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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 31 de março de 2018

Amêndoa coberta é a "embaixadora" de Moncorvo em tempo de Páscoa

Com a sua certificação europeia, a tradicional amêndoa coberta de Torre de Moncorvo, característica da quadra pascal, ganha estatuto de "embaixadora" do concelho.
A este produto típico de Torre de Moncorvo está associado o trabalho das cobrideiras, ou seja, as mulheres que, com arte, mestria e paciência, confecionam as amêndoas cobertas com calda de açúcar.

Ilustrado a morosidade do processo, Deolinda Morais, umas dessas cobrideiras, diz que produzir cerca de 10 quilos de amêndoa coberta demora cinco dias.

"Contudo, há amêndoa que é maior e mais requintada, levando cerca de um mês a cobrir", observou.

Para obter este produto certificado é necessário ter amêndoa de qualidade, uma calda de açúcar apurada e benfeita (água e açúcar fervidos durante uma hora e meia). E é preciso saber regular a temperatura das brasas que aquecem o alguidar de cobre onde são cobertas.

"Vamos vendo quando é necessário dar mais ou menos calor ao alguidar, conforme vamos mexendo. Vamos vendo também a necessidade de juntar mais ou menos calda às amêndoas, durante o processo. Este é o segredo", confidenciou Deolinda Morais.

Para que os dedos das cobrideiras não acabem queimados, de tanto mexer as amêndoas que são aquecidas, é preciso alguns cuidados. Daí que, desde há pelo menos uma centena de anos, as cobrideiras usem dedais de metal.

Depois de prontas, as amêndoas são embaladas em pequenos saquinhos visando a comercialização.

Cada 100 gramas de amêndoa coberta certificada, custa cinco euros.

Joaquim Morais, da Confraria da Amêndoa de Torre de Moncorvo, referiu que o reconhecimento da amêndoa coberta pela União Europeia, com a chancela de Indicação Geográfica Protegida (IGP), vai permitir transmitir ao consumidor a qualidade que o produto representa.

"Quem quiser comprar esta amêndoa nas lojas, fica a saber se o produto é ou não certificado através de um selo que é colocado na embalagem do produto, a fim de obedecer ao caderno de especificações entregue em Bruxelas, pela entidade certificadora", observou.

O vice-presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Vítor Moreira, frisou que “houve a necessidade de colocar de novo na ribalta a amêndoa coberta”, dando-se início ao processo de certificação em 2014.

"A certificação do produto tornou-se num marco importante para a agricultura local e para a defesa de um produto que estava sujeito a imitações de fraca qualidade", enfatizou o autarca.

Neste momento estão a ser proporcionados cursos para a formação de novas cobrideiras de amêndoa, evitando-se assim que a tradição se perca.

Torre de Moncorvo é um dos maiores produtores de amêndoa a nível nacional, com uma produção anual que ronda as seis mil toneladas.

Em qualquer estabelecimento deste concelho do distrito de Bragança vende-se amêndoas, sejam cobertas, torradas, em receitas de bolos e pastéis. Sendo um dos produtos da terra mais apreciados, ajuda a potenciar a economia local.

Lurdes Caetano, uma das doceiras de Torre de Moncorvo, frisa que os apreciadores de amêndoa coberta afluem à localidade transmontana “de todo o lado”, sobretudo nesta quadra pascal.

"Trata - se de um produto único e genuíno e que as pessoas gostam de levar para consumo ou até mesmo para oferecer", vincou.

A tradição das amêndoas cobertas de Torre de Moncorvo perde-se no tempo, não se sabendo com exatidão, a sua origem. Contudo, há documentos que referem a sua presença na Exposição Universal de Paris, em 1886, onde integrou uma mostra da doçaria nacional.

Agência Lusa

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