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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 6 de março de 2018

O LEMA DO HOMEM ARANHA

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

O Homem Aranha apareceu, pela primeira vez na revista Amazing Fantasy publicada nos Estados Unidos a 15 de agosto de 1962. Logo no primeiro episódio enunciava o seu lema: “with great power there must also come great responsibility” (Com um grande poder vem também uma grande responsabilidade). Essa sua divisa levou-o a altos voos. Seguramente maiores que os proporcionados pelos tirantes que lhe saltavam dos punhos após um leve do dedo anelar. As correias elásticas e super-resistentes permitiram-lhe saltar entre o topo dos arranha-céus dos locais onde exercia a sua atividade em prol da justiça. A máxima que o lidera permitiu-lhe o reconhecimento público, o apreço dos leitores e a glorificação entre os míticos heróis da Marvel com consagração nos estúdios de Hollywood

Altos voos requerem altos compromissos. É natural. Foi assim com o Homem Aranha e nada de relevante, a este nível, mudou, mais de meio-século depois. Numa altura em que tanto se fala de ética seria bom olhar para este “exemplo” que vários gurus e manuais sobre moralidade referem e apontam como um pilar do ideário normativo de todos os que devem, pela sua atividade ou poder, reger a sua vida por principios de elevado valor deontológicos.

Qualquer um que se proponha governar, em nome da comunidade que pretende representar, direitos e recursos comuns tem de elevar a fasquia comportamental ao nível correspondente e mantê-la lá, de forma estável e não permitir a sua flutuação ao sabor das conveniências.
É conhecido e reconhecido (porque muitas vezes lembrado e repetido, tantas quantas as oportunas) o lema de que o que é feito ao nível local é melhor, mais eficaz e com menores custos. É esse o racional que está por trás da reclamada (e justa, diga-se) descentralização do poder público. É esse o preceito que suporta princípio da subsidiariedade que garante que só deve passar para um nível superior o que não puder ser feito bem a um inferior. Vem isto a propósito da recente determinação impositiva, como deve ser, de obrigar à limpeza das matas que circundam as povoações e que são, sem qualquer margem para dúvida, o melhor anel de defesa contra os terríveis fogos de verão, cada vez mais perigosos e fatais. Ora aí está uma atividade que facilmente se credita ao poder local, no balanço do deve e haver da subsidiariedade. E contudo assistimos, perplexos, a uma reação unânime de recusa dos autarcas para esta tarefa. Que não há tempo e que não têm meios. A perplexidade começa pela unanimidade. Haverá certamente casos mais difíceis e complexos. Mas não há a menor dúvida que os há simples e óbvios. Então porquê a recusa imediata e sindicalizada? É perfeitamente credível que os custos da operação sejam elevados. Cuidado portanto com o efeito bumerangue: todos estão lembrados de ouvir os eleitos municipais garantir que os empreendimentos, localmente são feitos melhor, mais rapidamente a a mais baixo preço. Portanto se os mesmos garantem que esta tarefa, se autárquica, é complexa, morosa e cara... imagine-se como será, feita centralmente! E contudo é algo que TEM DE SER FEITO!

É certo que o ministro ao recomendar o corte nas festas e romarias estava a ser demagógico e populista. Mas isso não se combate com mais do mesmo. Não basta “denunciar” o ministro. Não chega dizer que não existem meios. Se os programas das festas e das feiras da moda, continuarem sem qualquer corte significativo, desaparece toda a moralidade para acusar o ministro!

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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