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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Pastores preocupados porque a seca está a deixar gado em risco de vida

O mês de Setembro de 2017 em Portugal Continental foi o mais seco dos últimos 87 anos e uma parte do território transmontano está já no nível seca estrema, o mais preocupante da escala definida pelos meteorologistas.
A Brigantia falou com alguns  pastores que já vivem uma situação de desespero nas suas actividades devido à falta de chuva.
António Cordeiro é pastor e proprietário de ovelhas, em Vila de Ala, no concelho de Mogadouro, e queixa-se  que esta falta de chuva está a reflectir-se sobretudo num grande desfalque à carteira dos criadores de gado.
“Os criadores de ovinos, bovinos e caprinos são os mais prejudicados, com gastos avultados nas sementeiras e a falta de chuva que significa pouca produção. Para fazer face a isto temos que ter muitos mais gastos do que habitualmente. O governo promete apoios, mas não nos auxilia. Não há nada verde, não há nada para dar aos animais, as colheitas que fizemos no início do verão, de reserva para o inverno, é as que temos de lhe dar agora. ”
Delmino Ferreira é pastor de cabras e ovelhas, vive em Grijó, concelho de Bragança, e diz que um dos seus grandes problemas tem sido conseguir matar a sede ao rebanho, que é o sustento da família.
“Vai ser muito difícil os animais aguentarem-se. Eu já nem falo da comida de estar tudo seco e de termos de comprar, mas já estamos num ponto em que não há onde levar os animais a beber. Não temos onde ir, havia aqui umas lagoas, mas estão secas e cheias de barro, se eu não fizer alguma atenção, as que forem para lá se não tiverem força ficam lá enterradas. As fontes, as ribeiras, está tudo seco. É uma situação complicada que as pessoas da cidade nem imaginam.”

Manuel Duarte é proprietário de 200 cabeças de gado e conta que agora que se estão a esgotar as reservas de comida feitas para dar às cabras no tempo frio, por isso quando chegar o inverno não sabe como vai fazer

“ Só Deus dirá o que será no inverno, se as coisas melhorarem que comecem a aparecer pastos tudo bem, senão vamos ter de lhe dar sempre seco e quando acabarem as reservas teremos de comprar mais à base de rações, com tudo isto temos muito mais despesas e não conseguimos ter o rendimento que devíamos ter.”
Quem também testemunha estas dificuldades é António Rodrigues pastor em Grijó de Parada, no concelho de Bragança, que diz mesmo que se esta situação persistir vários animais correm o risco de morrer.
“Quem está de fora não imagina o desespero que esta situação é neste momento. As reservas estão a esgotar-se os animais vão passar fome, sede e vão ficar em perigo de vida porque não há alimentação suficiente à sua sobrevivência. Com tudo isto a nossa vida também fica complicada, porque dependemos dos animais, já que o resto da agricultura já nem vale a pena porque está de rastos, os animais eram quem mantinha o agricultor ainda em pé, se não tiramos rendimento de nenhum dos lados, acabamos por ir abaixo.”

José Adelino Teixeira, pastor de ovelhas,  em Lagomar (Bragança), está preocupado com o que pode acontecer aos seus animais.
“O que é que vão comer os animais quando saem? Não há nada está tudo seco. Para beberem já estou a gastar água do furo e da rede. Infelizmente este é um problema que nos afecta a todos e que parece cada dia a ficar pior. ”
A par da criação de gado todos são agricultores, um sector com perspectivas igualmente negras caso a chuva continue sem cair.
As previsões não são animadoras para quem vive da agro-pecuária, já que o sol e as temperaturas de verão, entre os 27 e os 34 graus, vieram para ficar e vão manter-se assim no nordeste transmontano pelo menos durante os próximos 10 dias, segundo o instituto português do mar e da atmosfera. 

Escrito por Brigantia

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