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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Bragança apresenta “Cantos de Outros Tempos” registados por Belarmino Afonso

A região de Bragança tem “Cantos de Outros Tempos” que deixaram de se ouvir com o desaparecimento daqueles que os cantavam, mas que firam guardados nos registos sonoros do reconhecido etnógrafo Belarmino Afonso, que morreu há onze anos.
O Museu Abade Baçal de Bragança decidiu homenagear aquele que foi uma das referências culturais da região com a edição de alguns dos registos sonoros que legou, numa cerimónia enquadrada nas comemorações do centenário daquele espaço cultural.

O disco será apresentado, na sexta-feira e resulta de um trabalho do Museu do Abade de Baçal com produção de Sons da Terra, apoiados pela câmara de Mogadouro, concelho onde foram recolhidos os cantos agora editados, como disse à Lusa Ana Maria Afonso, diretora do museu.

Ana Maria Afonso é sobrinha do homenageado e acompanhou “sempre o gosto e entusiasmo pela Cultura” da sua terra.

“Observou, escreveu, interpretou o território a que ele pertence”, apontou, tal como fez o Abade Baçal, que calcorreou há mais de um século todo o distrito de Bragança e reuniu as memórias, artefactos e tradições locais, algumas expostas no museu de que foi diretor e que ostenta o seu nome.

O Abade e Belarmino Afonso têm em comum a vida religiosa e a dedicação “de uma forma absolutamente voluntária” à Cultura do povo e da região.

O cónego Belarmino Afonso era natural da aldeia de Castro Vicente, em Mogadouro, e morreu, em 2005, aos 74 anos vítima de doença.

Em 2002, o presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou-o com a Comenda da Ordem do Infante por relevantes serviços prestados na área da cultura.

O Museu Abade de Baçal decidiu começar a publicar o resultado do legado e começou pelos registos sonoros que realizou em cinco concelhos do Nordeste Transmontano.

Depois de Vimioso e Vila Flor, são agora editados os registos sonoros de Mogadouro e neles podem-se escutar, entre cerca de 40 canções, Cantos de trabalho, Fados e cantigas de cegos, Cantos do Natal aos Reis, Cantos Religiosos, Canções e jogos de roda, Contos, histórias e versos declamados.

É intenção da diretora do Museu continuar a publicar as recolhas feitas pró Belarmino Afonso, à medida que forem aparecendo apoios, nomeadamente financeiros, para o efeito.

Belarmino Afonso foi uma das figuras incontornáveis da cultura do Nordeste Transmontano, responsável por um vasto trabalho de investigação e recolhas de cariz etnográfico, conforme descreve Ana Maria Afonso.

Fundador do Grupo Etnográfico de Babe, aldeia de Bragança onde foi pároco, e da revista “Brigantia”, escreveu diversas obras de investigação antropológica.

Durante a época em que lecionou em Bragança, “realizou intenso trabalho de campo, envolvendo muitos dos seus alunos, legando, no que se refere ao património musical tradicional, um valioso acervo de registos sonoros efetuados em localidades dos concelhos de Bragança, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais”.

Dirigiu durante 16 anos o Arquivo Distrital de Bragança, foi padre, professor, historiador, etnólogo e antropólogo e destacou-se pelo conhecimento que tinha da cultura transmontana, resultado de décadas de estudos, sobretudo de vultos ilustres regionais, nomeadamente o Abade de Baçal.

A assembleia e a câmara municipais de Bragança homenagearam o seu trabalho, em 2002, com a edição do livro “In Honorem Belarmino Afonso” sobre a sua vida.

A apresentação dos registos sonoros do concelho de Mogadouro ocorrerá, na sexta-feira em simultâneo com a inauguração de duas novas exposições no museu Abade de Baçal.

Este espaço cultural de Bragança recebe a exposição “Celebração” que reúne 70 desenhos do “mestre” José Rodrigues e da pintora Raquel Rocha e que inicia um período de itinerância repartida pelos museus Abade de Baçal de Bragança e de Arte Sacra de Macedo de Cavaleiros. Esta mostra estará patente até 15 de janeiro em simultâneo com outra exposição, que abre ao público no mesmo dia, com o título “Imagens de Fé: Ex-votos da Diocese de Portalegre – Castelo Branco” e composta por oferendas dadas pelos fiéis aos santos da sua devoção.

Agência Lusa

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