Há matadouros a mais de acordo com o vice presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Mário Abreu Lima.
Nos quatro estabelecimentos deste tipo na região o número de abates tem vindo a diminuir ao longo das últimas décadas.
Desde há cerca de 10 anos, os animais abatidos, tanto no caso de bovinos, como de suínos e de pequenos ruminantes, reduziu para praticamente metade nos matadouros de Bragança, Vinhais, Miranda do Douro e do Cachão, em Mirandela.
Em declarações ao Jornal Nordeste, o dirigente da CAP, refere que há demasiados matadouros na região para o número de cabeças existentes. Mário Abreu Lima defende ainda que deve haver uma forma de diminuir os custos de abate defendendo a “redução potencial dos preços de deslocação e abate das carcaças”. Não é de forma alguma aceitável as questões que se têm verificado em toda a região, em competição constante e permanente entre pequenas zonas de encabeçamento que enfim competem com outras logo ao lado com estruturas caras e que porventura, absorvem parte do resultado que poderia ser veiculado para a produção e para o bem de todos. Portanto há demasiados matadouros na região para a capacidade de encabeçamento existente”, considera.
O sector pecuário está ainda a ser afectado com o facto de os apoios às raças autóctones terem diminuído no novo quadro comunitário de apoio. “Neste quadro comunitário, a situação é agravada porque houve efectivamente um abaixamento de apoios financeiros, ao encabeçamento das raças autónomas e por essa razão é que efectivamente tem havido uma quebra mais acentuada nos últimos tempos.
Os apoios comunitários, no quadro anterior, para este tipo de raças, eram mais expressivas do que neste quadro. É um facto que há uma compensação de apoios com outras medidas ligadas às agro-ambientais. Mas em relação ao encabeçamento directo, as ajudas comunitárias são inferiores”, explica Abreu Lima.
Os agricultores enfrentam ainda o problema da demora que está a ocorrer na chegada dos apoios do quadro comunitário Portugal 2020 para novos investimentos no sector. “Todo esse período transitório, assim como as primeiras aberturas do novo quadro 2020 não foram ainda analisadas.
Os montantes de projectos foram elevadíssimos, os agricultores responderam de forma muitíssimo positiva, só que tem havido um atraso substancial e na nossa opinião excessivo relativamente à observância e há apreciação dos projectos e consequentemente ao problema do seu financiamento e portanto temos estado semi-parados e com expectativas que foram criadas e que não são de forma nenhuma resolvidas”, sublinha o dirigente.
Os problemas de execução do PDR 2020 a impedir o avanço de vários investimentos no sector agro-pecuário.
Escrito por Brigantia
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