A locomotiva histórica a vapor , que se encontrava estacionada na Estação de Caminho-de-ferro do Tua foi objecto de uma interpelação do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda ao Governo.
O Bloco de Esquerda (BE) quer saber se a antiga locomotiva a vapor, uma Mallet ex-MD 401/10, considerada uma peça de material não circulante de grande interesse patrimonial que documenta o período histórico em que operou nas linhas estreitas do Tua, do Corgo e do Sabor, foi vendida com o conhecimento do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.
Saliente-se o facto de a peça histórica ter sido retirada da Estação de Caminho-de-Ferro do Tua durante o dia 20 de abril por um camião de matricula francesa, da empresa Transports Marquet, sediada em Mions, Lyon, devendo depois ter rumado a França onde irá ser recuperada para operar em troços de caminho-de-ferro históricos.
Segundo fonte da CP, a locomotiva foi efectivamente vendida. “Podemos adiantar que o comprador é estrangeiro e o contacto surgiu na sequência de uma manifestação sua de interesse na aquisição deste material”, disse na altura um responsável da CP citado pelo site especializado em assuntos ferroviários webrails .
O BE vem agora criticar “o desmantelamento do património histórico da ferrovia” e caso a venda tenha sido efectuada, este partido afirma que o acto “configura uma decisão atentatória do património histórico-cultural da região e, em particular, da própria CP”.
Segundo o BE afigura-se, «bastante insólito que, existindo um Museu Nacional Ferroviário, que tem como missão “contar a história do caminho de ferro em Portugal” e sendo a Linha Ferroviária do Tua parte indelével dessa história, não haja notícia de audição prévia de várias entidades públicas, tais como a Fundação do MNF ou outras, sobre a legalidade e oportunidade para esta e outras vendas semelhantes que já ocorreram no passado».
Agora o BE pretende saber se “foram estabelecidos contactos oficiais com algumas entidades públicas supervenientes, designadamente a Fundação do Museu Nacional Ferroviário, para obter o seu pronunciamento sobre a oportunidade e legalidade da referida venda da locomotiva E166, que se encontrava estacionada na Estação do Tua, há vários anos, e se tenciona ou não o governo adotar medidas urgentes para travar a delapidação e a desmantelamento do património histórico e museológico dos comboios que operaram na Linha Ferroviária do Tua, nomeadamente locomotivas e carruagens a fim de proceder à sua reabilitação e integração no acervo histórico e patrimonial do caminho de ferro em Portugal”.
Os bloquistas também perguntaram ao Governo se existe “a possibilidade de reverter a venda da locomotiva E166, em concreto, a confirmar-se que a mesma foi ilegal por não ter acautelado todos os procedimentos legalmente estabelecidos, que visam a proteção do património histórico e museológico do caminho de ferro português”.
in:noticiasdonordeste.pt
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