas de uvas, trabalhava nos últimos anos com colheitas que oscilavam entre as 300 e 500 toneladas.
De acordo com António Pires, que fez parte da última direcção, a cooperativa deixou de funcionar, com a definhar da produção vitícola no concelho. “Os agricultores começaram a arrancar as vinhas, porque não davam lucro e uma adega sem uvas não pode funcionar. Nos últimos anos que laborou, um empresário da zona do Porto comprava o vinho, mas pagava menos a cada ano”, salienta.
Depois de encerradas resta agora definir se o futuro dos espaços passará por instalações de serviços, imobiliário ou utilização por parte de outra cooperativa.
Esse é o tema de uma reportagem que pode ler na edição desta semana do Jornal Nordeste, que chega hoje às bancas.
Escrito por Brigantia
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