Realizou-se nos passados dias 2, 3 e 4 de Setembro em Rio de Onor um encontro libertário transfronteiriço, que reuniu elementos da AIT-SP (Associação Internacional dos Trabalhadores – Secção Portuguesa), do Porto, de Lisboa e Coimbra, da Terra Viva! – Associação de Ecologia Social (Porto), da CNT/AIT (Confederación Nacional del Trabajo) de Zamora e de Vigo, e de algumas associações culturais raianas de ambos os lados, sobretudo da vizinha comarca de Sanabria.
A ideia da realização desta actividade na aldeia de Rio de Onor, prendeu-se com o facto de ser este um dos locais da raia fronteiriça onde as ricas tradições populares comunitárias estão de alguma forma ainda vivas, podendo servir de inspiração para tantos projectos actuais que começam a ressurgir, tendo em vista uma maior ligação à Terra e de uma vida mais harmoniosa entre as pessoas e entre estas e a Natureza – o que cada vez é mais difícil nas grandes cidades – excluindo relações de exploração e de dominação.
No programa deste encontro , além da troca de informações e debate sobre a situação do movimento libertário e antiautoritário ibérico, nomeadamente sobre as dificuldades da sua inserção nos movimentos laborais e sociais, tiveram os participantes – reunidos debaixo da velha amoreira dos "conselhos do povo” – oportunidade de assistir à prelecção do ancião rionorês António José Preto, que contou aos presentes algumas curiosidades históricas sobre a cultura comunitária local, nomeadamente sobre o espírito de entreajuda que unia todos os habitantes da aldeia, as formas peculiares como eram executadas as várias tarefas agrícolas e pecuárias e a administração da justiça na comunidade (a vara da justiça, etc.), assim como funcionava (e funciona) a relação de fronteira entre os habitantes, uma vez que o topónimo Rio de Onor oficialmente corresponde a duas aldeias, “separadas” pela fronteira política, contando alguns episódios que atestam a forma como para as populações locais a existência das máquinas administrativas dos Estados era algo absolutamente secundário frente à sua necessidade e capacidade para se autogovernarem.
Banhos no rio, passeios pedestres pela área envolvente de Rio de Onor, convívio com moradores locais, observação de alguma fauna selvagem local, identificação de alguma flora silvestre medicinal e alimentar, confecção de algumas refeições na lareira do parque de campismo e jantar num pequeno restaurante da aldeia, foram outros tantos momentos de animação e interacção social e cultural entre quem participou nesta primeira experiência libertária transfronteiriça naquela aldeia.
A ideia é repetir a experiência no próximo ano, com mais participantes e outros colectivos, dando continuidade aos laços de amizade agora iniciados com a população local.
José A. Paiva
in:noticiasdonordeste.pt
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