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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

«Memórias do Salto» preserva o testemunho de emigrantes transmontanos

«Memórias do Salto» recolheu 72 testemunhos de emigrantes que partiram à procura de uma vida melhor durante o Estado Novo. Foram 900 mil portugueses que emigraram nesta altura e 550 mil a salto.
César Afonso tem 81 anos, é de Nuzedos de Cima de Vinhais e foi a salto para França em 1964 e usou o método da fotografia rasgada para os pais pagarem a sua passagem quando chegasse a França.

“O daqui levou-me até à Espanha, o espanhol até à França e o francês é que me levou para Clermont- Ferrand. Eram três passadores. Eu só paguei depois de lá estar, eram 7 mil escudos. Eu dei-lhe uma fotografia minha, eu levei metade e eles ficaram com outra metade. Quando eu lá cheguei, a fotografia que eu deixei aqui, já tinha chegado a Clermont- Ferrand. Quando reunimos as duas partes da fotografia é que eu mandei pagar aos meus pais a passagem” contou

Este é um dos testemunhos que foi recolhido através do projecto Memórias do Salto que o Museu Abade Baçal, em Bragança recebeu este fim-de-semana. Um projecto de levantamento de testemunhos de transmontanos que entre 1954 e 1974 emigraram a salto. Da iniciativa tiveram lugar a exposição Douro, Lugar de um encontro feliz da autoria de António Barreto, e a exposição Memórias do Salto que retracta a emigração clandestina na raia com 72 testemunhos, como conta a Directora do Museu, Ana Maria Afonso.

“72 é um número muito significativo, com vários perfis, que vão desde o passador, ao PIDE, Guarda-Fiscal e aos emigrantes. De facto, foi feita a apresentação desse trabalho, que nos permite a novel histórico, antropológico e sociológico, fazer um estudo bastante profundo e sobretudo comunicar e dar voz a estes protagonistas que de outra voz se perderia porque como era emigração clandestina, não existia registo. É uma obrigação que temos de homenagem a estas pessoas” sustentou a directora do Museu.


Foram 900 mil que portugueses emigraram e 550 mil a salto. Os municípios onde foram recolhidos histórias de vida foram Vinhais, Bragança, Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

O projecto foi desenvolvido pelo Museu Abade Baçal, pela Associação dos Amigos do Museu e pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O projecto teve o valor de 100 mil euros, com o apoio do Norte 2020. As exposições vão estar patentes até ao dia 30 de Junho. 

Escrito por Brigantia

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