Doutor em direito pela Universidade de Coimbra, onde terminou o curso em 1801, deputado, senador, membro da regência provisória e ministro do império brasileiro. Nasceu na «freguezia de São Vicente Ferrer de Valporto, termo de Bragança» (dizem os seus biógrafos; porém, não há tal freguesia, e deve entender-se Vale da Porca, hoje concelho de Macedo de Cavaleiros e então de Bragança) a 20 de Dezembro de 1778 e faleceu a 17 de Setembro de 1859.
Em 1802 foi para o Brasil, estabelecendo-se em S. Paulo, onde exerceu a advocacia; mas, casando com a rica paulista D.Maria Angélica de Vasconcelos, filha do capitão José Andrade Vasconcelos, dedicou-se à agricultura, pondo de parte aquela profissão.
A revolução do Porto em 1820, que teve eco em S. Paulo, chamou-o à vida política e foi nomeado membro do governo provisório da província, em que prestou notáveis serviços, e depois deputado às constituintes portuguesas, em que defendeu a independência do Brasil, a ponto de não querer assinar a Constituição e de se retirar para o Brasil. Depois de 1822 tomou assento na constituinte brasileira, em que se mostrou liberal avançado, sendo preso após a dissolução desta. Deputado em 1826, primeira legislatura ordinária, manteve-se firme nas ideias liberais anteriormente manifestadas e foi um dos chefes deste partido; foi também senador em 1828 por Minas Gerais.
Nicolau Vergueiro foi um dos que tomaram a iniciativa da representação dirigida ao imperador D. Pedro I no dia 17 de Março de 1831 em que pediam a sua abdicação, e realizada esta a 7 de Abril fez parte da regência provisória, juntamente com o marquês de Caravelas e com Francisco de Lima e Silva. Em 1832 foi nomeado ministro do império e em 1840 sustentou energicamente a causa da maioridade de D. Pedro II.
Tomou parte em 1842 na revolta de S. Paulo, sendo preso e conduzido para o Rio de Janeiro juntamente com o seu grande amigo padre Diogo António Feijó, mas foi absolvido pelo senado. Em 1847 foi ainda nomeado ministro da Justiça, onde pouco se demorou, devido aos sintomas de ataque cerebral que começaram a manifestar-se-lhe, forçando-o ao abandono das lutas políticas.
Consagrou os seus últimos anos ao estudo de diversos sistemas de colonização; dirigiu o curso de direito de S. Paulo desde 1837 a 1842 e teve várias condecorações científicas, literárias e políticas. Durante o seu ministério em 1832 foi publicado o Código Comercial, que era um dos melhores da época.
Escreveu uma interessante Memória sobre a fundação da fábrica de São João de Ipanema. Lisboa, 1822. Teve 2.ª edição em 1858.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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