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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Forestis recomenda Programa Mobilizador da Floresta

Associação Florestal de Portugal pretende apoiar os detentores de 97 por cento da floresta portuguesa a “Gerir, Defender e Certificar” a gestão sustentável da floresta nacional, até "para a inverter o ciclo vicioso e dispendioso de incêndios".
A Associação Florestal de Portugal – Forestis defende que o Apoio ao Associativismo Florestal seja um eixo prioritário da anunciada Reforma das Florestas, a ser realizada pelo governo. De tal forma que veio a semana passada propor o Programa Mobilizador da floresta privada e comunitária com o objetivo de “apoiar os detentores de 97 por cento (%) da floresta nacional a Gerir, Defender, e Certificar a gestão sustentável da floresta portuguesa enquanto bem público importante para todos os portugueses”.  Esta proposta surge no quadro da Reforma da Florestas, que o governo abordou  no Conselho de Ministros realizado na passada quinta-feira, dia 27 de outubro, tendo sido enviada ao Primeiro-Ministro, Jorge Costa, com conhecimento aos ministérios envolvidos no Grupo de Trabalho Interministerial para as Florestas.

A Forestis, que agrega 31 associações florestais  sub-regionais e 17 mil proprietários e gestores de áreas comunitárias, entende que sem os detentores de 97% da floresta apoiados e mobilizados, nenhuma política florestal terá sucesso porque “só estes podem operar no terreno a alteração do paradigma do ordenamento e gestão florestal, tão importante para o país”.

Por isso, a Associação Florestal de Portugal propôs ao Governo um Programa Mobilizador da floresta privada e comunitária, sob a forma de Contratos-Programa, plurianuais e com duração de 5 anos, financiado pelo Fundo Florestal Permanente, a celebrar  pelo Estado e as Associações Florestais que estão no terreno, que permita apoiar a mobilização dos proprietários para se associarem em Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), elaborarem o cadastro das suas propriedades florestais, implementarem a gestão e medidas de defesa da floresta contra incêndios ou a certificarem a gestão sustentável da floresta minifundiária e dos produtos florestais, essenciais para industria florestal exportadora.

“Esta proposta é consensual, está em linha com os objetivos do programa do Governo, que prevê a reforma do setor Florestal através do apoio ao Associativismo Florestal e às ZIF, bem como os da  Estratégia Nacional para as Florestas (2015) ou as recomendações do Estudo Prospetivo do Setor Florestal, publicado em 2014  pela Associação para a competitividade da fileira florestal. Todos estes documentos estratégicos defendem um papel central do associativismo florestal para a necessária alteração estrutural da floresta portuguesa”, manifestou a direção da Forestis, que acrescenta, “já para não falar na Lei de bases de 1996, que  prevê  a Promoção da gestão do património florestal nacional, através do ordenamento das explorações florestais e da dinamização e apoio ao associativismo, que infelizmente está ainda por concretizar”.

“Até o Programa para o Desenvolvimento do Interior, recentemente apresentado, chama a atenção para a “importância de aumentar as áreas abrangidas por zonas de intervenção florestal”, sublinha a direção da Forestis, até porque tem sido um “território  com maiores dificuldades estruturais na floresta e que tem sido menos apoiado”.

A Associação Florestal de Portugal lançou, assim, o desafio ao Governo de assumir na política florestal nacional o Associativismo Florestal como uma via para a concretização da política pública para as florestas, propondo um apoio “claro e sustentável no tempo às Associações Florestais que estão no terreno” e sugerindo como referência o setor agrícola “onde o Estado transferiu muitas funções e consequentes apoios para Confederações e Associações agrícolas apoiarem os seus agricultores”.

Apesar das suas dificuldades estruturais, a Floresta tem um saldo da balança comercial positivo, na ordem dos 2500 milhões de euros, que poderia, segundo a Forestis, dobrar em 20 anos, “se houvesse um forte compromisso do Governo e de todos os partidos políticos no apoio ao setor e, em particular, ao associativismo dos proprietários florestais”.

O Programa Mobilizador da floresta privada e comunitária  proposto ao Governo é, na opinião da  Forestis, “essencial para a inverter o ciclo vicioso e dispendioso de incêndios, que só em combate custou, este ano, ao país, cerca 150 milhões de euros e para interromper a perda de floresta ao ritmo de 10 mil hectares/ano, a diminuição, em 20 anos, de 17 milhões m3 de madeira essencial para a industria de base florestal, bem como a perda de postos de trabalho no setor. Segundo estudos setoriais, entre 1995 e 2011, passamos de 225 mil para 65939 empregos no setor florestal, ou seja, uma perda de 150 mil postos de trabalho”.

Em relação ao financiamento deste Programa Mobilizador para Floresta, a direção da Forestis, destaca que o que está em causa, “em termos de financeiros, é muito modesto, representando menos de 10% do que se gasta todos os anos no combate a incêndios, com a vantagem de ser um investimento reprodutivo com que se pretende construir com os proprietários, e não contra eles, uma floresta mais organizada, resiliente e produtiva, criando economia e emprego, sobretudo nas áreas rurais, e melhorando o ambiente e a qualidade de vida de todos os portugueses”.

Se não houver recetividade para acomodar este Programa na Reforma das Florestas, a Forestis teme que “a rede de técnicos florestais, presente nas associações, seja desestruturada nos próximos três anos” e, se assim for, avisa que o país “ficará sem resposta no terreno para os proprietários florestais e desmobilizar-se-iam centenas de dirigentes voluntários que lideram estas associações, levando-as à extinção no médio prazo”.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

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