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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Sr.ª Dona Maria Teresa Martins70 anos, vive em Gimonde. No seu parecer quando tinha dez anos era tudo muito horrível. Os pais e ela viviam com a avó e os tios, em dez anos nasceram sete filhos. Nessa altura os pais decidiram ir viver sozinhos, a mobília que possuíam coube num carro de bois: duas camas, uma arca e muitos cobertores.
Uma cama para os pais e a filha mais nova, na outra dormiam os restantes filhos, três à cabeceira e dois para os pés. Quando puderam os pais fizeram outra cama, uma ficou para os filhos, a outra para as filhas.
Era uma vida extremamente dura. Começou a trabalhar quando nasceu a irmã mais nova. Entrou para a Escola aos oito anos, depois ao sair da aula a tia levava-a para ir tomar conta das vacas. Aos dez anos passou a fazer lide da casa porque a Mãe estava com febre tifoide. Não havia dinheiro para comprar nada e as casas eram muito vazias, tristes. Pensei que as casas ricas eram melhores, mas pouco mais tinham. Pouca mobília, pouca roupa, pouca louça. Comia-se do mesmo prato, fundo. Pescavam barbos, bogas, escalos, sardas e às vezes enguias. As enguias desapareceram com a construção das barragens. Apanhavam os peixes com a rede, estripavam-nos, traziam-nos em cestos para casa, lavavam-nos muito bem lavadinhos, pesavam-nos e vendiam-nos. Chegou a vender um quilo de peixes por 50$00.
Tinham galinhas, gansos, patos, porcos e uma burra. Os gansos comiam-se na segada.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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