O presidente do conselho distrital de Bragança da Ordem dos médicos, defende que não há falta de médicos nos centros de saúde do distrito de Bragança, mas está preocupado com a média de idade dos clínicos. Uma preocupação manifestada por Marcelino Silva num debate em Bragança esta segunda-feira organizado pela secção regional do norte da ordem dos enfermeiros.
“Na região, na esmagadora maioria os centros de saúde têm cobertura de cuidados médicos, exceptuando casos pontuais. O problema dos cuidados de saúde primários é a idade avançada dos quadros médicos. 60 por cento dos quadros têm mais de 60 anos enquanto que nos hospitais o problema é muito pior porque aí há dificuldades sérias na captação de especialistas de algumas especialidades, os concursos ficam sempre desertos e isso gera problemas de cuidados à população. Pode haver problemas pontuais, mas na relação cuidados de saúde primários cuidados hospitalares os cuidados hospitalares estão piores”, sustenta o clínico.
Debater o estado da saúde e os cuidados prestados nesta área no nordeste transmontano foi o objectivo do debate organizado pela secção regional do norte da ordem dos enfermeiros.
Para além destes profissionais de saúde, a sessão, a primeira de um ciclo que vai percorrer as capitais de distrito do Norte, reuniu representantes da ordem dos médicos, da Administração Regional de Saúde do Norte e da Unidade Local de Saúde do Nordeste.
O objectivo é fazer chegar à tutela as preocupações, necessidades e fragilidades dos administradores da saúde para a melhoria do Serviço Nacional de Saúde.
O presidente da Secção regional do norte da ordem dos enfermeiros, João Paulo Carvalho, explica que é necessário avaliar concretamente e junto dos agentes locais os problemas e as carências nas unidades de saúde.
“Queremos de uma forma muito transparente falar dos problemas locais de cada distrito, mais do que a ordem dos enfermeiros vir dizer que faltam queremos ouvir os interlocutores locais dizerem o que necessitam. Em Portugal inventamos uma medida que é o “achómetro”, todos achamos coisas, mas o que queremos saber é a realidade”, esclarece.
A redução do horário de trabalho para as 35 horas veio agravar o problema da carência de enfermeiros, acredita João Paulo Carvalho
“As 35 horas não agravou a falta de enfermeiros, porque eles já faltavam. Mas se temos pessoas que trabalhavam 40 horas e depois passam a 35 horas pelo menos cinco horas por semana têm de ser entregues a outro enfermeiro e isso não acontece”, refere.
Ponciano Oliveira, membro do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Norte, também sustenta que a cobertura na região de médicos de família é elevada, e até superior à média nacional.
Quanto à melhor maneira de fixar médicos no interior, mais do que incentivos como o pagamento extraordinário de 1000 euros previstos, o responsável acredita que formar médicos localmente será a melhor forma de chegar a esse fim:
“Depende da perspectiva de cada médico, seguramente que se tiver um médico cá formado ele verá de forma diferente essa afirmação. Essa é uma das grandes apostas que temos feito: formar médicos localmente”, frisa.
Questões levantadas num debate em Bragança esta segunda-feira organizado pela secção regional do norte da ordem dos enfermeiros.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário